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29/09/2025

ASSOCIAÇÃO DIZ QUE PCC PODE ESTAR POR TRÁS DE FALSIFICAÇÃO DE BEBIDAS COM METANOL

PCC pode estar por trás de falsificação de bebidas com metanol, diz associação

Casos recentes de intoxicação por bebidas adulteradas reacenderam o alerta para o uso ilegal de metanol em São Paulo. A Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF) suspeita que o produto químico, antes usado pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) para adulterar combustíveis, esteja agora sendo desviado para destilarias clandestinas.

Dez episódios já foram registrados, com duas mortes confirmadas em São Paulo e São Bernardo do Campo. O Centro de Vigilância Sanitária do Estado ligou os óbitos ao consumo de bebidas com metanol.

O Ministério da Justiça emitiu orientação urgente a bares, restaurantes, mercados, hotéis e plataformas de delivery para reforçar a checagem de procedência, com atenção a sinais como preços baixos, lacres irregulares e odor de solvente.

O metanol é altamente tóxico: pequenas doses podem causar náusea, tontura, cegueira e até a morte. Em operação há um mês, a Agência Nacional de Petróleo flagrou postos vendendo combustíveis com até 90% da substância — quando o limite legal é de 0,5%.

Falsificação de bebidas com metanol já gerou perdas de R$ 88 bilhões ao setor

Segundo a ABCF, depois do fechamento de distribuidoras ligadas ao PCC, parte desse produto teria migrado para o mercado clandestino de bebidas, ampliando riscos à saúde e multiplicando lucros do crime.

A associação calcula que a falsificação gerou perdas de R$ 88 bilhões ao setor em 2024, sendo R$ 29 bilhões em sonegação e R$ 59 bilhões em faturamento ilegal. As investigações apontam que o metanol chegava ao Brasil pelo Porto de Paranaguá (PR), com documentação falsa, colocando em risco motoristas, pedestres e o meio ambiente.

O que fazer em suspeita de intoxicação

Em caso de suspeita de intoxicação, a recomendação é suspender a venda do lote, isolar os produtos, acionar a Vigilância Sanitária e preservar provas para análise.

Consumidores com sintomas como visão turva, dor de cabeça intensa e rebaixamento da consciência devem procurar atendimento médico imediato e contatar o Disque-Intoxicação (0800 722 6001). A venda de bebidas adulteradas é crime sujeito a prisão e multa.

revistaoeste

25/09/2025

LAVAGEM DE DINHEIRO: POSTOS E MOTÉIS SÃO USADOS PELO PCC, APONTA OPERAÇÃO

PCC usa postos e motéis para lavagem de dinheiro, aponta operação

A Operação Spare, deflagrada nesta quinta-feira (25), em São Paulo, aponta que organização criminosa, vinculada ao Primeiro Comando da Capital (PCC), usava postos de combustíveis, motéis e empresas de fachada para lavagem de dinheiro.

As investigações partiram da suspeita sobre casas de jogos na Baixada Santista e uso de máquinas de crédito e débito ligadas a dois postos de combustíveis.

“Identificamos um grupo criminoso responsável pelo branqueamento de capitais não só por meio dos dois postos. Os envolvidos controlavam também outros estabelecimentos no setor de combustíveis, uma rede de motéis e empresas de fachada que movimentaram milhões de reais”, disse o promotor de Justiça do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Silvio Loubeh.

Foram cumpridos 25 mandados de busca e apreensão para desarticular esquema de exploração de jogos de azar e venda de combustíveis adulterados, com uso de uma fintech para forjar a origem dos recursos.

O comandante do Policiamento de Choque, o coronel Valmor Racorti, informou que foram apreendidos quase R$ 1 milhão em espécie, 20 celulares, computadores e uma arma de fogo.

O secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, informou que serão adotadas medidas para maior controle na importação de petróleo e derivados, assim como na identificação de beneficiários finais de fundos de investimento.

“É uma série de avanços que precisaremos fazer para combater essa infiltração tão ampla”, disse.

A Operação Spare teve participação de 110 policiais militares do Comando de Choque de São Paulo, agentes da Receita Federal, da Procuradoria-Geral do Estado e da Secretaria da Fazenda.

Esquema criminoso

Segundo as investigações, máquinas de cartão apreendidas em casas de jogos clandestinos, em Santos, estavam vinculadas a postos de combustíveis. Esses valores eram transferidos para a fintech, que era usada para ocultar a origem ilícita dos recursos milionários.

A empresa é a mesma investigada na Operação Carbono Oculto, realizada no final de agosto contra o PCC.

Um dos alvos é um dos principais operadores do PCC e que atua há mais de duas décadas no mercado de combustíveis no estado de São Paulo.

Os investigados são suspeitos de usar no esquema milionário postos, empreendimentos imobiliários, motéis e lojas de franquias.

Agência Brasil

08/09/2025

QUEM DIRIA(!?): AS ATIVIDADES DO PCC NA FAVELA DO MOINHO EM SP ERAM BLINDADAS POR MOVIMENTOS SOCIAIS

Movimentos sociais “blindavam” atividades do PCC na Favela do Moinho

Uma investigação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) aponta que o crime organizado manipulava e financiava movimentos sociais para blindar a Favela do Moinho, no centro de São Paulo, contra a presença de forças policiais.

Lideranças da comunidade foram alvo de uma operação na manhã desta segunda-feira (8/9), deflagrada pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) e as polícias Civil e Militar. Foram cumpridos 10 mandados de prisão preventiva e 14 de busca e apreensão.

De acordo com a investigação, Alessandra Moja, irmã de Leo do Moinho, apontado como líder do Primeiro Comando da Capital (PCC) na favela, organizava manifestações públicas por meio da Associação dos Moradores da Favela do Moinho que “blindavam a comunidade de intervenções policiais”. Ela foi presa durante a operação desta segunda.

“O crime organizado mantém em prática a estratégia de blindar o local contra a presença dos órgãos de segurança pública, por meio de manipulação e financiamento de movimentos sociais legítimos, que utilizam estratégias como instigação por criminosos infiltrados no meio dos manifestantes/moradores e registro de incidentes relacionados ao uso da força por parte dos agentes públicos”, dizem os promotores.

O Gaeco também indica que Alessandra auxiliava nas “empreitadas criminosas” do irmão, que foi preso no ano passado. Ela seria responsável pelo grupo que cobrava propina das famílias beneficiadas pelo acordo com a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo (CDHU), esquema revelado pelo Metrópoles.

Metrópoles

05/09/2025

GOVERNO FEDERAL MANTÉM CONTRATO COM DISTRIBUIDORA DE COMBUSTÍVEL LIGADA AO PCC

Distribuidora de combustível com laços ao PCC mantém contratos com o governo federal

A Rede Sol Fuel Distribuidora, que possui contratos públicos que somam R$ 424 milhões, está no centro de uma investigação da Operação Carbono Oculto. O empresário Valdemar de Bortoli Júnior, proprietário da empresa, é acusado de estar ligado a fraudes e lavagem de capitais. A operação é conduzida pelo Ministério Público de São Paulo, Polícia Federal e Receita Federal.

A Rede Sol abastece veículos e aeronaves da Presidência da República, além de ministérios como Fazenda, Defesa e Saúde, e a Polícia Militar do Rio de Janeiro. A empresa tem pelo menos 26 contratos ativos com diversas entidades públicas, com vigências que variam de um a cinco anos. Entre os contratos mais significativos estão: R$ 3,1 milhões para abastecimento da Presidência, R$ 148 milhões para a PM do Rio, e R$ 154 milhões para o Comando da Aeronáutica.

As investigações apontam que Bortoli tem "sólidos vínculos" com indivíduos envolvidos em fraudes. Além disso, a Rede Sol é acusada de ter sido adquirida pelo fundo Mabruk II por R$ 30 milhões, o que a empresa nega. O fundo é investigado por supostos vínculos com o PCC no mercado de combustíveis, aumentando a gravidade das acusações contra Bortoli e sua empresa.

02/09/2025

'PAIZÃO': FILHO DE LEWANDOWSKY ADVOGA PARA EMPRESA LIGADA AO PCC

Empresa ligada ao PCC tem filho de Lewandowski como advogado

O filho do ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, atua como um dos advogados da Terra Nova Trading, empresa ligada a um esquema de fraude bilionária envolvendo o Primeiro Comando da Capital (PCC). Por meio de nota, ele confirmou que atua para a empresa, mas apenas em causas cíveis e tributárias desde 2018 e que não participa de processos criminais.

A Terra Nova Trading foi alvo da Operação Carbono Oculto, conduzida pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP), Polícia Federal (PF) e Receita Federal. As investigações apontam que a empresa teria sido usada para gerar créditos tributários falsos, inflar preços em transações internas e lavar dinheiro do crime organizado.

Segundo o MPSP, Mohamad Hussein Mourad, apontado como “epicentro das operações”, usava a Terra Nova para importar nafta com imposto reduzido, de 1% contra 25% em São Paulo, tornando ilegalmente mais barata a produção de combustíveis.

Enrique Lewandowski consta como advogado da Terra Nova em processos tributários no Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) desde 2019 e em ação no Tribunal de Justiça de São Paulo datada de 2021. Ele permanece listado como representante legal da empresa nesses casos. As informações são do Metrópoles.

pleno.news

31/08/2025

FIGURÕES DA FARIA LIMA ENVOLVIDOS PELA OPERAÇÃO CONTRA PCC TEM SEUS NOMES VAZADOS

Vazam os nomes dos figurões da Faria Lima envolvidos pela operação contra o PCC

A polícia investiga executivos do mercado financeiro brasileiro por suposta participação em esquema de lavagem de dinheiro do Primeiro Comando da Capital (PCC). A operação Carbono Oculto foi deflagrada na última quinta-feira (29), mirando banqueiros e gestores de patrimônio suspeitos de integrarem uma rede de fraudes e lavagem de recursos da facção criminosa.

Eis os nomes vazados de alguns investigados:

João Carlos Mansur, fundador da Reag;
Mohamad Hussein Mourad, que se apresentava como CEO da G8 Log;
Rodolfo Riechert, fundador da Genial Investimentos;
Roberto Augusto Leme da Silva, o "Beto Louco";
Ricardo Magro, controlador da refinaria Refit;
Maurício Quadrado, sócio da Trustee DTVM e do Banvox.

Mansur, que criou a Reag em 2013, administra fundos como Mabruk II e Hans 95. De acordo com a PF, esses fundos teriam sido usados para fraudar e lavar cerca de R$ 250 milhões provenientes do PCC. A Reag está listada na Bolsa de Valores e controla ativos que totalizam R$ 299 bilhões, sendo considerada a maior gestora de patrimônio do país.

Mohamad Hussein Mourad é apontado pelos investigadores como o "epicentro das operações" do esquema. Além da G8 Log, empresa de transporte rodoviário de cargas perigosas, ele tinha participação na Copape, formuladora de combustíveis que figura como elemento central na investigação policial.

Roberto Augusto Leme da Silva, chamado de "Beto Louco", é identificado como líder do esquema criminoso que motivou a operação. Segundo a investigação, ele trabalhava com Mohamad na gestão da Copape e da Aster, empresas que teriam sido utilizadas para fraudes fiscais e contábeis, falsificação de documentos e lavagem de dinheiro.

A refinaria Refit, anteriormente conhecida como Manguinhos, controlada por Ricardo Magro, teria fornecido combustíveis às empresas da organização por meio da distribuidora Rodopetro. Magro foi preso em 2016, acusado de envolvimento em desvios de fundos de pensão.

Maurício Quadrado entrou na investigação por ser sócio da Trustee DTVM e do Banvox, administradoras de recursos que controlam fundos supostamente utilizados pelo grupo criminoso. As duas empresas foram alvos diretos da operação.

A Genial Investimentos, comandada por Rodolfo Riechert, administra o fundo Radford, avaliado em R$ 100 milhões. Segundo o Ministério Público, o fundo foi constituído pelo grupo de Mohamad para servir ao esquema. A instituição é mencionada sete vezes no documento que fundamentou a operação policial.

A investigação demonstra como o sistema financeiro pode ser utilizado para transformar recursos de origem ilícita em ativos aparentemente legítimos no mercado. Os investigados teriam estruturado uma rede de empresas e fundos de investimento para movimentar dinheiro do PCC.

jornaldacidadeonline

30/08/2025

PROMOTOR QUE INVESTIGA O PCC HÁ 20 ANOS DIZ; 'PCC PASSOU DA FASE DE FUZIL E ESTÁ EM TODA ECONOMIA' - VEJA ENTREVISTA

'PCC passou da fase de fuzil e está em toda a economia', diz promotor que investiga facção há 20 anos

Principal nome do combate ao Primeiro Comando da Capital (PCC) no país, o promotor de Justiça Lincoln Gakiya está pessimista. A facção nascida nos presídios paulistas nunca teve um tamanho parecido ao de hoje — em faturamento, presença internacional e infiltração na economia formal — em seus mais de 20 anos de atuação no Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado de Presidente Prudente, do Ministério Público de São Paulo. Gakiya comemora os resultados da megaoperação contra o PCC, mas diz acreditar que, sem uma agência nacional que coordene as ações de combate, o país não irá avançar. Se nada de diferente for feito, avalia, o Brasil pode se tornar um narcoestado nas próximas décadas.

A megaoperação que revelou o elo do PCC com o setor de combustíveis mostrou que, depois de controlar o tráfico internacional de drogas e contratos no setor público, o crime organizado se infiltrou no setor financeiro. O que ficou evidenciado com a operação?

Veja, não foi só com essa operação. Desde a Operação Sharks, detectamos a presença de fintechs que ajudavam a mandar o dinheiro do PCC através de doleiros para o Paraguai. Outras operações também demonstraram isso. No caso da Carbono Oculto, ficou claro que é uma operação bem mais sofisticada, porque não envolve apenas o PCC, mas também organizações criminosas que agem em conjunto com o PCC na adulteração de combustível, sonegação de impostos e fraude ao consumidor.

O esquema de lavagem de dinheiro serve ao PCC, mas não é exclusivo dele. Que outros grupos criminosos se valem destes mecanismos?

É toda sorte de criminosos. A máfia dos combustíveis não é formada só pelo PCC. Às vezes, há empresários que não são batizados pelo PCC, mas que operam em associação à facção ou mantêm negócios com ela. Esses criminosos procuram facilidades e baixo risco, e é isso que encontram nessas fintechs.

O senhor pode detalhar a conexão dos acusados na Operação Carbono Oculto com o PCC?

Não posso detalhar, porque essa operação não é minha, é de colegas do MP. Mas, genericamente, havia empresários no setor de combustível — refinarias, usinas, importação de metanol e outros componentes — que acabaram se ligando a integrantes do PCC. Empresários ligados ao PCC ou que se associaram a integrantes da facção atuavam seja nos postos, seja na compra de usinas.

O PCC começou a lavar dinheiro há pelo menos uma década comprando postos de gasolina e agências de automóveis. É possível saber em quantos setores da economia formal o PCC está hoje?

Não, é impossível. O PCC já pode ser classificado como uma organização mafiosa. Não precisa mais da ostensividade da violência, exibindo fuzis e praticando crimes cinematográficos. Ele já passou dessa fase, está ganhando muito dinheiro, principalmente com o tráfico internacional de cocaína para a Europa. Esse dinheiro volta e precisa entrar na economia formal. Antigamente, o PCC montava empresas de fachada, mais simples de detectar. Agora, as empresas são lícitas, têm funcionários, prestam serviços reais e têm capital da facção. É muito difícil dimensionar em que negócios o PCC está. É mais fácil dizer em qual ramo da economia ele não está.

No ano passado, houve incêndios em plantações de cana no interior de São Paulo e cogitou-se a hipótese de episódios criminosos. Há relatos de que a facção ameaça proprietários de fazendas para comprar terras mais baratas. Essa investigação esclareceu isso?

É preciso separar o joio do trigo. Nem todo o setor de usinas, inclusive nessa operação, é operado diretamente pelo PCC. Há conexões com a facção. Agora, há relatos de proprietários de usinas e postos que foram ameaçados ou constrangidos a vender seus negócios para grupos criminosos ligados ao PCC. O PCC está associado a alguns grupos, mas há uma máfia gigante no setor de combustíveis que precisa ser apurada.

Como funciona essa ligação com o PCC?

O empresário é batizado no PCC? É integrante ou líder? Me parece que não. Ele pode estar associado, sem ser integrante da facção — e estou falando aqui genericamente, não de uma operação. Vinícius Gritzbach, por exemplo, não era integrante do PCC, mas operava para ele, sendo um elo essencial. No caso das usinas, para adulterar combustível, vender combustível adulterado ou fraudar notas fiscais, era preciso se associar a quem estava na ponta. O PCC tem integrantes atuando em postos de combustíveis. Se o empresário A ou B é integrante do PCC, os colegas que vão dizer. O resultado é o mesmo: uma cadeia logística criminosa operada pelo PCC.

Ventilou-se a possibilidade de a operação chegar a políticos. Isso vai acontecer?

O PCC tem todo o interesse, estando na economia formal, de participar dessa fatia do bolo, ou seja, de licitações ou dos negócios públicos. Quando você elege representante, seja no Legislativo, seja no Executivo, você vai cobrar a conta depois. No ano que vem, teremos campanhas e é bem possível que o PCC também esteja financiando algum candidato.

O ministro Fernando Haddad anunciou que as fintechs serão enquadradas como instituições financeiras pela Receita Federal. Qual é a importância disso?

É fundamental. Elas passarão a ser fiscalizadas, limitando o espaço para o crime organizado. Esse espaço vai paulatinamente deixar de ser ocupado pelo crime organizado. Eles vão ter que migrar para um outro tipo de atividade que os permita lavar dinheiro. Ontem foi um dia muito importante. A operação levou o governo a antecipar uma medida que ele tomaria só em 2029. Mas não só isso. Os bancos e fundos de investimento usados pelo crime organizado vão ter que rever os seus padrões de compliance. Porque não foram cuidadosos em verificar a idoneidade do investidor, e isso é obrigação deles.

A integração entre agências é citada como essencial para combater o crime. Mas ontem houve disputa política entre MP e PF, que fizeram operações parecidíssimas separadamente e divulgaram os resultados no mesmo horário. Ao fim do dia, isso virou disputa política entre os governos de São Paulo e federal. Isso atrapalha o trabalho na ponta?

Escuto sobre integração há 34 anos, desde que comecei no MP. O problema é como fazer isso. Há uma dificuldade grande em unir todas essas instituições. Não há nenhuma subordinação entre elas, cada uma tem seu ramo de atuação, suas expectativas, sua formação e gera muita disputa institucional. Ontem, ouvi “olha, a operação foi do MP-SP, não da Polícia Federal”. Não é verdade. Foi de todos. Não tem ninguém ali que é protagonista. O maior desafio do Brasil, hoje, em termos de segurança pública, é coordenação e integração.

Como resolver isso?

Sou a favor da criação de uma agência antimáfia. Nós já temos máfia no Brasil, o PCC já é uma organização mafiosa. Seria um órgão composto por todas as instituições e não por uma ou algumas delas. Eu defendo este modelo, não o Ministério Público.

O diretor da PF, Andrei Rodrigues, já veio ao público algumas vezes se posicionar de forma contrária à criação de uma agência antimáfia, alegando que a própria instituição já cumpre esse papel. O senhor acha que a criação da agência ainda está de pé?

Você acha que a Polícia Federal supre o papel? Se tivesse suprido o papel de fazer essa integração entre as instituições, não estaríamos no estado que estamos agora. A Receita não trabalha junto com a Polícia Federal. A PF não trabalha com o Ministério Público.

O PCC está em 28 países, já chegou aos três Poderes e já pode ser considerado uma organização mafiosa. É possível saber qual o próximo passo da organização?

Estamos em um processo de formação — isso pode demorar duas, três décadas — de um Estado paralelo, de um narcoestado, se nada for feito. Quando o crime começa a dominar as prefeituras, as câmaras municipais, e depois a ter influência sobre os governos estaduais, pode chegar a eleger um presidente ou então ter ligações diretas com o presidente. É isso que precisamos evitar. O crime organizado está num processo de crescimento exponencial. E ninguém sabe onde isso vai chegar.

O Globo

PCC SE APROXIMA DE MÁFIAS E CARTÉIS INTERNACIONAIS E JÁ SE ESPALHA POR 28 PAÍSES

PCC se espalha por 28 países e se aproxima de máfias e cartéis internacionais




O avanço do PCC fora do Brasil virou um desafio para as autoridades de segurança nas Américas, na África e na Europa. A facção se aproximou dos cartéis e máfias que agem no exterior e já foi identificada em 28 países.

As seguidas apreensões de drogas na Europa, principalmente cocaína, mostram a dimensão do problema. Anualmente, toneladas são apreendidas nos portos, no meio da carga de navios, e uma quantidade menor nos aeroportos, com as mulas do tráfico.

A maior parte da cocaína que chega ao continente europeu sai dos países produtores da América do Sul, passa pelo Brasil e é embarcada no Porto de Santos por traficantes do PCC.

A atuação da facção criminosa brasileira já foi identificada em 28 países. O principal foco é a tríplice fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina, mas há ligações nos Estados Unidos, México, Japão e Europa, onde a maior presença é em Portugal: são 87 criminosos já identificados, dos quais 29 presos. Já na Itália, a facção age em conjunto com as máfias locais.

Na Europa, investigadores alertam para um verdadeiro tsunami de cocaína vinda pelo Brasil, com volumes cada vez maiores sendo detectados em portos e aeroportos. O produto, que é comprado por US$ 2 mil o kg na Bolívia é revendido em solo europeu por 35 mil dólares. Além da cocaína, a máfia brasileira, como o PCC é conhecido na Europa, lava o dinheiro no exterior.

Para enfrentar o problema, a União Europeia intensificou a cooperação entre países, com ações conjuntas da Europol e agências de países vizinhos monitorando rotas e redes de tráfico. O Reino Unido também aumentou o patrulhamento nos portos e aeroportos, criou unidades especiais de inteligência e ampliou penas para traficantes internacionais.

29/08/2025

O CRIME REALMENTE É 'ORGANIZADO'

PCC usava mais de mil postos de combustível para lavar dinheiro e controlava 40 fundos de investimentos, diz Receita

A facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) usava mais de mil postos de combustíveis em dez estados e controlava 40 fundos de investimentos para lavar dinheiro, segundo a Receita Federal. A megaoperação Carbono Oculto, deflagrada nesta quinta-feira (28) pelo Ministério Público de São Paulo, Receita Federal, Polícia Federal e outros órgãos visa desmantelar esse esquema, e é a maior do tipo na história do país. Ao todo, são 350 alvos de busca e apreensão, entre pessoas físicas e empresas em sete estados.

Segundo a Receita, o esquema de lavagem de dinheiro incluía desde empresas formuladoras de combustíveis até os postos, tanto na venda de álcool, gasolina e diesel quanto nas lojas de conveniência que ficam nesses locais. Os valores eram inseridos no sistema financeiro por meio de fintechs e, por fim, o dinheiro de origem ilícita era reinvestido em negócios e propriedades por meio de fundos de investimentos.

Tudo começava no setor de combustíveis. De acordo com as investigações, entre 2020 e 2024, as empresas formuladoras de combustível ligadas ao PCC importaram R$ 10 bilhões em nafta, hidrocarbonetos e diesel, usando dinheiro ilegal da facção. Formuladoras de combustível são empresas autorizadas pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) a misturar hidrocarbonetos e outros componentes para produzir gasolina e óleo diesel.

Essas empresas sonegavam impostos — que totalizaram R$ 8,67 bilhões — e também adulteravam combustíveis distribuídos nos postos. Ainda de acordo com as investigações, as lojas de conveniência e as administradoras desses postos, além de padarias, também participavam do esquema. Mais de mil postos em dez estados eram usados pela organização criminosa.

Na maioria dos casos, os valores que os postos recebiam em dinheiro ou cartão eram destinados ao PCC, totalizando R$ 52 bilhões entre 2020 e 2024, com um recolhimento de impostos incompatível com o que ganhavam. A Receita Federal multou os locais em R$ 891 milhões.

Destes, 140 postos não tiveram nenhuma movimentação durante esses quatro anos, mas mesmo assim eram incluídos em notas fiscais como compradores de mais de R$ 2 bilhões de combustíveis. “Possivelmente, essas aquisições simuladas serviram para ocultar o trânsito de valores ilícitos depositados nas distribuidoras vinculadas à organização criminosa”, afirmou a Receita.

Os mil postos ficavam nos estados de São Paulo, Bahia, Goiás, Paraná, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Maranhão, Piauí, Rio de Janeiro e Tocantins.

Fintechs e fundos de investimentos para blindar recursos

Esses valores arrecadados no setor de combustíveis chegavam ao sistema financeiro por meio de fintechs. Uma delas atuaria como “banco paralelo” do PCC, e movimentou R$ 46 bilhões de 2020 a 2024. As mesmas pessoas controlavam outras instituições de pagamento menores, usadas para criar uma dupla camada de ocultação. A fintech recebia tanto os valores das máquinas de pagamento em cartão como dinheiro em espécie, que somaram, somente entre 2022 e 2023, mais de R$ 61 milhões, em 10 mil depósitos.

Esses depósitos chamaram a atenção dos investigadores por ser um procedimento incomum em instituições de pagamento, que costumam receber mais pagamentos por meios digitais ou cartões.

Essas fintechs usavam uma “conta-bolsão”, que é aberta em nome da própria empresa financeira. Por meio dessa conta, os recursos de todos os seus clientes circulam de forma não separada, e assim elas faziam a distribuição de dinheiro entre as distribuidoras e os postos de combustíveis, e também para as empresas e fundos de investimentos administrados pelo PCC. A facção também usava essas fintechs para pagar seus integrantes. A BK Instituição de Pagamento S.A. é apontada como a principal instituição de pagamento envolvida no esquema.

Posteriormente, esse dinheiro que já estava em contas bancárias era reinvestido em negócios e propriedades por meio de fundos de investimentos. Segundo a Receita, ao menos 40 fundos de investimentos, de multimercado e imobiliários, eram controlados pelo PCC. O patrimônio gerido pela organização chega a R$ 30 bilhões.

Segundo as investigações, esses fundos são fechados e têm um único cotista, geralmente outro fundo de investimento, o que cria uma teia complexa de sócios que gera mais camadas de ocultação. Os fundos chegaram a comprar um terminal portuário, quatro usinas produtoras de álcool – e planejavam adquirir mais duas usinas —, além de 1.600 caminhões para transporte de combustíveis e mais de 100 imóveis. Segundo o Ministério Público de São Paulo (MPSP), as usinas envolvidas são a Usina Itajobi, Carolo, Furlan e Rio Pardo, todas no interior do estado, e o grupo Copape e Aster é um dos principais alvos.

Entre os imóveis comprados pela facção, estavam seis fazendas no interior de São Paulo, avaliadas em R$ 31 milhões, e uma residência em Trancoso (BA), comprada por R$ 13 milhões.

O Globo

12/07/2025

DESVIO DE EMENDAS PARLAMENTARES AO PPC NO CEARÁ - SAIBA COMO OPERAVA O ESQUEMA

Saiba como operava o esquema de desvio de emendas parlamentares ao PCC

Uma investigação conduzida pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), revelou um esquema de desvio de emendas parlamentares no Ceará que ultrapassa os limites da corrupção tradicional. Segundo o magistrado, há vínculos diretos com facções criminosas, como o Primeiro Comando da Capital (PCC).

Como funcionava o esquema de desvio de emendas no Ceará?

De acordo com a Polícia Federal (PF), parlamentares cobravam “pedágios” de até 15% para liberar recursos das emendas. Esse caixa paralelo teria financiado a eleição de mais de 50 prefeitos no Estado.

O que os prefeitos faziam depois de eleitos?

Prefeitos beneficiados pelo esquema usavam seus mandatos para direcionar verbas públicas a empresas ligadas ao crime organizado. Entre os contratos investigados estão:

-Coleta de lixo;
-Transporte público;
-Merenda escolar; e
-Marmitas para presídios.

Quem é Júnior Mano e qual seu papel no caso?

O principal nome citado nas investigações é o deputado federal Júnior Mano (PSB-CE), suspeito de liderar o esquema. Entre 2019 e 2024, o parlamentar destinou cerca de R$ 120 milhões em emendas para prefeituras cearenses.

Em 2023, articulou a eleição de Bebeto Queiroz para a Prefeitura de Choró. Depois de ser citado pela PF por suspeita de ligação com o PCC, Queiroz desapareceu e está foragido há sete meses.

Quais os próximos passos da investigação?

Por determinação de Gilmar Mendes, a PF deve:

-Quebrar sigilos bancários;
-Ouvir os principais suspeitos; e
-Rastrear o destino dos recursos desviados.

Até o momento, nenhum dos investigados fechou acordo de delação premiada.

Esquema pode se repetir em outros Estados?

Segundo Gilmar Mendes, o modelo de corrupção que envolve emendas parlamentares não é exclusivo do Ceará. A Polícia Federal já detectou casos semelhantes em outros Estados, o que indica um padrão disseminado de atuação criminosa com verbas públicas.

O que diz Júnior Mano?

Em nota, o deputado negou envolvimento com o esquema. Alegou que, como parlamentar, não exerce funções administrativas em prefeituras nem participa da execução de contratos. Disse confiar nas instituições e que provará a legalidade de seus atos ao final do processo.

revistaoeste

09/07/2025

ABSURDO: SAIBA QUEM É A MULHER QUE NEGOCIOU ENTRADA DE LULA EM FAVELA DE SP

Quem é a mulher que negociou com ministro a ida de Lula a Favela do Moinho

A mulher que se reuniu com o ministro Márcio Macêdo (PT), da Secretaria-Geral da Presidência da República, no fim do mês passado é Alessandra Moja Cunha. Ela é irmã do traficante Leonardo Monteiro Moja, o Léo do Moinho, apontado como uma das lideranças do Primeiro Comando da Capital (PCC) do centro de São Paulo.

Alessandra Moja é presidente de uma ONG que diz representar as famílias da Favela do Moinho. No endereço da entidade, porém, a polícia já encontrou maconha, cocaína e crack que seriam destinados ao centro da capital.

Mas, o pior não é isso. Alessandra já foi condenada e presa por participar de um crime de homicídio – a vítima foi morta com vários golpes de faca. A reunião entre Alessandra Moja e o ministro de Lula ocorreu no último dia 25.

Segundo o Ministério Público de São Paulo (MPSP), a Favela do Moinho é controlada pelo PCC e o acesso costuma ser restrito a não moradores.

Léo do Moinho, irmão de Alessandra, foi preso em agosto de 2024 no âmbito da megaoperação Salus et Dignitas. A família do traficante é apontada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MPSP por ter tranformado a região em uma espécie de base de distribuição de drogas do PCC.

O Gaeco disse o seguinte sobre a família Moja:
“A família Moja se aproveitou da desorganização e ausência do Estado naquela região para instalar um ambiente de várias práticas criminosas, que se retroalimentam dentro da clandestinidade e que violam direitos humanos básicos das pessoas que lá se encontram, em especial os dependentes químicos, inclusive incitando movimentos dentro da comunidade de subversão contra as ações policiais”.

23/05/2025

MAJOR QUE PROTEGIA TUTA, LÍDER DO PCC, É PRESO NA BOLÍVIA

PCC: major flagrado com Tuta é preso na Bolívia

O major da polícia boliviana Gabriel Soliz Heredia foi preso pela divisão especializada de luta contra a corrupção da Bolívia. Ele é acusado de dar proteção ao criminoso brasileiro conhecido como Tuta, um dos chefões do PCC e apontado como o braço direito de Marcola, que foi preso quando estava renovando documento.

A unidade do serviço de identificação sofreu intervenção do governo para a investigação de possíveis irregularidades. As imagens seguem sendo analisadas. A polícia boliviana tenta descobrir o que aconteceu com a mochila que Tuta deixou sobre a cadeira quando foi ao balcão.

O Major Heredia deve prestar depoimento. Ele comandou unidades importantes da policia boliviana, como a divisão de fronteira, a força de luta contra o narcotráfico e atualmente era chefe do departamento inteligência criminal.

A polícia acredita que o Major fazia parte de uma rede de proteção não só de Tuta, mas também de outros integrantes do PCC no pais, mas por algum motivo pode ter traído o criminoso brasileiro

O Ministério Público de São Paulo acredita que Santa Cruz de La Sierra é hoje a base de atuação mais importante do PCC. O Brasil Urgente esteve em dos endereços de Tuta, no bairro Las Palmas, onde fica o Country Club da cidade, frequentado pelo brasileiro,

Tuta mantinha também uma casa neste condomínio de luxo. Entre os moradores ilustres o presidente do Senado da Bolívia, Andrónico Rodríguez, que é candidato à presidencia na eleições deste ano.

Relembre o Caso

Um dos chefões do PCC foi preso na Bolívia ao tentar renovar um documento. Marcos Roberto de Almeida, conhecido como Tuta, foi detido em Santa Cruz de La Sierra. Ele usava o nome de Maycon Gonçalves da Silva.

Durante o procedimento, autoridades locais consultaram o sistema internacional de estrangeiros e descobriram que ele estava na lista de procurados da Interpol. A Polícia Federal foi acionada. Além de duas prisões preventivas decretadas pela Justiça, em 2024 Tuta foi condenado a mais de 12 anos de cadeia por associação criminosa e lavagem de dinheiro. Ele foi entregue às autoridades brasileiras neste domingo (18).

O homem que aparece ao lado de Marcos Roberto de Almeida, conhecido como Tuta, é identificado após o Brasil Urgente divulgar, com exclusividade, imagens do momento da prisão do chefão do Primeiro Comando da Capital (PCC), na Bolívia.

Ele comandou a instituição na região de fronteira com o Brasil, mas deixou o cargo para atuar na Interpol, onde tinha acesso a todos os procedimentos de investigação de criminosos estrangeiros no país. Ele atuou desta forma até a nova mudança para o departamento de inteligência criminal.


Band

19/05/2025

POLÍCIA FEDERAL DESCOBRE PLANILHA DO PCC NO MONTANTE DE R$ 13,8 MILHÕES

Planilhas do Comando Vermelho mostram montante de R$ 13,8 mi

Planilhas do Comando Vermelho (CV), que foram descobertas pela Polícia Federal (PF), mostram um montante de R$ 13,8 milhões em fevereiro de 2024. Os arquivos apontam detalhes sobre o fluxo de caixa mensal da facão criminosa do Rio de Janeiro em uma troca de mensagens entre dois integrantes da cúpula do grupo.

Na conversa, Edgar Alves Andrade, o Doca, que é chefe do tráfico do Complexo da Penha e um dos criminosos mais procurados do Rio, compartilhou com Arnaldo da Silva Dias, o Naldinho, preso no Complexo de Gericinó, a movimentação financeira da quadrilha.

Segundo as planilhas, naquele mês, havia R$ 13.872.003,00 no caixa da facção. O dinheiro seria usado para pagamento de advogados da cúpula e compra de armas e drogas.

Entre as despesas da planilha, há alusões a pagamentos de R$ 55 mil a advogados, R$ 39 mil com 30 quilos de mato e até R$ 280 com uma cafeteira. Também há menções a pagamentos de mais de R$ 30 mil a casas de apoio do Comando Vermelho em Mossoró, Catanduvas, Campo Grande e Brasília, cidades onde estão localizados presídios federais que abrigam chefes do grupo criminoso.

As informações são do jornal O Globo.

13/05/2025

DANOU-SE: NAS ELEIÇÕES DE 2024 O PCC ATUOU PARA INTERVIR E INVESTIU MAIS DE R$ 8 BILHÕES EM CANDIDATURAS

Investigação aponta que PCC atuou para interferir nas eleições e investiu mais de R$ 8 bi em candidaturas

Facções criminosas atuaram para interferir no processo eleitoral de 2024 em ao menos 42 cidades brasileiras, segundo relatório sigiloso elaborado por promotores e pela Polícia Federal. O documento, obtido pelo Fantástico, da TV Globo, aponta que o crime organizado buscou controlar candidaturas e financiar campanhas, com foco especial em municípios do interior do país.

Um dos casos mais graves ocorreu em João Dias, cidade com pouco mais de 2 mil habitantes no interior do Rio Grande do Norte. O então prefeito Francisco Damião de Oliveira, conhecido como Marcelo, foi executado em agosto de 2024, durante sua campanha à reeleição. Ele e o pai foram mortos em meio a uma disputa pelo comando do município, supostamente articulada por traficantes com vínculos com o Primeiro Comando da Capital (PCC).

De acordo com as investigações, o assassinato foi consequência de um acordo rompido que teria sido costurado ainda na eleição de 2020. À época, Marcelo foi eleito prefeito pelo Progressistas, com Damária Jácome, irmã de traficantes investigados, como vice-prefeita. Os irmãos — Deusamor, Leidjan, José Romeu e Samuel Jácome — são apontados pela polícia como lideranças do tráfico de drogas na região Nordeste, com movimentação estimada em R$ 30 milhões.

Segundo a apuração, Deusamor teria oferecido dinheiro a Marcelo para que este renunciasse ao cargo, o que ocorreu em junho de 2021, seis meses após a posse. A vice-prefeita Damária assumiu a chefia do Executivo municipal. Transcrições de discursos e depoimentos obtidos pela polícia indicam que os irmãos Jácome já operavam como gestores de fato antes mesmo da saída formal de Marcelo. Damária chegou a afirmar em público que os quatro anos de governo foram idealizados por seus irmãos.

O relatório revela que esse não é um caso isolado. Somente no estado de São Paulo, o PCC teria injetado R$ 8 bilhões em apoio a candidaturas municipais, conforme os dados levantados por promotores e investigadores. Os objetivos das facções incluem, com base no documento, a nomeação de aliados em secretarias estratégicas, a blindagem de atividades ilegais e a expansão do controle territorial.

28/04/2025

POLÍCIA INTERCEPTOU CARTAS DO PCC ORDENANDO ASSASSINATOS DE AUTORIDADES E MARCOLA DIZ QUE É 'VIOLAÇÃO DE INTIMIDADE'

Marcola alega "violação de intimidade" após cartas sobre assassinatos serem interceptadas

Marcos Willians Herbas Camacho, conhecido como Marcola e líder do Primeiro Comando da Capital (PCC), alegou "violação de intimidade" em sua defesa após a interceptação de cinco cartas manuscritas enviadas a membros da facção. As mensagens, apreendidas em dezembro de 2018, ordenavam assassinatos de autoridades caso ele fosse transferido para um presídio federal.

As cartas foram descobertas com Maria Eliane de Oliveira e Alessandra Cristina Vieira, companheiras de integrantes do PCC, durante abordagem na rodovia Raposo Tavares, próximo ao presídio de Presidente Venceslau (SP). De acordo com o inquérito policial, as mensagens codificadas autorizavam atentados contra um promotor de Justiça e um coordenador de segurança penitenciária envolvidos na transferência de Marcola.

Em sua argumentação, a defesa de Marcola pediu a anulação das provas, sustentando que a apreensão foi feita sem mandado de busca e configuraria violação de direitos constitucionais. O pedido, contudo, foi rejeitado pela ministra Daniela Teixeira, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que considerou legítima a abordagem diante da fundada suspeita de atividade criminosa.

As investigações revelaram que, além dos planos de assassinato, as cartas continham informações sobre negociações do tráfico de drogas e a movimentação financeira do PCC. Documentos citavam valores em reais, referências a pavilhões prisionais e atividades logísticas da organização criminosa.

O delegado Adalberto Gonini Junior, responsável pela investigação, destacou que as mulheres presas atuavam ativamente no repasse de informações estratégicas para a facção, alimentando a estrutura do crime organizado.

Condenações confirmadas

Em 2022, Maria Eliane e Alessandra Cristina foram condenadas a 4 anos e 6 meses de prisão em regime semiaberto por associação criminosa. Júlio César Figueira recebeu pena de 7 anos e 10 meses, enquanto Mauro César dos Santos Silva foi sentenciado a 8 anos e 9 meses de reclusão. Todos, incluindo Marcola, tiveram recursos negados pelo STJ em fevereiro deste ano.

As mensagens apreendidas foram decisivas para sustentar as condenações e reforçar o elo entre o líder do PCC e os atentados planejados contra autoridades públicas.

jornaldacidadeonline

19/01/2025

TÁ TUDO 'APARELHADO': GOVERNO LULA PAGOU PASSAGENS PARA DIRETORA DE ONG DO PCC

Diretora de “ONG do PCC” teve passagens pagas pelo governo

Luciene Neves Ferreira, diretora da organização não governamental Pacto Social e Carcerário, teve passagens aéreas no valor de R$ 1,1 mil pagas pelo governo federal para participar de uma audiência na Câmara dos Deputados. A ONG é investigada pela Polícia Federal por suspeita de ter vínculo com o Primeiro Comando da Capital, uma das principais facções do país.

Luciene participou da Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres, em 2016, saindo de São Paulo com destino a Brasília. Foi nessa ocasião que o governo federal, na época comandado por Dilma Rousseff, desembolsou a quantia para bancar as passagens.

Já entre 2020 e 2021, com a pandemia, Luciene recebeu R$ 4,6 mil em auxílio emergencial. Foram 10 parcelas que totalizaram o montante.

Batizada de Scream Fake, a operação foi deflagrada no dia 15 de janeiro e resultou em 12 pessoas presas. Entre elas, o vice-presidente da ONG. De acordo com as autoridades, todos os detidos são suspeitos de ligação com o PCC.

Segundo divulgado pela Polícia Civil de São Paulo, as suspeitas foram levantadas a partir de cartões de memórias e manuescritos que foram apreendidos com um visitante em um presídio do estado. Os itens revelavam ações do PCC em diferentes áreas da ONG, como saúde e financeiro.

A ONG, que nega as acusações, supostamente atuaria para promover denúncias para desestabilizar o sistema penitenciário. De acordo com o portal Metrópoles, a ONG atuava com coletes à prova de bala e armas.

O veículo destacou que a facção criminosa planejava ações para além de manifestações pacíficas do sistema carcerário, e que tais objetos foram apreendidos pela polícia em um esquema que supostamente tinha ligação com a ONG.

pleno.news

21/12/2024

ROMPE O SILÊNCIO DELEGADO CITADO POR DELATOR DO PCC

Delegado citado por delator do PCC rompe o silêncio

O delegado Fábio Pinheiro Lopes, conhecido como Fábio Caipira, demonstrou indignação nesta sexta-feira, 20, com a notícia de seu afastamento da direção do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), um dos órgãos mais importantes da Polícia Civil de São Paulo.

Em entrevista coletiva na sede da Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo, Caipira manifestou revolta. “Puto, puto. Não tem outra palavra. Uma injustiça. Tenho 32 anos de polícia. Você pode ver minha carreira, eu sempre trabalhei para a polícia”.

“É um mentiroso”, diz delegado, sobre delator do PCC

Em sua fala na sexta-feira 20, o policial disse: “Tenho uma história aqui dentro. Agora, por causa de um ‘puta’ de um mentiroso, a gente vai ser afastado”. Caipira, no entanto, afirmou que “tudo vai se esclarecer rapidamente”.

O governo paulista decidiu afastar o delegado depois que o seu nome apareceu na divulgação de trechos da delação de Antônio Vinicius Gritzbach, 38, assassinado em novembro enquanto saia do Aeroporto Internacional de São Paulo.

O delator do PCC, em depoimento ao Ministério Público, menciona o nome de Lopes, bem como o do deputado estadual Delegado Olim (PP) e o do ex-titular do 24º DP (Ponte Rasa) Murilo Fonseca Roque.

Conforme o delator, seu advogado fez uma proposta de acordo para Lopes, Olim e Roque beneficiá-lo em investigações do Deic. O empresário era o principal suspeito de mandar matar Anselmo Fausta, o Cara Preta, e mais um outro membro do PCC, em dezembro de 2021.

Governador estaria “chateado”

Caipira disse que o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) estaria “chateado” com os últimos acontecimentos relacionados à pasta de segurança pública e decidiu afastá-lo até que o caso seja esclarecido. O delegado acrescentou que o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, disse a ele que o órgão sabe que ele “não está envolvido no caso”.

O policial afirma que as acusações do empresário morto não se sustentam diante das provas que existem. Ele anunciou, ainda, que tanto ele como o deputado Delegado Olim vão processar o advogado do delator, Ramsés Benjamin Samuel Costa Gonçalves, por calúnia.