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10/04/2025

IMORAL: VIVA O SUS, O SUS É NOSSO!

Dinheiro do SUS é usado para bancar evento indígena

Não faltou dinheiro na 21ª edição do Acampamento Terra Livre, que tumultua o centro de Brasília desde segunda (7) e vai até amanhã. Já na entrada, SUVs e caminhonetes novinhas em folha eram sinais exteriores de riqueza. Parte da quizumba é bancada pelo Ministério da Saúde: a Agência Brasileira de Apoio à Gestão do SUS (AgSUS) despejou R$100 mil no evento. O dinheiro governamental foi para o caixa da organização “não governamental” (ONG) Articulação dos Povos Indígenas do Brasil. 

Diz o contrato que a grana é para bancar por cinco dias uma “Tenda de Cuidados e Ancestralidade”, instalada no acampamento.

Assina o contrato o diretor presidente da AgSUS, André Longo Araújo de Melo, ligado a petistas há um bom tempo.

Melo fez doações para campanha de deputado de Alexandre Padilha (PT-SP) em 2018. Hoje, Padilha é o ministro da Saúde, chefe de Melo.

20/05/2024

QUEM QUISER OPERAR PÊNIS E VAGINA PELO SUS, APROVEITA QUE LULA MUDOU CLASSIFICAÇÃO DE GÊNERO

Governo muda classificação de gênero para operar pênis e vagina no SUS

O Ministério da Saúde alterou a classificação de gênero em 269 procedimentos oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), passando a adotar a terminologia “para ambos os sexos”. Exames e cirurgias na vagina, por exemplo, agora poderão ser realizados também em pessoas do sexo masculino. O mesmo vale para exames e cirurgias no pênis, que poderão ser feitos em pessoas do sexo feminino. Segundo o governo Lula, a portaria tem objetivo de facilitar o acesso de pessoas trans aos serviços do SUS.

Essa relação do SUS também inclui serviços como pesquisa de espermatozóides, ultrassonografia de próstata, partos e curetagem pós-abortamento. A alteração foi feita na “Tabela de Procedimentos, Medicamentos, Órteses, Próteses e Materiais Especiais do SUS”.

De acordo com o Ministério da Saúde, a mudança busca atender a uma liminar concedida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamenal (ADPF) nº 787, impetrada pelo PT em 2021. Na ocasião, o partido de Lula questionou políticas públicas do governo federal para transgêneros.

A ADPF aponta que pessoas trans que mudaram de nome após a transição de sexo estariam sofrendo com entraves no acesso a procedimentos referentes ao sexo biológico. Com a alteração na classificação de sexo, os procedimentos agora podem ser realizados independentemente do gênero registrado no documento do paciente.

De acordo com a portaria da Secretaria de Atenção Especializada do Ministério da Saúde, a alteração inclui o tratamento hormonal preparatório para cirurgia de redesignação sexual, além da inserção e retirada de dispositivo intra-uterino (DIU), laqueadura, quimioterapia de ovário, próstata e testículos, entre outros procedimentos.

Clique no link abaixo e veja a matéria completa:

03/05/2024

'FAZUELI': SÃO INSUFICIENTES OS RECURSOS DO SUS PARA OS MUNICÍOIOS DO RN

Recursos do SUS para municípios do RN são insuficientes

O subfinanciamento de procedimentos no Sistema Único de Saúde (SUS) tem representado um gargalo importante para os municípios potiguares, de acordo com o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do RN (Cosems-RN) e de gestores ouvidos pela TRIBUNA DO NORTE durante congresso que reúne em Natal, desde a quarta-feira (1º), secretários de Saúde e prefeitos de diversas cidades do RN. O objetivo do evento é debater a ressignificação do SUS no Estado ao longo de 35 anos de atuação do Conselho. Segundo as fontes, a falta de repasses ou a insuficiência destes por parte do Estado e do Governo Federal, eleva os custos para os municípios para até 40% ao ano.

De acordo com a Constituição Federal, os municípios devem investir, no mínimo, 15% dos recursos arrecadados em ações e serviços públicos de saúde. O mesmo índice é estabelecido para o Governo Federal, enquanto cabe aos estados o investimento de 12%, no mínimo, de receita própria em ações na rede do Sistema Único de Saúde. A presidente do Cosems-RN, Maria Elisa Garcia, disse, no entanto, que o cenário atual é bem diferente. “Anos atrás o Ministério da Saúde investia em torno de 60% a 70% em ações no SUS. Hoje, esse percentual está em torno de 30% a 40%, o que gera uma carga para os municípios”, detalha.

O presidente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Hisham Hamida, explicou que a situação representa um desequilíbrio, onde a sobrecarga fica toda para as prefeituras. “Para se ter uma ideia, em 2023, os municípios brasileiros colocaram, como um todo, R$ 51 bilhões acima do mínimo constitucional”, detalhou. Em Natal, a contrapartida fica em torno de 40% ao ano, segundo a secretária-adjunta de Saúde, Rayanne Araújo. “Algumas instâncias são tripartites, como a Farmácia Básica, UPA e SAMU. Nesses casos, falta a contrapartida estadual”, afirma Araújo.

A secretária de Saúde de Mossoró, Morgana Dantas, aponta que os valores ofertados pelo SUS aos prestadores de serviços é pouco atrativo. Para não prejudicar a assistência, ela conta que o Município costuma inserir um complemento, o que eleva os investimentos próprios na rede. “A gente tem dificuldade de credenciamento para realização de cirurgias de média complexidade, porque os prestadores não têm interesse em operar pelo preço do SUS. E aí, é preciso pagar complementos. Mossoró investiu 33% de receita própria em 2023 na rede e, neste ano, esse índice já superou os 30%”, afirma.

A TRIBUNA DO NORTE procurou a Secretaria de Saúde Pública do RN (Sesap) e o Ministério da Saúde para comentar as declarações. A Sesap disse em nota que a questão do subfinanciamento do SUS é uma pauta de reivindicação também apontada pela Secretaria de Estado da Saúde Pública. “Tanto, que durante o ano de 2023, a partir de gestões junto ao Ministério da Saúde, a própria Sesap conquistou uma série de avanços em termos de financiamento para a rede estadual e para os municípios, no campo da média e alta complexidade”.

Segundo a Secretaria, para a média e alta complexidade foram recebidos quase R$ 200 milhões, enquanto que na atenção básica, por meio do programa +APS Potiguar, o RN alcançou um aumento de aproximadamente R$ 90 milhões para equipes de saúde da família, saúde bucal, agentes de saúde e outros. “A respeito de Natal, a Sesap esclarece que a situação é tratada em foro de processo judicial, no qual a Secretaria [Sesap] cumpre as determinações ali emitidas”, informou. O Ministério da Saúde não respondeu aos contatos feitos pela reportagem.

Fila para cirurgias eletivas ainda é gargalo no Estado

Outro problema comentado pelos gestores municipais é em relação à fila para cirurgias eletivas no Estado. “Os principais gargalos nesse ponto são as cirurgias de próstata, vascular e de tireoide. Tem pessoas há quatros, cinco anos na fila, porque o Estado não consegue modernizar a própria estrutura assistencial”, disse Maria Elisa, do Cosems.

Em Mossoró, para buscar reduzir a longa espera, o Município deu início ao credenciamento de dois hospitais para a realização dos procedimentos. “Temos uma média de 300 pacientes na fila de cirurgia geral e mais ou menos 400 pessoas para cirurgia ginecológica. Então, além da regulação do Estado, estamos publicando agora o credenciamento de dois hospitais diferentes que vão ajudar a reduzir as filas”, disse Morgana Dantas, secretária de Saúde da cidade.

Sobre o assunto, a Sesap afirmou que O Rio Grande do Norte, em 2023, bateu o recorde histórico de cirurgias eletivas realizadas sob gestão estadual, com mais de 14 mil procedimentos em mais de 40 estabelecimentos de saúde privados, estaduais ou municipais. “Dentro deste escopo, a respeito das cirurgias sob sua guarda dentro do programa nacional de redução de filas, a Sesap superou a meta inicial estipulada para o primeiro ciclo. Apenas em 2023, o investimento superou os R$ 75 milhões”, sublinhou a pasta.

“Desde 2019, a Sesap vem qualificando e ampliando os serviços de cirurgias eletivas. A partir da implantação do sistema Regula Cirurgias, pela primeira vez no RN pode se ter acesso pleno, controle e transparência no que tange a cirurgias eletivas, dando total informação às secretarias de Estado e municipais de saúde e também aos pacientes. Some-se a isso, a concentração das listas cirúrgicas em um só espaço, o que proporciona mais agilidade e eficiência no trato dos pacientes e dos recursos aplicados, e também a incorporação de novos procedimentos, como as cirurgias eletivas cardíacas e ortopédicas”, disse a Sesap, sem dar detalhes sobre a quantidade de pessoas à espera de um procedimento.

Esses e outros desafios do SUS são destaques no XVI Congresso de Prefeituras e Secretarias Municipais de Saúde do RN, que acontece até esta sexta-feira (3) em Natal. O evento conta com mais de 900 participantes, os quais debatem reflexões, trocam experiências e encaminhamentos que buscam o diálogo, a resolutividade e a comunicação entre os 167 municípios potiguares no âmbito do SUS. “É um evento de extrema importância, em um momento onde secretários podem ofertar conhecimento e trazer experiências, inclusive, de outros estados”, disse Hisham Hamida, presidente do Conasems.

14/02/2024

SUS: PACIENTE QUE MARCA CONSULTA E NÃO COMPARECE CAUSA GRANDES PREJUÍZOS - SE LIGA

Pacientes que faltam e não desmarcam o atendimento prejudicam quem depende do SUS

Três em cada dez pacientes que têm uma consulta ou um exame marcado no SUS faltam e não desmarcam o atendimento. Essa prática acaba prejudicando quem depende da rede pública.

Uma fila que demora para andar. Desde fevereiro de 2023, a diarista Marinalva Maria Carvalho Silva espera por uma consulta com um dermatologista pelo SUS em São Paulo. Conseguiu uma data só de atendimento online para o dia 19 de fevereiro.

“Estou com uma mancha nas costas que coça muito e estou esperando uma vaga há um ano pelo postinho. Eu acho uma falta de respeito”, afirma.

Na tela do computador, um outro lado do problema. Enquanto muitos esperam, tem paciente que não aparece no dia marcado.

“A demanda de atendimento ela é muito grande. E quando as pessoas não avisam, a gente tem esse problema com a agenda”, conta Jussara de Oliveira Lima, gerente de unidade de saúde.

Esse não é o único motivo para espera por atendimento na rede pública, mas em um sistema que já tem muita procura por consultas, faltar e não avisar atrapalha. O paciente que não aparece pega o horário de outros, aumentando para eles ainda mais a demora.

Em um posto, os atendentes sempre alertam que é preciso desmarcar e que dá para fazer isso por telefone ou pelo aplicativo da Prefeitura de São Paulo. Mas nem sempre resolve. O posto colocou até cartaz para conscientizar.

Em janeiro, de mais de 3,1 mil pacientes com consulta agendada na unidade, 1,2 mil faltaram. A gerente Pâmela Aparecida de Souza, que está com a consulta dos filhos marcada só para abril, não sabia que tanta gente fazia isso.

“É muito sem responsabilidade. Tem que pensar no próximo também”, afirma.

Um levantamento da produção do Jornal Nacional em 20 capitais mostrou que em 2023, em média, de cada dez pacientes com consulta ou exame agendado, três faltaram e não desmarcaram.

No Recife, a Secretaria de Saúde está fazendo campanha para diminuir as faltas e diz que telefona para confirmar a consulta ou exame.

“Nós estamos investindo muito nesse processo de estar chegando mais próximo do usuário. A gente percebeu que houve uma diminuição importante de ausências. Chegava a uma perda de 60%. Hoje, está em um patamar em torno de 45% para consultas e 35%, mais ou menos, para exames”, conta Roseane Lemos, gerente de Regulação do Recife.

Em algumas capitais dá para cancelar a consulta pelo aplicativo da Secretaria Municipal de Saúde, como em Curitiba. Mas lá há um limite para as faltas.

“Ele pode cancelar e, se ele cancelar por mais outras duas vezes, na outra vez ele já vai ter que reiniciar o seu processo, um novo encaminhamento para aquela especialidade que foi reservada a consulta”, explica Beatriz Battistella, secretária de Saúde de Curitiba.

Segundo o presidente do Conselho Nacional das Secretarias Municipais de Saúde, manter o cadastro atualizado permite que os agentes entrem em contato para confirmar as consultas. Hisham Hamida lembra que as ausências também representam prejuízo.

“A partir do momento que o usuário, a comunidade, não utiliza mesmo agendado, eu estou tendo um desperdício de recurso público naquele momento. Esse desperdício tem um comprometimento muito grande no orçamento geral do SUS, que é um patrimônio de todos e que a gente tem que ter um cuidado para não ter desperdício”, afirma Hisham Hamida, presidente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde.

g1.globo

04/12/2023

PROJETO: REVISÃO ANUAL DE PAGAMENTO DOS SERVIÇOS PRESTADOS AOS SUS - SENADO ANALISA AMANHÃ (05/12)

Senado vota projeto que prevê revisão anual de pagamento dos serviços prestados ao SUS

O Plenário do Senado se reúne nesta terça-feira (5) para analisar o projeto de lei que estabelece a revisão anual do pagamento dos serviços privados oferecidos ao Sistema Único de Saúde (SUS). O início da sessão está previsto para às 14h.

O PL 1.435/2022, da Câmara dos Deputados, recebeu parecer favorável do relator, senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), quando tramitou na Comissão de Assuntos Sociais (CAS).

A proposta modifica a Lei Orgânica da Saúde (Lei 8.080, de 1990) para prever que, quando os recursos do SUS forem insuficientes, o sistema deverá recorrer aos serviços privados, em especial aos hospitais filantrópicos, para atender a população.

O projeto estabelece, ainda, que os valores pagos pelos suporte dessas entidades serão revistos anualmente, em dezembro, de acordo com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

26/11/2023

ISSO PODE, ARNALDO?: BRASIL TEM 200 MILHÕES DE HABITANTES E 340 MILHÕES DE CADASTROS NO SUS

SUS tem 140 milhões de cadastros a mais do que a população do Brasil

O Sistema Único de Saúde (SUS) possui 340 milhões de cadastros ativos, segundo o Ministério da Saúde informou à coluna. O número é muito superior à quantidade de pessoas que vivem no país. O último Censo, divulgado em junho deste ano, apontou que o Brasil tem 203 milhões de habitantes.

O Ministério da Saúde justificou que o número de cadastros ativos ultrapassa a estimativa populacional devido à universalização do atendimento, que abrange usuários estrangeiros e registros de óbitos. A pasta declarou que os cadastros duplicados decorrem da “prioridade do SUS em assegurar atendimento a todos, mesmo em situações em que os pacientes não podem fornecer dados completos no momento do atendimento”.

Em janeiro, Lula sancionou a lei que torna o CPF o único número do registro geral no Brasil. O texto prevê que os sistemas de órgãos públicos, entre eles o SUS, devem se adequar à medida em um prazo de 12 meses.

O deputado Julio Lopes, do PP do Rio de Janeiro, levou o problema do SUS para o presidente do Tribunal de Contas da União, Bruno Dantas, e disse que acionará o STF contra o governo. “Não existe demonstração de desordem e de falta de controle maior do que isso”, afirmou.

A falta de controle nos cadastros do SUS prejudica o monitoramento dos serviços médicos prestados no país e pode levar à distorção dos dados da saúde. Também torna mais difícil a fiscalização contra procedimentos fraudulentos e desvios de medicamentos.

O Ministério da Saúde afirmou que “continua trabalhando na vinculação de cadastros duplicados assim que obtém dados suficientes para garantir a identificação precisa do usuário, reforçando o seu compromisso com a eficiência e transparência na gestão dessas informações”.

Metrópole

09/04/2023

RELATÓRIO MOSTRA QUE 73 MIL PACIENTES FICAM SEM RADIOTERAPIA POR ANO NO SUS

73 mil pacientes ficam sem radioterapia por ano no SUS, mostra relatório

Uma média de 73 mil pacientes com câncer não têm acesso à radioterapia no SUS a cada ano. Entre 2008 e 2022, a soma chega a 1,1 milhão, o que pode ter sido causa direta de mais de 110 mil mortes, revela documento da SBRT (Sociedade Brasileira de Radioterapia) entregue ao Ministério da Saúde.

Nesse período, a incidência acumulada de câncer no Brasil foi de 6,2 milhões de casos novos. Em alguma fase da doença, cerca de 60% dos pacientes vão precisar de radioterapia, que é um dos pilares do tratamento oncológico, ao lado das cirurgias, da quimioterapia e, mais recentemente, da imunoterapia.

O relatório, feito em parceria com a Fundação Dom Cabral, mostra que, nesses 15 anos, 1,7 milhão de pacientes receberam tratamento nos serviços públicos ante uma demanda estimada de 2,8 milhões. Cerca de 75% dos pacientes dependem exclusivamente do SUS. Outros estudos já demonstraram a desigualdade no acesso a diagnóstico e tratamento oncológico no país.

“Não ter acesso à radioterapia é um problema gravíssimo, tanto para o paciente, que vai sofrer sem um tratamento adequado e a doença vai progredir, quanto para o país, que terá custos maiores para tratar a doença avançada”, diz médico rádio-oncologista Marcus Simões Castilho, presidente da SBRT.

Os gargalos são vários, entre os quais o número insuficiente de aparelhos de radioterapia no SUS, muitos dos quais já obsoletos, e a defasagem da tabela SUS para pagamento dos tratamentos. Em última instância, além da falta de acesso, isso resulta em terapias ultrapassadas e menos eficazes.

Em 2012, eram pagos pelo Ministério da Saúde US$ 1.567 (R$ 7.960) por tratamento. Em 2022, foram US$ 831 (R$ 4.221). Em uma década, houve 80% de inflação acumulada e 150% de desvalorização do câmbio.

“Faltam recursos financeiros na quantidade adequada para que as instituições possam se sustentar, manter atualizados os seus parques tecnológicos e entregar um tratamento de qualidade”, reforça Castilho.

O Ministério da Saúde lançou em 2012 um plano de expansão em radioterapia do SUS, mas, dez anos depois, só conseguiu instalar pouco mais da metade do total de aceleradores lineares proposto no projeto.

Das 91 novas instalações previstas, foram concluídas 58. Dessas, 53 estão com licença de operação e cinco aguardam a tramitação de documentos e licença da CNEN (Comissão Nacional de Energia Nuclear).

“Além de a gente não conseguido colocar aqueles equipamentos em funcionamento, os que estão aí já precisam ser repostos, tanto em tecnologia quanto para substituir os velhos, que não têm mais condição.”

Segundo o relatório, na última década, o crescimento de aceleradores nucleares foi de 17%, enquanto a alta da incidência de câncer foi 32%, ou seja, quase o dobro. A projeção é que, para 2030, o país vá precisar de 230 novos equipamentos. Castilho defende que haja mais parcerias com a iniciativa privada.

“Uma radioterapia para [câncer] de mama já pode ser feita em cinco sessões. No passado, precisávamos de 25 a 30 sessões”, explica rádio-oncologista Renato Pierre Lima, do Hospital Haroldo Juaçaba, de Fortaleza (CE), ligado ao Instituto do Câncer, uma das referências oncológicas no Norte-Nordeste.

O médico se refere à radioterapia hipofracionada, que reduz muito o tempo do tratamento. De acordo com o relatório, ela está presente em 67% dos serviços radioterápicos que atendem exclusivamente pacientes do SUS e em 88% daqueles exclusivos da saúde suplementar.

Segundo Lima, seus pacientes do SUS só têm acesso a essa tecnologia porque o hospital investe recursos próprios na atualização das máquinas. Muitos dos doentes vêm de longe. É o caso do aposentado Francisco Nascimento Silva, 73, de Ibicuitinga (CE), cidade que fica a três horas da capital cearense.

Silva está em tratamento de um tumor de próstata e passou por cinco sessões seguidas de radioterapia. “Ajuda muito o tratamento ser mais curto. Essas viagens são muito cansativas para o meu pai, que já está debilitado pela doença”, diz a filha Almerinda, 37.

“Não precisa ser muito inteligente para perceber quanto isso impacta na redução de custos e também na acessibilidade aos serviços. Radioterapia com alta tecnologia está relacionada a tratamentos com menor toxicidade e, em algumas vezes, com melhores desfechos clínicos”, diz Gustavo Nader Marta, rádio-oncologista do Hospital Sírio-Libanês (SP).

A radioterapia de intensidade modulada (IMRT), que gera maiores doses de radiação no tumor e menores nos tecidos sadios, está em 21% dos serviços do SUS e em 77% dos que atendem só planos de saúde.

Outra técnica que permite mais precisão do feixe, com menor irradiação dos tecidos sadios, a radioterapia guiada por imagem (IGRT) é oferecida em 14% dos serviços do SUS e em 57% dos da rede suplementar.

Outro problema, segundo Marta, é que os tratamentos do SUS são pagos em pacotes preestabelecidos, sem levar em conta se uma instituição oferece ou não uma técnica mais adequada que a outra.

“Em vez de empacotar, o governo deveria hierarquizar os procedimentos, reconhecendo as diferentes tecnologias. Paga-se exatamente igual aos serviços que têm as tecnologias mais rudimentares e os que tentam oferecer uma radioterapia de qualidade.” Na saúde suplementar, existe essa hierarquização.

No relatório, a SBRT sugere mudanças nesse modelo, iniciado em 2019, além de reajuste do financiamento do setor, congelado desde 2010.

Segundo Castilho, o documento já foi apresentado e discutido em várias reuniões no conselho do Inca (Instituto Nacional do Câncer) em 2022, e o relatório final foi apresentado no fim do ano ao ministério.

Helvécio Magalhães Júnior, secretário da Atenção Especializada do Ministério da Saúde, diz que a atual gestão está discutindo vários pontos que constam no relatório da SBRT.

Um dos autores do plano de expansão da radioterapia, em 2012, ele diz que não houve avanço porque a área oncológica não foi prioridade do governo federal nos últimos anos. “Ninguém tomou conta.”

O secretário afirma que sua equipe tem analisado cada um dos contratos dos cerca de 460 prestadores na área oncológica e que haverá um “grande investimento” (não especificou valores) para atualizar os aparelhos de radioterapia, uma vez que na última década a tecnologia foi muito aprimorada.

Sobre a desatualização da tabela SUS, ele diz que essa é uma queixa é histórica, mas que não há previsão de rever esses valores por enquanto. “Vamos sim colocar recursos federais para equilibrar os contratos com os prestadores, especialmente os filantrópicos.”

Outra proposta é individualizar dentro das Apacs (autorização de procedimentos ambulatoriais) e das AIHs (autorização de internações hospitalares) os valores dos produtos que serão utilizados, remunerando de forma diferenciada a instituição que trabalha com tecnologias mais atualizadas.

Folhapress