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30/09/2025

CONTAS PÚBLICAS CONTINUAM 'ARROMBADAS'

Contas públicas têm déficit de R$ 17,3 bilhões em agosto; acumulado em 2025 é de R$ 61,792 bilhões negativos

As contas públicas fecharam o mês de agosto com saldo negativo, com déficit em todas as esferas de governo. O setor público consolidado – formado por União, estados, municípios e empresas estatais – registrou déficit primário de R$ 17,255 bilhões no mês passado.

Entretanto, houve redução no déficit do mês em relação a agosto de 2024, quando as contas fecharam com R$ 21,425 bilhões negativos. Nessa comparação interanual houve crescimento das receitas em ritmo maior que as despesas.

As Estatísticas Fiscais foram divulgadas nesta terça-feira (30) pelo Banco Central (BC). O déficit primário representa o resultado negativo das contas do setor público (despesas menos receitas), desconsiderando o pagamento dos juros da dívida pública.

No acumulado de 2025, o setor público consolidado registra resultado negativo de R$ 61,792 bilhões. Nos oito primeiros meses do ano passado, esse acumulado chegava a um déficit de R$ 86,222 bilhões.

Em 12 meses – encerrados em agosto – as contas acumulam resultado negativo de R$ 23,123 bilhões, o que corresponde a 0,19% do Produto Interno Bruto (PIB, a soma de todos os bens e serviços produzidos no país).

Em 2024, as contas públicas fecharam o ano com déficit primário de R$ 47,553 bilhões, 0,4% do PIB.

Esferas de governo

Em agosto último, a conta do Governo Central teve déficit primário de R$ 15,934 bilhões ante resultado negativo de R$ 22,329 bilhões em agosto de 2024. O montante difere do resultado divulgado nesta segunda-feira (29) pelo Tesouro Nacional, de déficit de R$ 15,6 bilhões, porque o BC usa uma metodologia diferente, que leva em conta a variação da dívida dos entes públicos.

Contribuindo para aumentar o déficit das contas públicas, os governos regionais – estaduais e municipais – tiveram déficit de R$ 1,314 bilhão em agosto passado contra resultado positivo de R$ 435 milhões no mesmo mês de 2024.

As empresas estatais federais, estaduais e municipais – excluídas dos grupos Petrobras e Eletrobras – também contribuíram para o aumento do déficit das contas consolidadas, com o resultado negativo de R$ 6 milhões em agosto. No mesmo mês de 2024, houve superávit de R$ 469 milhões.

Agência Brasil

22/09/2025

DREX: MOEDA DIGITAL BRASILEIRA QUE DEVERÁ ENTRAR EM VIGOR A PARTIR DE JANEIRO/26

Drex foi criado pelo BC, que é independente do governo, e não acaba com a poupança

O Drex, versão digital do real brasileiro, não foi criado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, não substituirá o dinheiro em espécie e nem impedirá que os brasileiros mantenham contas de poupança em bancos, ao contrário do que afirmam vídeos publicados no TikTok e no Instagram.

As postagens investigadas alegam que, quando implementado, o Drex eliminará cédulas e moedas, permitirá ao governo monitorar todas as transações, impedirá o acúmulo de recursos e ainda fará o dinheiro “expirar”, restringindo o uso a determinadas localidades, em um modelo comparado a “países socialistas”. Também indicam que entraria em vigor em janeiro de 2026. Nenhuma dessas informações encontra respaldo em documentos oficiais.

Em resposta ao Comprova, o Banco Central afirmou que é o responsável pelo desenvolvimento do Drex e destacou que o projeto é conduzido pela autarquia, sem envolvimento da Presidência; não terá impacto sobre a manutenção de poupança; e segue em fase de testes.

Em fevereiro de 2025, o BC publicou o Relatório da 1ª fase do Piloto Drex, abordando arquitetura, privacidade e segurança. Verificado pelo Comprova, o documento não menciona qualquer plano de substituir o dinheiro físico, impedir poupança ou restringir o uso da moeda, como alegam as postagens.

O relatório da 2ª fase, que reuniu casos de uso propostos por instituições financeiras e empresas de tecnologia, está em elaboração e deve ser divulgado em breve, segundo a instituição. Já a 3ª fase, prevista para começar ainda em 2025, terá como foco principal a eficiência no uso de ativos como garantia em operações de crédito.

A autora dos posts verificados afirma ainda que o “dinheiro em papel vai acabar”, mas segundo o BC, o Drex será uma opção adicional ao real físico, operado em plataforma digital e intermediado por instituições financeiras autorizadas. O objetivo é ampliar a eficiência e a segurança das transações, com uso de contratos inteligentes que só concluem uma operação quando todas as condições forem cumpridas. Trata-se, portanto, de uma opção adicional, e não um substituto para cédulas, moedas ou contas já existentes.

Quem criou o conteúdo investigado pelo Comprova

Os vídeos com as alegações sobre o Drex foram publicados em 3 de setembro pela influenciadora Carla Cout, que se apresenta como missionária, comunicadora, cantora e terapeuta. Ela mantém o perfil @carlacoutoficial1 no TikTok, com mais de 136 mil seguidores e 891 mil curtidas, e o perfil @carlacoutoficial no Instagram, com cerca de 2,8 mil seguidores. Nas descrições, afirma ser “militante da direita e do bolsonarismo”.

Clique no link abaixo e veja a matéria completa:

https://www.estadao.com.br/estadao-verifica/drex-lula-acaba-dinheiro-fisico-poupanca-enganoso/?srsltid=AfmBOooIKUlbPoTpwhRHF8FwaoKmO2ePohXvWFLMogKZuzJtAvCL70at

14/09/2025

'PELASCARIDADE': O AJUSTE FISCAL À CUSTA DOS MAIS POBRES

O ajuste fiscal do pai dos pobres

Governo Lula está tentando fazer o ajuste fiscal pela coluna errada

Recentemente, circulou em diversos meios de comunicação a notícia de que a “taxa das blusinhas” causou uma redução de 35% nas compras feitas pelas classes C, D, e E, o que significa que 14 milhões de brasileiros deixaram de adquirir produtos em sites estrangeiros.

A redução no consumo, no entanto, não impediu uma arrecadação satisfatória para o governo Lula. A expectativa era de arrecadar R$ 700 milhões anuais com a medida, mas tem sido até mais do que isso (uma média de R$ 175,8 milhões mensais). Ou seja, o Poder Executivo está arrecadando mais à custa dos mais pobres, que deixaram de consumir esse tipo de produto.

Agora, as “blusinhas” ficam ao alcance somente das classes A e B. Quem olha os números brutos, da arrecadação total, pode até comemorar. É fato, o Ministério da Fazenda bate recordes na arrecadação — em julho, alcançou R$ 254,2 bilhões, o maior número para a série histórica iniciada em 1995. Todavia, isso não significa que as contas estejam no rumo certo. Conforme dados divulgados mais recentemente, o setor público consolidou um déficit primário de R$ 66,6 bilhões em julho (o pior resultado para o mês desde a pandemia), fazendo a dívida pública avançar para 77,6% do PIB.

Ou seja, ao mesmo tempo em que o Palácio do Planalto bate recorde de arrecadação para julho, esse também foi o mês com o pior déficit desde a pandemia, quando os custos extraordinários foram enormes, sem necessidade de maiores explicações em razão da emergência sanitária.

É evidente, portanto, que o governo está tentando fazer o ajuste fiscal pela coluna errada, que é a da receita. E o pior, está fazendo isso à custa dos mais pobres, que agora nem comprar roupa barata podem mais. Enquanto o ajuste não for direcionado para a coluna das despesas, o país estará no rumo equivocado, e fará com que os mais pobres dependam cada vez mais de benefícios estatais, como o programa de gás gratuito também recentemente lançado pelo governo.

Isto é, o Estado é predatório na arrecadação, gasta muito e mal, prejudica a atividade econômica dos mais pobres e, para compensar, tenta fazê-lo por meio da concessão de benefícios. Essas decisões somente acentuam a necessidade de arrecadar mais, pois em momento algum há bom senso ou autocrítica de que a diminuição de impostos é a melhor forma de mover a economia.

revistaoeste

13/09/2025

SOFRÊNCIA: ESTUDO APONTA RN COM O QUINTO MENOR SALÁRIO MÉDIO DE ADMISSÃO DO BRASIL

RN tem quinto menor salário médio de admissão do país, aponta estudo

O salário médio de admissão no Brasil apresentou avanço real de 2,0% em 2024, alcançando R$ 2.178, segundo o estudo “Raio-X do Salário de Admissão”, divulgado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN). Apesar da melhora nacional, o Rio Grande do Norte aparece apenas na 23ª posição entre os 26 estados e o Distrito Federal, com média salarial de R$ 1.760 e aumento de apenas 0,8% comparado a 2023, ficando à frente apenas de Alagoas (R$ 1.753), Amapá (R$ 1.725), Roraima (R$ 1.715) e Acre (R$ 1.700). O desempenho coloca o Estado no grupo de remunerações iniciais mais baixas do país, cenário que acende o alerta para os efeitos sobre o consumo e o desenvolvimento econômico.

O levantamento mostra que as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste concentram os maiores salários médios de admissão, reflexo da maior presença de setores industriais, tecnológicos e de serviços financeiros. São Paulo lidera o ranking, com R$ 2.473, seguido pelo Distrito Federal (R$ 2.284) e Rio de Janeiro (R$ 2.223). Já no Nordeste, a realidade é marcada por disparidades: enquanto o Ceará, por exemplo, apresenta rendimento médio de admissão em R$ 1.927, ainda abaixo da média nacional, o Estado de Alagoas ocupa a pior posição na região, com os admitidos recebendo uma média de R$ 1.753, uma diferença de R$ 174,00 ante os cearenses.

Dentro desse cenário, Helder Cavalcanti, economista e conselheiro do Conselho Regional de Economia (Corecon-RN), destaca que o salário é um instrumento de aceleração do processo de crescimento. “À medida que alguém começa a receber salário, passa a ter um poder de compra e isso faz a moeda circular na economia. Essa pessoa vai alugar uma casa, comprar alimentação, usar o transporte e isso vai gerando novos mercados e possibilidades de rendimento para outras pessoas”, afirma.

Por outro lado, no contexto de uma baixa remuneração inicial, esse efeito multiplicador se restringe. “Com um salário mais baixo, esse impacto é negativo, porque limita o consumo. Quanto maior o salário, mais poder de compra, mais alguém é colocado nessa cadeia produtiva. Você deixa de consumir o básico para adquirir um objeto de desejo e a cadeia se fortalece mais ainda. A circulação da moeda traz todos esses aspectos, desde a arrecadação de impostos até a geração de novas oportunidades no mercado de trabalho”, acrescenta.

O estudo da FIRJAN indica que os setores que oferecem as melhores remunerações médias de admissão no país são a Indústria (R$ 2.310) e os Serviços (R$ 2.250), ambos acima da média nacional. Já Agropecuária (R$ 2.011) e Comércio (R$ 1.926) apresentam patamares mais baixos. A explicação para as diferenças regionais está na concentração de atividades econômicas de maior valor agregado, como a tecnologia da informação, a engenharia, a extração mineral e os serviços financeiros.

“O mercado de trabalho é sensível: responde a qualquer impacto. Então, precisamos de mais incentivos para atrair indústrias e criar um ambiente atrativo ao investidor”, observa Helder.

Outro ponto levantado pelo economista é a informalidade, que tem absorvido parte da mão de obra diante dos salários iniciais mais baixos. Motoristas por aplicativos, prestadores de serviços autônomos e trabalhadores por conta própria representam uma fatia crescente no RN, com impactos diretos sobre a arrecadação.

Indústria paga acima da média no RN

Na avaliação da Federação das Indústrias do RN (FIERN), é preciso observar que o tamanho do mercado consumidor potiguar, o perfil predominante de empresas micro e pequenas e os custos logísticos envolvidos na distribuição de produtos para outros estados desenham um cenário desafiador para que as empresas locais consigam ser competitivas em seus salários iniciais.

Apesar disso, Indicadores do Observatório da Indústria MaisRN apontam que, diferentemente do dado geral, quando se faz o recorte do salário pago pela indústria potiguar, o setor alcança um salário médio de R$ 2.629,89, superando a média nacional de R$ 2.310,00, reforçando a conclusão do estudo da FIRJAN de que as indústrias pagam salários mais altos que os demais setores.

“A média potiguar relativamente superior à nacional é resultado das atividades petrolíferas, que, em média, pagam aproximadamente R$ 15.380,00. Além desse setor, também se destacam: fabricação de máquinas e equipamentos elétricos (R$ 8.505,17); eletricidade e gás (R$ 8.034,64); captação, tratamento e distribuição de águas (R$ 7.584,75); e extração de minerais (R$ 5.550,81)”, disse a FIERN por meio de nota.

Outro setor que se destaca na questão salarial é o da energia eólica, de acordo com a FIERN. Pesquisa do Observatório da Indústria MaisRN já indica que municípios e regiões produtoras conseguiram alcançar médias salariais superiores às das regiões não produtoras. “Para a operação, o setor exige equipes multidisciplinares com formação qualificada, que vão desde engenheiros até assistentes sociais, biólogos e ecólogos, permanecendo em atuação mesmo após a fase de construção”, explica.

A Federação das Indústrias pontua, no entanto, que confiança do setor produtivo na economia potiguar, medida por meio do ICEI (Índice de Confiança do Empresário Industrial), aponta para uma “queda consistente” que vem ocorrendo desde janeiro de 2024, passando de 60,6 pontos (janeiro/2024) para 53,2 pontos (agosto/2025), o que significa que investimentos, expansões e novas contratações estão se tornando cada vez mais difíceis.

“Assim, estamos em um período de baixas expectativas e menor geração de empregos, o que desenha um cenário em que aumentar os salários iniciais se torna excessivamente custoso para empresas que já buscam alternativas para se manterem ativas diante desse contexto mais desafiador no Rio Grande do Norte”, sublinha a FIERN.

Para elevar os salários médios do RN, e retirá-lo da lista dos estados com menores remunerações, a FIERN destaca ser “essencial adotar políticas públicas integradas que priorizem a educação, promovam a inovação e modernizem o ambiente regulatório, alinhando-se às vocações econômicas do estado”.

Qualificação como vetor de mudança

De acordo com o levantamento da FIRJAN, 77% das ocupações registraram aumento real nos salários de admissão em 2024, destacando a retomada de uma tendência positiva após anos de retração. A FIRJAN ressalta que engenharias, tecnologia e inovação continuam a figurar entre as áreas mais valorizadas, com salários iniciais que ultrapassam a marca dos R$ 10 mil em alguns segmentos, como engenheiros de computação (R$ 13.794) e engenheiros químicos (R$ 11.181).

Para Raniery Pimenta, diretor regional do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial no RN (Senac-RN), os dados demonstram que é preciso investir em qualificação. “Embora os números mostrem um desafio, vemos isso como uma oportunidade de transformação. Desenvolver novas competências, sobretudo nas áreas mais inovadoras, dá ao trabalhador a chance de disputar vagas melhores e com remunerações mais altas”, destaca.

Somente em 2024, foram mais de 33 mil vagas ofertadas em cursos técnicos e de qualificação, um aumento de 20% em relação a 2023, sendo 17 mil através do Programa Senac de Gratuidade (PSG). O diretor ressalta que há grande espaço de crescimento quando o trabalhador investe em competências comportamentais, as chamadas soft skills, como comunicação, relacionamento com o cliente, liderança e visão de negócio.

“Neste ano, mais de 2 mil pessoas, entre público externo e alunos egressos do Senac, foram contratadas por meio da realização de processos seletivos de emprego em parceria com empresas de diversos segmentos do Comércio e de Serviços. Em 2024, mais de 3 mil pessoas foram encaminhadas para o mercado de trabalho. Essas iniciativas mostram que, quando unimos educação de qualidade e oportunidades reais, conseguimos mudar trajetórias de vida”, destaca Raniery Pimenta. “Quando empresa e trabalhador crescem juntos, toda a economia do nosso estado se beneficia”, acrescenta o diretor regional do Senac-RN.

No detalhamento por setores, os salários iniciais de serviços mais elevados aparecem em segmentos como exploração de jogos de azar e apostas (R$ 9.301), serviços financeiros (R$ 5.179) e tecnologia da informação (R$ 4.927), além de pesquisa e desenvolvimento científico (R$ 4.861). Na indústria, atividades como a extração de petróleo e gás natural, com média de R$ 9.104, e a fabricação de produtos farmoquímicos e farmacêuticos, com R$ 4.186, figuram entre as mais bem pagas.

O levantamento também aponta que, apesar da tendência de alta no país, alguns estados tiveram desempenho reduzido na variação dos salários de admissão entre 2023 e 2024. O Rio de Janeiro foi o único a registrar retração, com queda de 0,4%, enquanto Ceará e Pará ficaram praticamente estáveis, ambos com aumento de apenas 0,1%. Já Acre e Bahia registraram crescimento de 0,9%, próximo dos 0,8% do Rio Grande do Norte.

LEVANTAMENTO

Raio-X do Salário de Admissão, estudo divulgado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN)



TN

TURISMO NO RN VAI DE MAL A PIOR

Atividades turísticas do RN caem 2,7% em julho, quarto resultado negativo seguido

Em julho, o índice de volume de atividades turísticas do Rio Grande do Norte recuou 2,7% em relação ao mês de junho. Esse é o quarto mês consecutivo que o número fica em patamares negativos no ano de 2025. O desempenho do setor turístico potiguar no mês também foi o pior entre os estados da Região Nordeste e o quarto pior do País, atrás apenas de Amazonas (-5,9%), Pará (-3,3%) e Goiás (-2,9%).

As informações são da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada nessa sexta-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O índice de volume das atividades turísticas do RN para o mês de julho permanece negativo desde 2023, mas foi menor no ano passado (-1,4%). Apesar da queda em volume, a receita nominal do turismo apresentou uma variação positiva de 1,6% em julho deste ano. Em receita, o resultado potiguar foi o menor entre os cinco estados do Nordeste pesquisados pelo IBGE, ao lado da Bahia (1,6%).

No acumulado de janeiro a julho deste ano, o volume de atividades turísticas no estado teve expansão de 5,4% em relação ao mesmo período de 2024. O resultado positivo foi acompanhado por um crescimento de 13,2% em receita nominal. Já a variação acumulada dos últimos 12 meses foi ainda maior: 7,4% em volume de atividades e 14% em receita nominal, em relação ao período anterior de 12 meses.

A nível nacional, o índice de atividades turísticas recuou 0,7% frente ao mês imediatamente anterior, terceiro resultado negativo seguido, período em que acumulou uma perda de 2,3%. Regionalmente, 10 dos 17 locais pesquisados acompanharam este movimento de queda verificado na atividade turística nacional (-0,7%). A influência negativa mais relevante ficou com Rio de Janeiro (-2,5%), seguido por Bahia (-2,1%) e Amazonas (-5,9%). Em sentido oposto, São Paulo (0,6%) liderou os ganhos do turismo neste mês, seguido por Paraná (2,0%) e Minas Gerais (1,1%).

Setor de serviços tem variações negativas em receita e volume em julho Os índices ficaram negativos para volume e para receita nominal de serviços no mês de julho no Rio Grande do Norte: -1,6% e -2,5%, respectivamente. Esses são os primeiros resultados negativos após dois meses seguidos de variação positiva. Os percentuais são em relação ao mês de junho e consideram ajuste sazonal.

O resultado potiguar nos dois índices coloca o estado na quarta posição entre os estados com piores desempenhos do País, a frente apenas de Tocantins (-3,5%), Mato Grosso (-3%) e Amazonas (-2,4%) em receita, e Tocantins (-3,6%), Amazonas (-3,5%) e Amapá (-3%) em volume.

A variação também foi negativa na comparação com o julho de 2024, que resultou em uma queda de 4,3%. Na mesma comparação, o índice de receita apresentou variação positiva de 0,4%.

No ano, o setor de serviços potiguar acumula alta de 4,7% em volume e 10,1% em receita, em relação ao mesmo período de 2024. O acumulado em 12 meses também foi de altas, com 6,9% para volume de serviços e 11,9% para receita nominal. Apesar dos resultados positivos, os dados apontam redução do ritmo de crescimento frente ao observado em junho de 2025.

Sobre a PMS

A Pesquisa Mensal de Serviços tem como objetivo produzir indicadores que permitam acompanhar o comportamento conjuntural dos principais segmentos empresariais não-financeiros do setor de serviços, excluindo-se os da saúde e da educação, complementando, através da análise de curto prazo, o mapeamento da estrutura das atividades de serviços no País, efetuado pela Pesquisa Anual de Serviços – PAS.

Os resultados completos da pesquisa podem ser consultados na página da pesquisa no Sistema IBGE de Recuperação Automática (Sidra), por meio do link: https://sidra.ibge.gov.br/pesquisa/pms/tabelas. A próxima divulgação da PMS, referente a agosto de 2025, está programada para o dia 14 de outubro.

TN

12/09/2025

EMPRESAS NEGATIVADAS NO BRASIL CHEGA A 8 MILHÕES - RECORDE HISTÓRICO SEGUNDO SERASA EXPERIAN

Recorde histórico: Brasil registra 8 milhões de empresas negativadas, segundo Serasa Experian

O Brasil chegou ao recorde de 8 milhões de CNPJs negativados em julho de 2025. A informação foi divulgada nesta sexta-feira, 12, pelo Indicador de Inadimplência das Empresas, da Serasa Experian.

Pelo sétimo mês consecutivo, a inadimplência das empresas bateu o recorde da série história, registrando um aumento de mais de 200 mil negócios desde junho e de 1,1 milhão na comparação com julho de 2024.

O tícket médio das dívidas também atingiu a máxima histórica da série, R$ 3.302,30 – com média de 7,3 dívidas por empreendimento. Juntas, todas as dívidas somam R$ 193,40 bilhões.

Confira o histórico dos últimos 12 meses no gráfico abaixo:

A economista da Serasa Experian, Camila Abdelmalack, explica que “as empresas têm contraído dívidas cada vez mais altas, muito por conta do ambiente de juros elevados e a concessão de crédito mais criteriosa, o que deixa o ambiente está mais restritivo para renegociações de dívidas e prazos.

Observamos que o segundo semestre pode ser ainda mais crítico para os negócios, com as projeções de desaceleração na atividade econômica exercendo uma pressão ainda maior nos ganhos e na margem de lucro, principalmente para aquelas de menor porte”.

Pequenas e Médias Empresas mais impactadas, mostra Serasa

As Pequenas e Médias Empresas seguiram, em julho, sendo as mais impactadas pela inadimplência no país, segundo o indicador da datatech, representando 7,6 milhões do total de 8 milhões de CNPJs afetados. Juntas, concentraram 54 milhões de dívidas negativadas, somando R$ 174,1 bilhões.

Clique no link abaixo e veja a matéria completa:

06/09/2025

ABSURDO: O BRASIL? VAI BEM OBRIGADO!

Brasil cai de 2º para 32° país com maior avanço do PIB; veja ranking

O avanço de 0,4% no Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre de 2025 coloca o Brasil em 32º lugar em um ranking com 55 países elaborado pela Austin Rating. No primeiro trimestre, o avanço do PIB brasileiro colocava o país em 2º lugar.

O resultado reflete o peso do agronegócio na economia brasileira, que teve o efeito da safra recorde concentrado nos resultados do primeiro trimestre, segundo Alex Agostini, economista-chefe na Austin Rating.

Indonésia, Taiwan e Malásia lideram o ranking de maiores avanços do PIB, com 4%, 3,1% e 2,1%, respectivamente.

A China está em 12º lugar, com crescimento de 1,1%, e os Estados Unidos estão em 15° lugar, com 0,8%.

Tiveram crescimento negativo a Itália (-0,1%), Alemanha (-0,3%), Finlândia e Canadá (-0,4% cada), Islândia (-0,7%) e Irlanda (-1%).

Armênia, Índia, Peru, Rússia, Uzbequistão e Vietnã não tiveram dados divulgados.

Ranking das economias mais cresceram no 2º trimestre:

  1. Indonésia: 4,0%
  2. Taiwan: 3,1%
  3. Malásia: 2,1%
  4. Arábia Saudita: 2,1%
  5. Tunísia: 1,8%
  6. Turquia: 1,6%
  7. Filipinas: 1,5%
  8. Cingapura: 1,4%
  9. Dinamarca: 1,3%
  10. Croácia: 1,2%
  11. Romênia: 1,2%
  12. China: 1,1%
  13. Sérvia: 1,1%
  14. Israel: 0,9%
  15. Estados Unidos: 0,8%
  16. Polônia: 0,8%
  17. Noruega:0,8%
  18. Espanha:0,8%
  19. Bulgária: 0,7%
  20. Eslovênia: 0,7%
  21. Tailândia: 0,6%
  22. Portugal:0,6%
  23. Estônia0,6%
  24. Coréia0,6%
  25. México0,6%
  26. Chipre0,5%
  27. República Tcheca: 0,5%
  28. Colômbia: 0,5%
  29. Suécia: 0,5%
  30. Chile: 0,4%
  31. Hong Kong: 0,4%
  32. Brasil: 0,4%
10ª maior economia do mundo

Segundo a Austin, o Brasil deve fechar 2025 como a 10ª maior economia do mundo – abaixo da projeção do primeiro trimestre, quando estava em 8º lugar.

Lideram este ranking os Estados Unidos (1º), China (2º) e Alemanha (3º), seguidos por Índia (4º), Japão (5º) e Reino Unido (6º). França, Itália e Canadá ocupam a 7ª, 8ª e 9ª posição, respectivamente.A agência usa projeções de crescimento feitas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e o volume estimado para o PIB de diferentes países em dólares. Pelas previsões do FMI, o PIB brasileiro cresceria 1,9% em 2025 e 1,8% em 2026.

InfoMoney

31/08/2025

RICO TEM QUE PAGAR IMPOSTO: PGFN COBRA R$ 10 MILHÕES DE LULINHA POR SONEGAÇÃO

É preciso cobrar os ricos: Lulinha sonegou R$ 10 milhões

Fábio Luís Lula da Silva, filho mais velho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), tem lidado com cobranças da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) por denúncias de sonegação fiscal na ordem de R$ 10 milhões.

Conhecido como Lulinha, ele era acusado de ter recebido cerca de R$ 132 milhões do grupo Oi/Telemar para as empresas Gamecorp/Gol, de sua propriedade, entre os anos de 2004 e 2016. Segundo os investigadores, a empresa de telefonia teria obtido vantagens junto aos governos Lula e Dilma Rousseff. Fábio Luís era suspeito, também, de ocultar rendimentos e fazer repasses a outras empresas sem a comprovação dos serviços prestados.

O caso foi arquivado em janeiro de 2022 pela Justiça Federal em São Paulo, após o Supremo Tribunal Federal (STF) decidir pela suspeição do ex-juiz Sérgio Moro nos processos relativos a Lula e pessoas ligadas ao atual presidente. O STF também concluiu que a Vara Federal de Curitiba não era o foro apropriado para cuidar do caso.

As apurações, contudo, resultaram na abertura de seis autos de infração pela Receita Federal no valor total de mais de R$ 10 milhões. Esses processos correm na esfera administrativa, de forma separada do Judiciário.

Em março de 2024, uma liminar do juiz Diego Câmara, da 17ª Vara do Distrito Federal, suspendeu as cobranças da Receita atendendo a um pedido da defesa de Lulinha. Os advogados argumentam que as autuações também se tornaram nulas após as decisões do STF.

Porém, a PGFN se manifestou de forma contrária à liminar, afirmando que as decisões do Supremo não anularam as provas coletadas pelos auditores da Receita, que fizeram uma investigação independente e entenderam haver irregularidades.

Para a defesa de Lulinha, não há “qualquer enfrentamento concreto dos argumentos de nulidade” na posição da Procuradoria. O caso ainda carece de uma decisão final da Justiça Federal.

A PGFN é um órgão subordinado ao Ministério da Fazenda, hoje comandado pelo petista Fernando Haddad. Em nota, a Procuradoria destaca que possui autonomia para conduzir suas próprias investigações, sem interferências políticas.

“A PGFN tem o dever legal de defender a manutenção do auto de infração no âmbito judicial. Ao advogado do contribuinte cabe exercer o contraditório e a ampla defesa. A situação não é excepcional. Não cabe ao Ministério da Fazenda interferir de qualquer forma no processo”, diz o órgão.

jornaldacidadeonline

29/08/2025

REVISTA FORBES APONTA OS 50 PAÍSES MAIS RICOS DO MUNDO 2025 - BRASIL OCUPA 16º LUGAR - VEJA TOP 50

Brasil é 16º País Mais Rico do Mundo em 2025

Pesquisa da UBS mediu o patrimônio líquido total ao redor do mundo

Dos cânions de Utah aos picos enevoados da China, 2025 apresenta um mundo não apenas rico em paisagens, mas também em força econômica. Para mapear esse cenário, a UBS classificou os países mais ricos do mundo em termos de patrimônio líquido total das famílias (em bilhões de dólares), de acordo com o Global Wealth Report 2025, com base em dados da OCDE, FMI e Banco Mundial.

Mais do que números, trata-se de um panorama que destaca a riqueza presente em catedrais, trens de alta velocidade e rios cercados por vinhedos. Entre os 50 países mais ricos do mundo, o Brasil ocupa o 16º lugar.

Confira os 50 países mais ricos do mundo em 2025:

1. Estados Unidos
Patrimônio total: US$ 163.117 bilhões

2. China
Patrimônio total: US$ 91.082 bilhões

3. Japão
Patrimônio total: US$ 21.332 bilhões

4. Reino Unido
Patrimônio total: US$ 18.056 bilhões

5. Alemanha
Patrimônio total: US$ 17.695 bilhões

6. Índia
Patrimônio total: US$ 16.008 bilhões

7. França
Patrimônio total: US$ 15.508 bilhões

8. Canadá
Patrimônio total: US$ 11.550 bilhões

9. Coreia do Sul
Patrimônio total: US$ 11.041 bilhões

10. Itália
Patrimônio total: US$ 10.600 bilhões

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21/08/2025

ABSURDO: NO BRASIL EMPRESAS QUEBRAM E MINISTRO DIZ NÃO TER ANALISADO DADOS SOBRE PEDIDO DE RECUPERAÇÃO

Falências disparam no Brasil e ministro do Trabalho diz não ter analisado dados sobre pedidos de recuperação judicial

Em 2024, no Brasil, foram 2.273 pedidos de recuperação judicial ante 1.405 em 2023, uma alta de 61,8%. Segundo a Serasa Experian, no 1º trimestre de 2025, foram 471, 187 apenas no mês de março, o que aponta crescimento no número de empresas em reestruturação.

Apesar dos números preocupantes, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho (PT), disse nesta quinta-feira (21) não ter analisado o aumento no número de falências e recuperações judiciais registrado no 1º semestre de 2025. No entanto, o governo celebra recordes de emprego.

“Confesso que eu não avaliei as falências, as concordatas neste ano. Aqui pode acontecer várias coisas, pode ter desde incompetência, má gestão”, afirmou, durante entrevista ao programa Bom dia, Ministro, da EBC.

A declaração do ministro se dá em um momento de tensões comerciais, com empresas levando sua produção para fora do Brasil, como no caso da fabricante de armas Taurus.

Ainda assim, Marinho classificou o impacto no mercado de trabalho como “diminuto” e ponderou que os efeitos das tarifas ainda não são mensuráveis nos dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).

A falta de uma análise aprofundada sobre o aumento de falências levanta dúvidas sobre a abrangência dos indicadores econômicos monitorados pelo governo.

A aparente desconexão entre a realidade empresarial e os números de emprego celebrados pode indicar uma visão parcial do cenário econômico do país.

Ao final da entrevista, o ministro prometeu investigar o assunto. A declaração de que vai “dar uma olhada no que está acontecendo” sinaliza que o governo ainda buscará entender as razões por trás da alta nos pedidos de falência, um indicador crucial para a sustentabilidade dos empregos a longo prazo.

Com informações Poder 360

20/08/2025

GOVERNO JÁ ARRECADOU R$ 2,5 TRILHÕES DE IMPOSTOS DE JANEIR0/25 ATÉ AS 10HS DESTA QUARTA-FEIRA (20)

Brasileiros já pagaram R$ 2,5 trilhões de impostos em 2025, alta de 9,3% na comparação anual

Os contribuintes brasileiros pagaram R$ 2,5 trilhões de impostos em 2025 até as 10 horas desta quarta-feira, 20, um aumento interanual equivalente a 9,3%, segundo o Impostômetro da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). O valor representa o total de impostos, taxas e contribuições pagos pelos contribuintes brasileiros aos governos federal, estadual e municipal desde o início do ano, incluindo multas, juros e correção monetária.

O economista Ulisses Ruiz de Gamboa, do Instituto de Economia Gastão Vidigal (IEGV) da ACSP, considera que a marca foi atingida 23 dias mais cedo em relação ao ano anterior, devido à atividade econômica ainda aquecida. “A inflação também desempenhou um papel relevante, uma vez que o sistema tributário brasileiro é majoritariamente baseado em impostos sobre o consumo, que incidem diretamente sobre os preços dos bens e serviços”, complementa.

Segundo Ruiz de Gamboa, outros fatores também contribuem para o aumento da arrecadação, entre eles a tributação dos sites de apostas, as Bets, o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), o aumento da alíquota do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), a tributação de fundos exclusivos e offshores e a reoneração gradual da folha de pagamentos.

UOL

10/08/2025

NÃO SEI PORQUE TANTA POLÊMICA, SE LULA DIZ DIRETO QUE O BRASIL É SOBERANO E ELE RESOLVERÁ TODOS OS PROBLEMAS

Produção suspensa, férias coletivas, demissões: efeitos do tarifaço de Trump chegam às empresas brasileiras

Em 30 de julho, o governo de Donald Trump anunciou quais itens exportados do Brasil para os Estados Unidos teriam taxação extra de 40% (que se somaria aos 10% já em vigor) e quais ficariam de fora dessa tarifa. O prazo para isso começar a valer seria de sete dias. Nesse período, todos que ficaram de fora da lista de exceções se movimentaram para tentar alguma forma de tirar seus produtos da tarifa extra. Mas não adiantou: na quarta-feira, 6, à 1h01 (horário de Brasília), o tarifaço de Trump passou a valer.

A partir daí, começou a se acelerar nas empresas um movimento que já havia dado as caras, de forma mais pontual, ainda no meio do mês de julho, quando Trump anunciou que o Brasil seria taxado em 50% — paralisação da produção, férias coletivas e, em alguns casos, até demissões. São empresas, em geral de pequeno e médio portes, que dependem essencialmente do mercado americano para vender seus produtos e que, em geral, têm pouco fôlego no caixa ou baixa flexibilidade para buscar novos mercados.

Férias coletivas

A Randa, fábrica de portas, molduras e compensados de madeira que exporta para os Estados Unidos há 20 anos, por exemplo, anunciou na sexta-feira, 8, que dará férias coletivas, em rodízio, a todos os seus 800 trabalhadores — 400 entram agora, e os outros sairão quando o primeiro grupo voltar. Com isso, vai paralisar metade da sua produção. De tudo o que fabrica, 55% é destinado aos Estados Unidos.

A Randa é a maior empresa de Bituruna (PR), cidade de 15 mil habitantes a 321 quilômetros de Curitiba, e foi diretamente impactada pelo tarifaço. A empresa estima que 80% da economia do município gire em torno da indústria, somando os empregos diretos e indiretos, fornecedores e o consumo no comércio local.

Dar férias coletivas acaba sendo uma forma de “ganhar tempo”, enquanto soluções, paliativas ou definitivas, são negociadas. Paliativa seria a ajuda prometida pelo governo aos setores atingidos pelo tarifaço. Mas ainda não está claro como será esse pacote — de acordo com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, o plano será divulgado até a próxima terça-feira, 12.

Definitiva, para a Randa, seria a inclusão do setor na lista de exceções do governo americano. Mas isso também passa pelo governo federal. A Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci), da qual o CEO da Randa, Guilherme Ranssoli, é vice-presidente, contratou um escritório nos Estados Unidos para subsidiar o setor e fazer lobby com autoridades americanas.

As respostas que têm vindo dos americanos, porém, são de que só haverá algum avanço para o setor com uma negociação direta entre os governos do Brasil e dos EUA.

Ajustes na produção

As férias coletivas também foram a solução momentânea encontrada pelas indústrias de móveis de São Bento do Sul, no norte de Santa Catarina, o principal polo exportador do setor do País. Já são cerca de 3 mil empregados nessa situação. As empresas da região que, além dos EUA, produzem para outros mercados, empregam 7 mil pessoas.

A decisão de ajustar a produção ocorreu depois da suspensão de pedidos de compradores dos Estados Unidos em razão do tarifaço de Trump. No ano passado, as empresas da região exportaram US$ 123,4 milhões. E os Estados Unidos responderam por 62% das vendas externas.

Luiz Carlos Pimentel, presidente do Sindicato das Indústrias da Construção e do Mobiliário de São Bento do Sul (Sindusmobil), que reúne 398 fabricantes do setor, espalhados pelos municípios de São Bento do Sul, Rio Negrinho e Campo Alegre, conta que os importadores americanos já haviam pedido para segurar os embarques desde que o tarifaço de 50% foi sinalizado por Trump, em 9 de julho.

Segundo Pimentel, até o momento não houve demissões. “Mas, se esse quadro for mantido e os clientes americanos não autorizarem os embarques ou não colocarem novos pedidos, deverá ter um ajuste nos quadros.”

Demissões

Em Curiúva, no Paraná, porém, a Depinus Indústria e Comércio de Madeiras de Pinus anunciou a demissão de 23 dos 50 empregados. “O motivo é a paralisação de toda nossa venda para o mercado dos EUA”, disse o dono da empresa, Paulo Bot, na segunda-feira, 4, depois do tarifaço anunciado, mas ainda antes de entrar em vigor.

Segundo ele, o mercado americano responde por aproximadamente 90% do faturamento da empresa, que exporta painéis e molduras feitos a partir de madeira reflorestada (plantada) de pinus e eucalipto.

O empresário disse ainda que todos os trabalhadores cumprem aviso prévio. “Iremos manter ainda mais de 20 funcionários para tentar buscar novos mercados e atender os 10% que nos restaram, que são França, Caribe e um pouco de mercado interno”, disse. “Caso as tarifas sejam revertidas nos próximos 20 dias, faremos a reintegração destes colaboradores.”

Sem margem para manter exportações

Um outro setor atingido pelas tarifas e que tem apelado para as férias coletivas é o calçadista. Os Estados Unidos são o principal destino das vendas brasileiras ao exterior, e quase 80% das exportadoras consultadas pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) relataram algum impacto em decorrência da tarifa adicional de 50%.

A Calçados Killana, de Três Coroas (RS), é uma das que concederam férias coletivas a parte de sua equipe de produção. “Com a tarifa extra, o cenário é de terra arrasada do ponto de vista de geração de negócios”, diz Marcos Huff, diretor da Killana. “Os clientes americanos vão querer tirar a diferença no preço, e não temos margem para conseguir manter as exportações.

Cerca de 70% da produção da Killana é destinada ao exterior. Metade dos embarques no primeiro semestre foi destinada aos EUA. Segundo Huff, a empresa investiu por anos para avançar naquele país e começou a ganhar clientes logo depois da pandemia.

“Os Estados Unidos não têm indústria calçadista e começaram a abrir seu mercado há uns cinco anos, porque queriam depender menos da China e dos (outros) países asiáticos”, diz. “É o melhor mercado do mundo e o Brasil tem grandes possibilidades de crescimento nessa área.” Isso porque a Europa tem polos calçadistas na Espanha, Portugal e Itália, enquanto outras regiões do mundo não têm poder aquisitivo ou produção de qualidade para atender os EUA.

Segundo Haroldo Ferreira, presidente executivo da Abicalçados, entre os impactos já relatados por seus associados há “atrasos ou paralisação em negociações, queda do faturamento em decorrência da medida e cancelamento de pedidos, parte, inclusive, já produzidos ou em produção”. Isso corroboraria, segundo ele, a “necessidade de medidas de caráter emergencial para a preservação dos empregos e das empresas calçadistas nacionais.”

Caso não haja uma solução para o impasse, a Abicalçados estima a perda de cerca de 8 mil postos diretos no setor. Somando os postos indiretos, via cadeia produtiva, do fornecedor de materiais ao varejo, esse impacto pode chegar aos 20 mil empregos. “Estimamos, nos próximos 12 meses, uma queda de 9% nas exportações, queda que será puxada pelos Estados Unidos”, diz Ferreira.

Perda de espaço global

As férias coletivas — e demissões posteriores — também entraram no radar de um dos segmentos do agronegócio mais afetados pelo tarifaço americano: o do mel. Samuel Araújo, CEO do Grupo Sama, do Piauí, líder na produção de mel orgânico na América do Sul, disse que, sem um socorro emergencial para amortecer os efeitos negativos da tarifa de 50% dos EUA, a cadeia apícola do Estado poderá entrar em colapso muito rapidamente.

Segundo ele, além do impacto nas vendas, um outro efeito desse cenário já é visto no campo. Com a indefinição no comércio exterior e o acúmulo de estoque, o preço do mel pago ao produtor já começou a cair.

“Já houve redução de R$ 1,50 por quilo em poucos dias. Hoje, já se fala em R$ 15 o quilo, e há especulação de ofertas ainda mais baixas. Isso derruba a renda do apicultor e pode desestimular a produção”, afirmou, ressaltando que os agricultores que se dedicam à produção têm a atividade como única ou principal fonte de renda.

Araújo também chamou a atenção para o risco de o Brasil perder espaço no mercado global. Segundo ele, concorrentes como Índia, Vietnã e Argentina, que receberam tarifas inferiores, podem se movimentar para ocupar o espaço deixado pelo Brasil. “O cliente lá fora não espera, ele substitui. E quando isso acontece, a reconquista leva anos, se é que acontece. É um prejuízo estrutural”, disse.

Estadão Conteúdo

09/08/2025

APERTA O CINTO: DÍVIDA PÚBLICA DO BRASIL FORA DE CONTROLE - INDICA RELATÓRIO DO TESOURO NACIONAL

Relatório do Tesouro Nacional indica dívida pública do Brasil fora de controle

A trajetória da dívida pública bruta do governo federal (ou DBGG, como é chamada nos relatórios públicos) poderá atingir um pico em 2028 — com o valor correspondendo a 84,3% do Produto Interno Bruto (PIB). É o que mostra o Relatório de Projeções Fiscais, divulgado pelo Tesouro Nacional neste mês.

Para analistas ouvidos pela CNN, os números sinalizam que a dívida pública está fora de controle, e que as atuais regras são “insustentáveis” para conter o agravamento da situação fiscal.




Em entrevista à CNN, o economista Reginaldo Nogueira, diretor nacional do Ibmec, afirmou que, pelo andar da carruagem fiscal, o país está chegando a um ponto em que a reversão saudável dessa porcentagem será impossível: “O Brasil está ficando sem tempo. […] Nossa dívida está muito maior do que conseguimos carregar”.

Em maio deste ano, a agência de classificação de risco Moody’s rebaixou a perspectiva da nota de crédito do Brasil de “positiva” para “estável”. De acordo com a agência, o rebaixamento da perspectiva se devia a três fatores: progresso mais lento que o esperado nas reformas estruturais, rigidez dos gastos públicos e, veja só: preocupação com a capacidade de pagamento da dívida.

Para Marcos Pestana, diretor-executivo da IFI (Instituição Fiscal Independente do Senado), o cenário caminha um estrangulamento absoluto em 2027. “100% do orçamento da receita disponível será tomado por despesas obrigatórias. Não haverá nenhuma margem para discricionariedade”.

CNN Brasil

31/07/2025

RN É ATINGIDO POR TARIFAÇO DE TRUMP

Tarifaço dos EUA atinge oito dos 10 produtos mais exportados pelo RN; estado é o 5º mais afetado em volume de exportações

A taxação de 50% sobre produtos brasileiros imposta pelo presidente dos EUA, Donald Trump, atinge em cheio oito dos dez principais produtos exportados pelo Rio Grande do Norte ao mercado norte-americano.

Apenas dois estão excluídos do tarifaço: castanha de caju e óleos de petróleo.

Trump assinou nesta quarta-feira (30) o decreto que oficializou tarifas de 50% ao Brasil, que passa a valer a partir de 6 de agosto.

Produtos mais exportados pelo RN que serão impactados pela tarifa

Peixes frescos ou refrigerados;

Pedras de cantaria ou de construção;

Produtos de confeitaria sem cacau;

Sal;

Açúcares de cana ou de beterraba;

Outros peixes congelados (exceto os filés de peixes);

Podutos de origem animal (não especificados);

Melões, melancias e mamões frescos

O ranking consta na plataforma Comex Stat, ligada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

Levantamento da Federação das Indústrias do RN (Fiern) mostra que o Rio Grande do Norte exportou para os Estados Unidos US$ 67,1 milhões em 2025, o que representa um aumento de 120% em relação ao mesmo período de 2024 (US$ 30,5 milhões).

Em relação às importações, o estado comprou dos americanos US$ 41,8 milhões no 1º semestre do ano passado e US$ 26,9 milhões no mesmo recorte deste ano, uma redução de 35% no comparativo.

Top 5 produtos exportados no primeiro semestre de 2025 para os EUA

Conforme o balanço divulgado pela Fiern, estão óleos de petróleo, peixes frescos ou refrigerados, produtos de origem animal, pedras de cantaria ou de construção e produtos de confeitaria sem cacau. Juntos, esses itens somaram, US$ 54.766 milhões.

RN será o 5º estado mais afetado em volume de exportações

O Rio Grande do Norte será o quinto estado do País mais afetado, em volume de exportações, pela taxação do governo Donald Trump. Isso porque os Estados Unidos responderam, no primeiro semestre deste ano, por 15,3% das vendas de produtos potiguares ao exterior.

De acordo com o ranking das exportações para os EUA, o Ceará é o estado que poderá sentir o maior impacto, levando em conta que o mercado americano representou 51,9% das exportações daquele estado. Espírito Santo, Sergipe e São Paulo, onde os EUA responderam, respectivamente, por 33,9%, 31,4% e 19,5% das vendas ao exterior nos primeiros seis meses de 2025, também serão fortemente afetados.

Tarifaço

Divulgado nesta quarta-feira (30), o texto da Casa Branca que oficializou a taxação de 50% aos produtos brasileiros faz críticas ao governo do presidente Lula e faz uma defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro e de “milhares de seus apoiadores” como alvos de “violações dos direitos humanos que minaram o Estado de Direito no Brasil”.

Com informações de Tribuna do Norte

06/07/2025

ESPECIALISTAS ALERTAM PARA CRISE ECONÔMICA NO BRASIL - À BEIRA DO COLAPSO

À beira do colapso: especialistas alertam para crise econômica no país

Na última semana, a Instituição Fiscal Independente (IFI), ligada ao Senado Federal, divulgou o Relatório de Acompanhamento Fiscal. O documento concluiu que a insistência do governo federal em retirar despesas do limite fiscal, associada ao uso de compensações e créditos tributários para mascarar o desequilíbrio orçamentário, leva o Brasil ao esgotamento da política fiscal à beira da crise.

Conforme o relatório, essa prática compromete a capacidade da gestão de absorver despesas não programadas e fragiliza a credibilidade do arcabouço fiscal. Para a professora de economia do Insper Juliana Inhasz Kessler “o país utiliza artifícios contábeis para conseguir ficar dentro das metas que o próprio governo estabeleceu”.

“Mas isso escancara de forma muito nítida a fragilidade do próprio Orçamento e da capacidade do governo de cumprir o que propõe”, analisou.

O relatório projeta um déficit primário de R$ 83,1 bilhões em 2025, valor que ainda respeita a meta estipulada pelo novo arcabouço fiscal, de até R$ 97 bilhões negativos. Porém, o estudo chama atenção para quase R$ 55 bilhões em precatórios que ficaram fora das contas oficiais.

Segundo Juliana, ao excluir precatórios e utilizar a margem da meta como referência, o governo cria uma “narrativa de que estamos dentro do arcabouço, quando, na prática, estamos fora”. Ela alerta que essa estratégia mascara a real situação fiscal e cria uma armadilha futura.

Já o economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini, afirma que o cenário descrito pela IFI “não é novidade” e reflete um problema fiscal crônico que se arrasta no Brasil há décadas, agravado nos últimos anos independentemente do governo de plantão.

Estimativas para a dívida em relação ao PIB

As projeções para a dívida pública também são motivo de preocupação. O estudo estima que a Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG) deve encerrar 2025 em 77,6% do PIB, ultrapassar 100% em 2030 e alcançar 124,9% em 2035 no cenário base.

Numa projeção pessimista, pode chegar a 170,3% do PIB em 2035. Juliana destaca que o ritmo de crescimento é insustentável. “Estamos falando de um salto de cerca de 30 pontos porcentuais em poucos anos, o que é muita coisa para um país que quer crescer de forma sustentável”, disse.

Agostini complementa que o país caminha para esse nível de endividamento e crise em ritmo acelerado e sem contrapartidas de reformas ou cortes de despesas obrigatórias. “O governo tenta fechar as contas sempre pelo lado da arrecadação e nunca pela redução do gasto”, afirmou o economista.

Tentativas do governo para contornar crise

Entre as tentativas de ajuste da crise, o governo apostou no aumento do IOF, mas enfrentou resistência no Congresso e no mercado, o que levou à revisão da medida e ao envio da MP 1.303/2025, que propõe maior tributação sobre investimentos financeiros. Para Agostini, além da resistência política, o governo agora entra em “área arenosa” ao judicializar o tema, o que pode gerar efeitos colaterais indesejados em futuras negociações econômicas e fiscais. “Estamos deteriorando ainda mais o ambiente político e institucional”, alerta.

O relatório da IFI enfatiza que o espaço para aumento da carga tributária está praticamente esgotado, já que o país alcançou 34,24% do PIB em impostos em 2024. A solução, segundo o órgão, passa por reformas estruturais para conter a dívida e recuperar a capacidade de investimento público. Para Juliana, isso exige mais que “receitas picadinhas que não garantem continuidade”. Ela defende uma agenda que envolva “flexibilização do orçamento, aumento sustentável de receita e, principalmente, redução de despesas obrigatórias”.

No curto prazo, a meta fiscal de 2025 poderá ser formalmente cumprida, mas apenas no limite da margem de tolerância prevista no arcabouço, diz o relatório. Juliana alerta que, para cumprir as metas no futuro, o governo pode ser forçado a interromper serviços e cortar gastos discricionários, com impacto direto na qualidade dos serviços prestados à população. “Isso é um problema sério, porque compromete o funcionamento da máquina pública”, afirma.

Agostini reforça que o cenário desenhado pela IFI eleva o risco percebido pelo mercado, o que se traduz em maiores prêmios exigidos nos títulos públicos e juros mais altos. “O mercado cobra o preço: menos investimentos produtivos, mais recursos alocados no curto prazo e um câmbio e juros em patamares piores do que poderiam estar”, explica.

O relatório da IFI conclui que os gargalos são econômicos, mas as soluções dependem da política. Juliana e Agostini concordam que sem reformas estruturais, o Brasil continuará preso em um ciclo de déficits crescentes e dívida insustentável. “Sem aumento de receita com contrapartida ou revisão das despesas, essa política fiscal expansionista atual só agrava o quadro”, resume Agostini.

Revista Oeste