24/10/2025

PLANO DO PCC PARA MATAR PROMOTOR E COORDENADOR DE PRESÍDIOS É FRUSTADO EM OPERAÇÃO DA PC, PM E MP

Operação frustra plano do PCC para matar promotor e coordenador de presídios em SP

Uma ação integrada entre as Polícias Civil, Militar e Penal e o Ministério Público frustrou um plano para matar autoridades públicas na região de Presidente Prudente, no interior de São Paulo, na manhã desta sexta-feira, 24. Entre os alvos do atentado estava o promotor Lincoln Gakiya, do Gaeco (grupo especial do Ministério Público), que tornou-se uma referência nos últimos anos na investigação das atividades da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).

Outro alvo era o coordenador de presídios da região oeste de São Paulo, Roberto Medina, responsável pela execução penal nas penitenciárias de cidades como Presidente Prudente, Presidente Venceslau e Presidente Bernardes, onde estão alguns dos principais chefes da facção criminosa.

Ao todo, são cumpridos 25 mandados de busca domiciliar em endereços relacionados aos envolvidos no crime, sendo onze na cidade de Presidente Prudente, seis em Álvares Machado, dois em Martinópolis, dois em Pirapozinho, dois em Presidente Venceslau, um em Presidente Bernardes e o último em Santo Anastácio.

Em 2003, o grupo criminoso tornou-se conhecido nacionalmente ao promover um atentado que resultou na morte do juiz Antonio José Machado Dias, quando ele deixava o Fórum de Presidente Prudente — o magistrado era responsável pelas execuções penais das unidades da região, que à época abrigava alguns dos principais chefes a facção. O PCC nasceu dentro dos presídios paulistas e é, a partir deles, que comanda a complexa estrutura criminosa que evoluiu, se espalhou pelo país e ganhou conexões internacionais nos últimos anos.

O procurador-geral de Justiça de São Paulo, Paulo Sérgio de Oliveira Costa, emitiu nota em apoio às duas autoridades. “A Procuradoria-Geral de Justiça vem a público expressar seu irrestrito apoio a essas duas destacadas autoridades e a todas as demais que, por cumprirem seu dever funcional, se transformam em alvos do crime organizado. Graças à atuação integrada do Ministério Público, da Polícia Civil, Polícia Militar e Polícia Penal, o tentame não se consumou”, disse o chefe do Ministério Público paulista.

Ele também firmou que a instituição não se intimidará com a iniciativa da facção. “A população pode ficar tranquila. As instituições continuarão desempenhando o seu papel constitucional: defender a sociedade e combater os que vivem à margem da lei! Diferentemente do que possam suspeitar os autores do plano frustrado, esse acontecimento não intimidará nenhum dos valorosos membros do MPSP, que têm como marca a coragem e a altivez. Pelo contrário. Atuaremos com mais energia ainda. Como afirmei em outra ocasião, não recuaremos sequer um centímetro. Repito: sequer um centímetro!”, escreveu.

As investigações apontaram que a facção criminosa vinha levantando informações sobre a rotina de autoridades públicas do município e de seus familiares. Por meio da troca de informações entre os setores de inteligência das forças de segurança estaduais, montou-se a operação desta sexta, intitulada Recon, com objetivo de identificar os suspeitos e impedir o atentado.

Nenhum suspeito foi preso até o momento, mas as forças de segurança dizem que os itens apreendidos durante as buscas devem colaborar para as próximas etapas da investigação, voltadas para identificação dos participantes do esquema criminoso.

As investigações, conduzidas pela 1ª Delegacia de Investigações Gerais (DIG), da Divisão Estadual de Investigações Criminais (Deic), seguem em andamento. Além dos agentes da DIG, participam da operação policiais Batalhão de Ações Especiais (Baep), da Polícia Militar, e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público.

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