21/10/2025

NOVO MINISTRO DE LULA - RELEMBRE 5 POLÊMICAS DE BOULOS

Relembre cinco polêmicas de Boulos, novo ministro de Lula

A nomeação do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) para comandar a Secretaria-Geral da Presidência da República, anunciada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta segunda-feira (20), reacendeu o debate sobre a trajetória política e os episódios controversos que marcaram a carreira do novo ministro.

Líder histórico do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) e figura conhecida da esquerda brasileira, Boulos acumula passagens que vão de denúncias judiciais a acusações de protestos radicais. A seguir, o Pleno.News traz cinco das polêmicas mais conhecidas de sua trajetória.

INCONSISTÊNCIA EM CURRÍCULO DE PROFESSOR

Apesar de se apresentar como professor para rebater críticas de adversários que o acusam de nunca ter trabalhado fora da militância, Boulos teve apenas passagens esporádicas pela docência, com períodos curtos e descontínuos, e ainda com duplicação de informações em seu currículo, como apurou o jornal Folha de S.Paulo em uma reportagem publicada cerca de dois meses antes das eleições municipais de 2024.

Embora, por exemplo, relate ter lecionado por cerca de metade do período entre 2006 e 2024, em apenas um ano e meio a dedicação teria sido exclusiva. Na ocasião da publicação da reportagem, Boulos afirmou, em nota, que trabalhava desde 2006 como “professor de escola básica, professor convidado em cursos de especialização, pesquisador ou colunista de veículos da imprensa, sempre de forma remunerada”.

ATUAÇÃO NO MTST

A imagem de líder de ocupações urbanas é uma das marcas mais fortes de Boulos. Por mais de 20 anos à frente do MTST, ele coordenou invasões de terrenos e organizou manifestações de grande repercussão. Entre os episódios mais notórios está o protesto de 2016 na sede da Fiesp, em São Paulo, quando a fachada do prédio foi danificada.

– A Fiesp defende a destruição do povo brasileiro. […] Algumas vidraças quebradas não são nada perto do dano que a Fiesp faz para o povo trabalhador – disse ele, durante o ato.

Ao comentar o ocorrido durante uma sabatina no ano passado, Boulos justificou que a fala foi proferida “no calor da hora”. Em 2015, o psolista também participou da invasão do escritório do Ministério da Fazenda, em manifestação contra o ajuste fiscal do governo Dilma Rousseff (PT).

INVASÃO AO TRIPLEX DE GUARUJÁ

Em 2021, Boulos se tornou réu acusado de invasão do triplex de Guarujá (SP), imóvel que foi pivô da condenação de Lula na Operação Lava Jato. Embora não estivesse presente no local, o Ministério Público Federal o acusou de organizar e articular um protesto do MTST em 2018, realizado como forma de crítica à prisão do ex-presidente.

Poucos meses depois, a Justiça Federal trancou a ação penal, entendendo que não havia indícios suficientes para o prosseguimento do processo.

RELATÓRIO FAVORÁVEL A JANONES

Em 2024, Boulos gerou controvérsia ao relatar e recomendar o arquivamento do processo contra o deputado André Janones (Avante-MG) no Conselho de Ética da Câmara. O caso envolvia suspeitas de “rachadinha”, após o vazamento de um áudio em que Janones pedia parte do salário de assessores.

Boulos argumentou que o episódio teria ocorrido antes da posse de Janones, o que impediria punição parlamentar — tese incompatível com os próprios áudios do caso. Mais tarde, em 2025, Janones fechou acordo com a Justiça, pagando R$ 131,5 mil de reparação e R$ 26,3 mil de multa para encerrar o caso sem processo criminal.

CONDENAÇÕES E DETENÇÕES

Boulos já foi detido ao menos três vezes durante ações do MTST. A primeira, em 2012, ocorreu durante a reintegração de posse do Pinheirinho, em São José dos Campos (SP), quando foi algemado e liberado após pagamento de fiança. Em 2017, foi novamente detido durante uma reintegração em São Mateus, Zona Leste da capital paulista.

Ao ser questionado sobre os casos, o psolista sempre alegou que essas prisões seriam “arbitrariedades políticas”.

Já no âmbito eleitoral de 2024, ele e o presidente Lula (PT) foram multados pela Justiça Eleitoral por propaganda antecipada, após o petista pedir votos a Boulos em um evento do 1° de Maio. A condenação foi confirmada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mas o caso ainda não transitou em julgado.

pleno.news

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