A farsa petista nas urnas: O jogo de cartas marcadas
Os petistas vão às urnas para escolher o novo presidente do partido. Por trás da fachada democrática, temos um jogo de cartas marcadas, em que a direção do partido continuará, como sempre, nas mãos do seu caudilho, Lula.
Os três candidatos de “oposição” pregam uma ruptura com o Congresso e uma guinada para a esquerda. Sim, é possível ser mais esquerda do que isso que está aí, os venezuelanos que o digam. Romênio Pereira, um dos candidatos, chega a afirmar que Lula venceu as eleições “pela esquerda”, mas começou a governar “pela direita”. E eu que jurava que Lula liderou uma “frente democrática”, e que seria “pragmático” em termos de política econômica.
Mas o importante mesmo é ouvir o que Edinho Silva, o candidato de Lula, tem a dizer. É ele o porta-voz do presidente. Edinho diz: “é preciso uma grande concertação política para devolver poderes ao Executivo”. Em outra palavras: sem Mensalão, Petrolão e com emendas impositivas, não conseguimos governar. Lula seria então o Cara para liderar um processo político que empoderaria… o próprio Lula! É ou não é fofo?
Dizer que o Congresso é de “direita” é elevar muito o seu nível. Há sim, um núcleo ideológico, mas é muito pequeno para inviabilizar qualquer governo. O que temos é uma grande maioria gelatinosa em busca das sinecuras do poder. Eu diria que é fácil, muito fácil governar com um Congresso desses, basta dividir o poder, coisa que Lula e o PT nunca fizeram. Temer mostrou o caminho, e Bolsonaro, depois de um início claudicante com aquela bobajada da Nova Política, entregou a Casa Civil ao centrão e aprovou tudo o que quis no Congresso.
Governar sem dividir o poder, só com uma popularidade estelar. Foi o que aconteceu no segundo mandato, ainda que tínhamos o Petrolão para azeitar a máquina. Com o atual nível de popularidade, e aferrado aos instrumentos de poder, Lula sonha com uma grande “concertação política” que lhe devolva o poder. Só isso já demonstra o quanto o líder do PT está desconectado da realidade.
Marcelo Guterman. Engenheiro de Produção pela Escola Politécnica da USP e mestre em Economia e Finanças pelo Insper.
jornaldacidadeonline
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