*O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes uniu todo o Senado – independentemente de espectros políticos – contra si ao decidir restringir à Procuradoria-Geral da União (PGR) o poder de pedir a abertura de pedidos de impeachment contra magistrados da Corte, conforme apurou o analista político da GloboNews, Valdo Cruz. Segundo reportou o jornalista nesta quinta-feira (4), até aliados do decano reconhecem que ele exagerou na medida e avaliam que não há nada que justifique uma decisão tão “extrema”. A consequência foi inflamar os senadores de oposição a buscarem pautar o impeachment de Gilmar e do ministro Alexandre de Moraes enquanto a alteração não está em vigor. Também criou uma pressão sobre o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), para que ele ponha em tramitação a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que limita decisões monocráticas de ministros do STF. E deve ainda levar o Congresso a atualizar a Lei de Impeachment, de 1950. – Pegou fogo. A avaliação entre senadores é que Gilmar conseguiu unir todo mundo contra ele. Direita, esquerda, centro, todos ficaram contra a posição do ministro Gilmar Mendes. Se ele pensava que podia proteger o Supremo, acabou piorando a situação – analisou Valdo.
*O Tribunal de Contas do Estado (TCE/RN) abriu um novo processo que promete aumentar ainda mais a pressão sobre a Coopmed (Cooperativa Médica do RN). A Corte investiga suspeitas de falsificação de documentos apresentados pela cooperativa em uma licitação da Prefeitura de Natal para contratação de serviços públicos — um caso considerado grave por envolver possível fraude em certames oficiais. O procedimento, registrado sob o número 301794/2025-TC, foi instaurado após auditores do TCE identificarem indícios suficientes para recomendar que as informações suspeitas sejam enviadas ao Ministério Público. Quando o próprio órgão de controle fala em acionar o MP, é porque a situação já passou do ponto de “irregularidade” e entrou na zona de possível crime. A investigação chega num momento delicado para a Coopmed, que já perdeu contratos, enfrenta um processo de esvaziamento interno e amarga um desgaste crescente após o escancaramento de seus padrinhos políticos.
*União Brasil e Progressistas finalmente tiraram do papel a federação partidária e protocolaram nesta quinta-feira (4/12) o pedido oficial no Tribunal Superior Eleitoral. A nova aliança, batizada de União Progressista (UP), promete reorganizar forças no campo da centro-direita nacional — justamente no momento em que o governo Lula tenta ampliar sua base. O documento entregue ao TSE aponta que a federação será comandada por dois nomes de peso: o senador Ciro Nogueira, figura central do PP, e Antônio de Rueda, dirigente do União Brasil. Eles dividirão a presidência da nova estrutura, que funcionará como um único partido nas eleições. Apesar do protocolo, o casamento político ainda precisa do aval final do TSE. A federação já havia sido anunciada em abril, em uma cerimônia no Salão Negro do Congresso, em Brasília, mas só agora avança para a fase decisiva. Na prática, a UP deve fortalecer candidaturas de oposição ao PT em vários estados — inclusive no Nordeste, onde partidos aliados de Lula tentam se segurar. O movimento também repercute em Natal, onde o União Brasil e o PP têm atuação relevante e podem ganhar mais musculatura para 2026.
*A crise envolvendo o “Careca do INSS” ganhou contornos de filme policial. Em depoimento à Polícia Federal, o ex-diretor da World Cannabis, Edson Claro, afirmou que Antônio Carlos Camilo Antunes o ameaçou de morte ao cobrar celulares, notebooks e um iPad que poderiam conter informações sensíveis. “Vou meter uma bala na sua cabeça”, teria disparado Careca, segundo o relato registrado na Polícia Civil de São Paulo. Edson também declarou que Careca pagava mesada de R$ 300 mil a Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, além de ter repassado R$ 25 milhões ao filho do presidente Lula — valor que a própria CPMI do INSS não conseguiu identificar em qual moeda foi pago. O ex-executivo diz que deixou o local da ameaça avisando que colaborava com a PF. Mesmo com denúncias cada vez mais pesadas, o governo Lula conseguiu blindar o herdeiro político. A CPMI do INSS rejeitou a convocação de Lulinha por 19 votos a 12, numa articulação direta da base governista. O filho do presidente vive atualmente em Madri, para onde se mudou quando a “farra do INSS” passou a ocupar o noticiário. O inquérito ainda aponta disputas por bens, dívidas e conflitos comerciais entre Careca e Edson Claro.
*O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu a revisão da jornada semanal de trabalho no Brasil, afirmando que os avanços tecnológicos tornam obsoleto o modelo atual, de seis dias de trabalho por um de descanso. – O que avançou tecnologicamente que a gente não reduz a jornada de trabalho? – questionou durante discurso na 6ª reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social e Sustentável (CDESS), o Conselhão. Segundo o petista, o debate sobre redução da jornada deve ser retomado de forma estruturada, à luz das transformações do setor produtivo. Lula disse que a discussão precisa envolver sindicatos e especialistas, com foco na reorganização do atual modelo. – Não tem mais sentido nosso país, com avanços tecnológicos, manter a atual jornada de trabalho – completou.

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