18/10/2025

POR VERBA DE R$ 1,5 MILHÃO NO PARÁ FAFÁ DE BELÉM É ALVO DE INQUÉRITO DO MP

Fafá de Belém é alvo de inquérito do MP por verba de R$ 1,5 milhão no Pará

Inquérito apura uso de R$ 1,5 milhão em recursos públicos destinados ao evento “Varanda de Nazaré”, promovido pela cantora em Belém

O Ministério Público do Pará (MP-PA) instaurou um inquérito civil para apurar possíveis irregularidades na execução de um termo de fomento cultural envolvendo o projeto “Varanda de Nazaré”, tradicional evento promovido pela cantora Fafá de Belém durante o Círio de Nazaré, em Belém.

O procedimento foi aberto após o MP identificar indícios de uso irregular de R$ 1,569 milhão em recursos públicos supostamente destinados à edição de 2024 do projeto, que é voltado à promoção cultural durante a festividade religiosa.

O que diz o Ministério Público

De acordo com o promotor de Justiça Sávio Rui Brabo de Araújo, responsável pelo caso, o inquérito visa “apurar supostas irregularidades na execução do Termo de Inexigibilidade de Chamamento Público nº 02/2024”, firmado entre a Fundação Cultural do Estado do Pará e o Programa Estadual de Incentivo à Cultura.

O caso tramita na 1ª Promotoria de Tutela das Fundações Privadas, Associações de Interesse Social, Falência e Recuperação Judicial e Extrajudicial.

Conforme documentos obtidos pelo Pleno.News, o MP enviou um ofício à cantora no dia 9 de outubro com questionamentos sobre sua participação no projeto e o uso dos recursos, concedendo prazo de 10 dias úteis para resposta.

Entre as perguntas, o MP quer saber se Fafá confirma ter idealizado o projeto, qual foi seu papel na execução do evento em 2024 e quem arcou com os custos de artistas convidados.

Edição de 2024 contou com celebridades

A edição mais recente da Varanda de Nazaré contou com a participação de Dira Paes, Fábio Porchat, Gerson Camarotti, Tati Machado e Rafa Kalimann. O evento é realizado anualmente durante o Círio, reunindo artistas e convidados em apresentações e transmissões ao vivo.

O que diz Fafá de Belém

Em nota, a Kaiapó Produções, empresa responsável pela organização do evento, e a própria Fafá de Belém afirmaram que apoiam as investigações e reafirmam a transparência do projeto.

A produtora informou que a edição de 2024 não recebeu verbas da Lei Semear — programa estadual de incentivo à cultura — nem repasses do Governo do Pará. Segundo a nota, a menção ao projeto no Diário Oficial foi resultado de um erro material, corrigido posteriormente em errata.

“A Varanda de Nazaré é viabilizada por parcerias públicas e privadas firmadas de forma regular, com critérios técnicos, contratos formais e ampla prestação de contas aos órgãos competentes”, diz o comunicado.

O texto acrescenta que o evento é “referência nacional de valorização da fé, da cultura e da identidade amazônica” e nega qualquer irregularidade no uso de recursos públicos.

folhadestra

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