Senador aponta “conluio de sindicatos e fraudadores”
O senador Rogério Marinho (PL-RN) requereu na CPMI do INSS, a quebra de sigilo bancário e fiscal da empresa Potyguar – Associação de Proteção e Defesa dos Aposentados, Pensionistas e Idosos do Brasil, referentes ao período de 1º de janeiro de 2015 a 3 de outubro de 2025, fundamentado em Relatório de Inteligência Financeira (RIF) referente às investigações conduzidas pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União (CGU), apontando indícios de que operadores de fraudes em benefícios previdenciários teriam efetuado pagamentos indevidos ao Eric Fidelis, filho do ex-diretor de Benefícios do INSS, André Fidelis.
Rogério Marinho observou que registrou-se movimentações da ordem de R$ 18,9 milhões envolvendo a Potyguar – Associação de Proteção e Defesa dos Aposentados, Pensionistas e Idosos do Brasil, entidade vinculada à Associação de Proteção e Defesa dos Aposentados, Pensionistas e Idosos do Brasil (COBAP).
Marinho frisou que a COBAP figura entre as entidades historicamente responsáveis pela operacionalização dos descontos associativos incidentes sobre benefícios previdenciários pagos pelo INSS, com base em Acordo de Cooperação Técnica firmado desde 2007: “Ao longo das últimas décadas, estima-se que a Confederação tenha movimentado aproximadamente R$ 510 milhões provenientes dessas mensalidades associativas, situando-se como a segunda maior entidade em volume de recursos, atrás apenas da Confederação Nacional dos rabalhadores na Agricultura (CONTAG).
O senador Rogério Marinho disse, na 15ª reunião da CPMI do INSS, que a previdência “foi invadida por quadrilhas de sindicatos ligados aos trabalhadores, organizados pelos trabalhadores, de PT, de CUT, de Força Sindical, de UGT, e também por picaretas. Então nós temos um conluio que buscou se locupletar em função da derrubada das travas de segurança que foram estabelecidas”.
Segundo Marinho, o INSS paga mais de R$ 1 trilhão por ano hoje. Há quase 40 milhões de beneficiários. “É evidente que fraudes sempre vão existir. Agora, há duas formas de se tratarem as fraudes: ou com proatividade, no sentido de levantar barreiras e buscar punir infratores e evitar novos problemas, ou com leniência e cumplicidade”, afirmou.
Fim do desconto
Para Marinho, “é evidente que dentro da estrutura do INSS existem pessoas que facilitaram essa situação. Nós temos aqui, já comprovado pela quebra de sigilo, pessoas que ocuparam postos relevantes dentro do Ministério da Previdência e que compraram bens vultosos, que receberam recursos, que se associaram com aqueles que operaram o sistema, que já vieram depor”.
Por isso, Marinho admite que “fica muito preocupado”, porque já são três semanas que “assistimos um espetáculo de blindagem. E eu espero que no futuro isso não se repita – não por mim, mas por aqueles que foram burlados e lesados e querem justiça”.
Marinho defende que para acabar de uma vez com todas com esse desconto associativo, que “claramente, por mais dificuldades que o governo possa implementar, sempre o fraudador vai encontrar uma maneira de enganar o aposentado”, vai solicitar ao presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre (União-AC), que coloque em regime de urgência, na próxima semana, o projeto já aprovado na Câmara dos Deputados, que a acaba com “toda essa porta escancarada para a fraude que é o desconto associativo.
TN
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