26/09/2025

NA VEZ DE NETANYAHU DISCURSAR NA ONU DELEGAÇÃO BRASILEIRA ABANDONA PLENÁRIO

Delegação do Brasil na ONU deixa plenário na vez de Netanyahu

A delegação brasileira se retirou do salão do Debate Geral da Assembleia-Geral da ONU no momento em que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, subiu ao púlpito nesta sexta-feira (26). Representantes de outras dezenas de países fizeram o mesmo enquanto o israelense era aplaudido por alguns membros do salão, e o presidente da sessão pedia ordem.

Além do Brasil, se retiraram do salão quase todos os representantes de países árabes e muçulmanos, alguns de países africanos e alguns europeus, em protesto.

Imagens do salão vazio mostraram os assentos desocupados da Palestina, Arábia Saudita, Tunísia, Sri Lanka, Coreia do Sul, Turquia, Senegal, Venezuela, Irã (que substituiu sua delegação por imagens de crianças que diziam ter sido mortas por Israel), entre outros.

A saída da delegação brasileira ecoa o discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na abertura da Assembleia-Geral na última terça (23), no qual criticou o ataque terrorista do Hamas de 7 de outubro de 2023 e emendou que “nada, absolutamente nada, justifica o genocídio em curso em Gaza”.

A delegação americana, que apoiou Netanyahu em sua campanha contra o Hamas, permaneceu no local. Embora o salão onde ficam os representantes das nações estivesse esvaziado, a galeria onde ficam os convidados dos Estados estava lotada.

O premiê abriu os debates do quarto dia de assembleia acusando os líderes que reconheceram o Estado palestino de antissemitismo e disse que os palestinos são contra a solução de dois Estados para dois povos.

Enquanto vozes gritavam repetidamente na plateia, Netanyahu iniciou seu discurso detalhando os ataques de seu país contra oponentes e vizinhos do Oriente Médio, que, segundo ele, eliminaram ameaças a Israel, e leu uma lista com os nomes dos reféns mantidos em Gaza.

Ele negou que Israel estivesse cometendo genocídio, citando como prova a emissão repetida de ordens de retirada de civis em Gaza.

Como já fez muitas vezes nas Nações Unidas, ele ergueu um mapa da região intitulado A Maldição. Subiu ao pódio usando um broche especial para reféns com um QR Code que leva a um local por volta de 7 de outubro, criado especialmente para fins de diplomacia pública internacional. Os membros da delegação do primeiro-ministro, ministros e seus acompanhantes também usavam broches idênticos.

Netanyahu discursou um dia depois do líder palestino Mahmoud Abbas, no qual condenou o ataque do Hamas e o antissemitismo e disse que está pronto para um governo palestino sem a participação do grupo terrorista. O presidente da autoridade palestina discursou em um vídeo gravado, pois teve o visto para ir aos Estados Unidos negado.

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