O asfalto e o voto
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Uma cidade mal tratada é como uma moça defenestrada e logo abandonada. Carece de um ombro, urgente. E não raras vezes a donzela se depara com um mal caráter, pois estes estão de prontidão na busca pela presa carente.
Assim também se comporta a cidade, com carência. E quanto maior o período de abandono, maior a entrega ao aproveitador, que com esperteza maquia a realidade e cria uma vitrine de falsidades e de distorções da realidade.
Sua única intenção é se transformar num ditador, e claro, encher seus bolsos de riqueza e poder pelo maior tempo.
Sabedor das necessidades básicas de um povo, utiliza tática antiga e infalível: obras básicas e de grande visibilidade, mesmo que não prioritárias. Depois, domina os raros postos de empregos públicos (já que não se criou oportunidades para muitos) para escravizar alguns. Mais além, realiza festas populares caras e grandiosas. Assim, consegue artificiosamente entrar na frágil mente do sofrido povo. E faz culto a sua imagem em redes sociais, a qualquer custo, para parecer o bom messias redentor.
A mentira dita mil vezes tende a se tornar verdade. E assim o trabalho não para. Como se está comparando qualquer coisa à nada, fica fácil a pseudo qualificação do impostor.
A sucessão será dispendiosa, mas os cofres estão deveras cheios, aguardando a cegueira da justiça e o olhar embaçado dos ministérios fiscalizadores, para fazer acontecer a "vontade" popular pelo escrutínio aparentemente secreto, porém manipulado. O jogo de cartas marcadas do outubro.
Tenho dito
(Autor Desconhecido)
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