09/02/2024

INSEGURANÇA PÚBLICA: POLÍCIA CIVIL DO RN DECIDE NÃO FAZER DIÁRIAS OPERACIONAIS DURANTE O CARNAVAL

Policiais civis fazem novo protesto e decidem não fazer mais diárias operacionais durante o Carnaval

Policiais civis do Rio Grande do Norte fizeram nesta quinta-feira 8 um novo protesto para cobrar do Governo do Estado reajuste salarial e a nomeação de novos agentes, escrivães e delegados. O ato aconteceu na frente da Governadoria, no Centro Administrativo do Estado. Os agentes de segurança promoveram um “panelaço” no local.

Na última quarta-feira, 7, a categoria se reuniu com o secretário de Administração, Pedro Lopes, mas não receberam respostas positivas para as reivindicações que foram levadas para o protesto. Ontem, foi a vez de a categoria ser recebida pelo secretário de Gestão, Adriano Gadelha.

O presidente do Sindicato dos Policiais Civis RN (Sinpol-RN), Nilton Arruda, explicou que o ato é uma medida para fazer a governadora Fátima Bezerra (PT) ouvir a categoria que protesta pela resposta das demandas. Ele indica que, caso não haja resposta positiva do governo, as diárias operacionais durante o Carnaval não serão realizadas. “É zero diária operacional. Foi deliberado pela categoria ontem”, disse.

“Muitas [delegacias] regionais já não funcionaram ontem, o plantão de Parnamirim teve que fechar, o plantão da Zona Sul funcionou com apenas 50%. Tudo isso é o pessoal que faz diária operacional e que faz muitas delegacias funcionarem”, completou. Ele afirma, ainda, que a expectativa é de ser feito um cronograma pela gestão estadual para que as reivindicações sejam atendidas.

Arruda também argumentou que todas as categorias da segurança pública do Estado e do município têm sofrido com demandas não atendidas. “A governadora do Estado tem sido intransigente não só com a Polícia Civil, mas com todas as categorias da segurança pública. Nossos irmãos da Polícia Militar também estão sofrendo na mão desse governo que nunca valorizou a segurança pública”, defendeu.

O presidente da Associação dos Delegados de Polícia Civil do Rio Grande do Norte (Adepol-RN), Fábio Rogério, relatou que esperava uma resposta positiva por parte do governo estadual, no entanto, com a negativa, a categoria resolveu tomar uma atitude mais drástica.

“Esse é um momento de luta, de ver as diretrizes que o governo do Rio Grande do Norte deve tomar. Tem um Carnaval vindo aí e as coisas vão ficar muito ruins para a sociedade, principalmente para os turistas. A casa dos delegados, como também a segurança pública em geral, não pode ficar nessa situação de descaso, de abandono”, apontou Fábio Rogério.

Em nota, o governo informou que haverá nomeação de concursados em 21 de fevereiro. Sobre os reajustes, a gestão pediu que a categoria aguarde até 7 de março, quando está programada uma nova reunião para discutir o assunto.

“O governo reconheceu a legitimidade das reivindicações, mas fez um apelo para que a categoria permaneça realizando o serviço extra através de diária operacional para que a população não seja afetada”, disse o governo.

Fundase cobra a convocação de cadastros de reserva

Entre as pautas reivindicadas durante a manifestação desta quinta-feira 8, os selecionados para cadastro de reserva da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Fundase) cobram do Governo do Estado a convocação e afirmam estarem aptos para atuação. Um dos manifestantes que falou ao AGORA RN e não quis ser identificado afirmou que o sistema socioeducativo está perdendo o controle e pede que o governo estadual considere as reivindicações levadas para o protesto.

“O que aconteceu foi que a Fundase tem sofrido uma intervenção há algum tempo atrás porque estava abandonada pelo estado e foi feito um acordo junto com a Assembleia para liberar essa verba para poder estruturar a Fundase, mas nada disso foi feito. A gente vê que o sistema socioeducativo está meio que perdendo o controle porque está defasado”, relatou. O manifestante também apontou que as prioridades são reivindicar para que não aconteçam situações de vandalismo e violência dentro do sistema socioeducativo.

Lígia Carla também protestou pela convocação dos selecionados e afirmou que o Ministério Público do RN já conhece a pauta tratada na manifestação. “O Ministério Público já está a par de tudo isso. A nomeação não foi feita de forma correta porque existem cargos vagos. Esses cargos é necessário ocupar, está no edital. Nossa revolta é essa e o governo tem que cumprir o que o MP determinou”, argumentou.

agorarn

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