Justiça venezuelana acolhe recursos contra 8 legisladores oposicionistas
A lista dos expedientes, divulgada nesta terça-feira, foi assinada
pela presidente da Câmara Eleitoral, a juiza Indira Alfonzo Izaguirre.
O movimento do PSUV estimulou acusações de que o partido da situação
está tentando minar a vitória esmagadora da oposição neste mês.
O perdedor Partido Socialista e candidatos aliados de seis distritos
legislativos também pediram ao tribunal que emita liminares que possam
bloquear os vencedores de assumir o cargo, potencialmente anulando a
maioria de dois terços que a oposição conquistou em 6 de dezembro.
A situação tem alimentado preocupações de uma iminente luta de poder
entre o presidente Nicolas Maduro e uma legislatura controlada pela
oposição, que o acusa de tentar desbastar o sucesso dos oposicionistas
nas urnas.
“A liderança derrotada apresentou seis novas moções contra a vontade
do povo expressa em 6 de dezembro”, escreveu no Twitter Jesus Torrealba,
chefe da coalizão da Unidade Democrática da oposição.
A oposição diz que o movimento é parte de uma manobra mais ampla do
Partido Socialista para minar sua nova vantagem, por exemplo, através da
criação de uma assembleia popular no mesmo edifício que o da
legislatura ou da nomeação de 13 juízes para a Suprema Corte.
A declaração do Supremo Tribunal datada de 28 de dezembro não disse
por quais motivos os ex-candidatos entraram com apelações contra as
eleições. Se vencerem o recurso as eleições poderiam ter que ser
refeitas.
Um oficial de justiça disse que ninguém estava disponível para comentar.
A oposição ganhou 112 assentos do total de 167, obtendo uma maioria
de 67%, que lhe dá poderes expandidos, incluindo a capacidade de demitir
ministros.
Se os oito legisladores em questão forem incapazes de assumir o
cargo, a oposição não seria capaz de convocar uma maioria de dois
terços.
“Nada vai bloquear a tomada de posse dos 112 legisladores que
favorecem a mudança”, tweetou Amelia Belisario, uma congressista eleita
da oposição cuja eleição está sendo contestada.
Os líderes do Partido Socialista, no passado, zombaram de queixas da
oposição sobre irregularidades eleitorais e elogiaram repetidamente o
sistema automatizado de votação do país como o mais transparente do
mundo.
O ex-candidato presidencial Henrique Capriles, que perdeu por pouco
para Maduro em 2013, teve seus questionamentos eleitorais neutralizados
pela corte superior.
Maduro aceitou os resultados da votação, mas pediu uma investigação
sobre o que chamou de uma percentagem anormalmente alta de votos nulos.
Outro líder do Partido Socialista pediu uma investigação criminal sobre
uma suposta compra de votos.
O Globo
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