Motta suspende escolta de Talíria e deputada vê “retaliação”
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), suspendeu a escolta da deputada Talíria Petrone (PSOL-RJ) nesta semana com base em parecer técnico da Polícia Legislativa. A decisão foi formalizada por despacho assinado na segunda-feira (8).
Segundo a assessoria de Motta, o ato seguiu análise do DEPOL e normas internas da Casa. Diante de pedido de reconsideração, o presidente informou que o tema será reavaliado. Na noite de sábado (13), a escolta foi restabelecida de forma provisória.
– O presidente Hugo está em contato com a deputada Talíria e acompanha a situação. A decisão foi baseada em parecer técnico do DEPOL. O tema será reavaliado à luz dos precedentes da Câmara – informou a assessoria.
Talíria afirmou que a retirada ocorreu sem aviso prévio, mesmo com investigações abertas sobre ameaças de morte. Segundo ela, não houve comunicação direta nem apresentação de dados que indicassem o fim dos riscos.
– Alegaram que eu usei Uber, frequentei lugares com aglomeração, fui ao samba e saí de madrugada. Dizem que isso coloca minha vida em risco. É uma justificativa absurda (…) Tenho escolta há sete anos e meio. Eventualmente faço coisas comuns da vida cotidiana. Isso faz parte da minha humanidade – disse a deputada ao G1.
Sem a proteção oficial, a deputada disse ter contratado escolta privada para retornar ao Rio de Janeiro e participar de um ato político-cultural. Ela também afirmou que a decisão subestimou os riscos à sua integridade e à de seus filhos.
Por fim, Talíria declarou que a medida tem relação com sua atuação no plenário e críticas à condução de Motta. A deputada citou embates recentes, como a articulação contra a cassação de Glauber Braga (PSOL-RJ) e a oposição ao PL da Dosimetria.
– Eu gostaria de dizer que não, mas, para mim, isso soa como retaliação. Minha opinião política não pode ser motivo para a minha desproteção – afirmou.

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