19/11/2025

'PRISÕES DE MILITARES CONDENADOS OCORRAM SEM ALGEMAS' - PEDE O COMANDANTE DO EXÉRCITO A MORAES

Comandante do Exército pede a Moraes que prisões de militares condenados ocorram sem algemas

O comandante do Exército, Tomás Paiva, teve uma conversa com o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) na segunda-feira 17 sobre os militares condenados por participação na suposta trama golpista. Ele pediu ao ministro que, no momento da prisão, eles possam ser conduzidos por integrantes da corporação e não usem algemas.

O encontro de ambos, de acordo com a revista Veja, não foi presencial. Paiva recebeu o ministro da Defesa, José Múcio, em sua residência, no Setor Militar Urbano de Brasília. No meio da reunião, Moraes teria ligado para o general.

Paiva aproveitou a conversa, então, para apresentar preocupações da cúpula militar sobre o momento da prisão dos condenados pelo STF. Ele também pediu que as detenções ocorram sem exposição midiática.

O comandante citou receio de que Augusto Heleno e Paulo Sérgio Pasos sejam submetidos a situações “humilhantes”. Ele afirmou que a exposição pública poderia afetar o ambiente nos quartéis. Moraes não se manifestou.

A eventual prisão dos dois deve seguir o modelo usado na detenção do general Walter Braga Netto, com uso de sala de Estado-Maior. O local provável é o Comando Militar do Planalto, em Brasília. Braga Netto está preso desde o ano passado em unidade militar no Rio de Janeiro, onde deve permanecer depois de Moraes determinar o início do cumprimento da pena.

Comandante informa a Moraes que Exército pode receber Bolsonaro

Sobre a possível prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro, Paiva informou a Moraes que o Exército está preparado para recebê-lo caso o STF determine o cumprimento da pena em instalação militar. O general ressaltou que não se tratava de um pedido, mas apenas de uma comunicação. “A decisão é de vocês”, disse Paiva.

Nesta terça-feira, 18, o STF publicou no Diário da Justiça Eletrônico o acórdão que rejeitou os primeiros recursos de Bolsonaro e de outros réus do núcleo central da trama golpista, entre eles Paulo Sérgio e Augusto Heleno. A publicação inicia a contagem de prazos para novos recursos.

As prisões só devem ocorrer quando não houver possibilidade de novos recursos. O STF costuma determinar a execução da pena depois da rejeição dos segundos embargos, mas Moraes pode ordenar a detenção imediata se considerar que as defesas tentam apenas protelar o processo.

revistaoeste

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