27/11/2025

ESTÁ FORMADO O 'FIOFÓ DE BURRO' NA ÁREA DE LULA E MESSIAS

Relator da indicação de Messias: “Jogaram uma granada sem pino”

O relator da indicação de Jorge Messias ao Supremo Tribunal Federal (STF), o senador Weverton Rocha (PDT-MA), afirmou nesta quinta-feira (27) que vai trabalhar para desanuviar o clima no Senado para tentar facilitar a vida do escolhido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Advogado-geral da União, Messias enfrenta uma insatisfação de parte do Senado pela recusa de Lula em acolher a indicação do presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), para a vaga aberta com a aposentadoria de Luís Roberto Barroso. O presidente rechaçou a sugestão pelo senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Mais cedo, Weverton afirmou ao jornal O Globo, antes de uma reunião com Messias em seu gabinete, que “jogaram uma granada sem pino” no colo dele, em tom de brincadeira. Depois do encontro, que durou cerca de uma hora e meia, ele afirmou ter se referido à dificuldade da tarefa.

– Quando eu disse que jogaram uma granada sem pino, eu percebi que há um movimento forte… que não vai ser fácil. As últimas indicações não foram fáceis. Se pegarem [de exemplo] André Mendonça e Flávio Dino, eles passaram com poucos votos de diferença [na votação no Senado]. O PGR, a mesma coisa – declarou Weverton.

E completou.

– Agora vou atrás do pino para não deixar essa granada explodir – disse.

Weverton voltou de uma viagem a Roma na noite desta quarta-feira (26) e disse que precisa se “inteirar” da situação, conversar com Alcolumbre e, depois, procurar os demais líderes do Senado. Ele afirmou ter ficado “honrado” com a missão de relatar a indicação, mas que ela é difícil “até pelo clima”.

De acordo com o jornal O Estado de São Paulo, Alcolumbre não atendeu nem retornou às ligações de Messias desde que foi indicado por Lula – num gesto que foi lido tanto como indelicadeza como quanto um sinal de que o senador vai trabalhar para dificultar a vida do AGU.

– Estamos num ano que está praticamente em calendário eleitoral. Com isso, acaba repercutindo em muitos movimentos. Cada momento aqui do Congresso tem que ser devidamente respeitado. Vou entender como está o ambiente da Casa e vamos trabalhar, preparar meu relatório e levar para a comissão, conversar com meus colegas – apontou Weverton.

Nesta quarta, quando começou o périplo por gabinetes do Senado para conversar com os responsáveis por sua eventual aprovação, Messias disse a jornalistas que esperava ser atendido por Alcolumbre em algum momento, e que trabalhava para isso. A sabatina foi marcada para 10 de dezembro. O prazo é considerado curto, uma vez que Messias precisa reunir 41 votos favoráveis entre os 81 senadores para ser aprovado.

O que intriga senadores é que Lula ainda não formalizou em mensagem a indicação de seu AGU, o que pode atrasar a sabatina – e favorecer a missão de Messias. A ala governista diz acreditar que, sem essa formalidade, a sabatina não pode ocorrer. Para uma ala mais próxima a Alcolumbre, no entanto, a oficialização da indicação, assinada e publicada em no Diário Oficial da União (DOU), já garante a sabatina.

– Eu não sabia disso (da não formalização). Até onde eu sei, o DOU já é um comunicado, regimentalmente não tem mensagem para correr prazo, é na verdade pro forma. Não acho que o governo esteja tratando isso como estratégia, porque, se fosse, não devia nem publicar em DOU. Deveria primeiro organizar tudo e depois publicar – finalizou Weverton.

AE

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