23/11/2025

DOIS PESOS E DUAS MEDIDAS - POR QUE?

Tornozeleira de Collor desligou por 36 horas e Moraes não puniu

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, não aplicou qualquer punição ao ex-presidente Fernando Collor depois que a tornozeleira eletrônica dele ficou desligada por cerca de 36 horas. O caso ocorreu no início de maio, e voltou a ser assunto neste sábado (22), por mostrar contraste com a decisão tomada pelo mesmo ministro que determinou a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Segundo a defesa de Collor, o aparelho descarregou no dia 2 de maio por um “incidente involuntário”. Os advogados disseram que o desligamento ocorreu no dia seguinte à instalação da tornozeleira. Eles afirmaram que o ex-presidente ainda se ajustava ao equipamento e acreditava que a bateria estava carregada.

No relatório enviado ao STF, o Centro de Monitoramento Eletrônico de Pessoas informou apenas que o dispositivo ficou sem bateria. Moraes pediu explicações, recebeu a justificativa e não aplicou qualquer medida adicional. A defesa alegou que não houve descumprimento da prisão domiciliar e que o equipamento não emitiu alertas antes de desligar.

O monitoramento foi retomado assim que Collor percebeu o problema. A equipe jurídica ainda pediu que ele continuasse em casa e não fosse levado a um presídio — o que acabou sendo atendido. Atualmente, Collor cumpre pena de 8 anos e 10 meses por corrupção e lavagem de dinheiro em regime domiciliar.

O episódio também chama atenção quando comparado ao caso de Jair Bolsonaro. O ex-presidente afirmou, em vídeo divulgado neste sábado, que encostou um ferro quente na tornozeleira, mas negou ter tentado removê-la. Mesmo assim, a ordem de prisão assinada por Moraes foi emitida antes desse episódio e não teve relação direta com o uso do ferro, segundo os documentos do processo.

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