Ex-refém diz ter sido coagido a aderir ao Islã em troca de comida
De volta aos seus lares, os últimos reféns israelenses a serem trazidos para Israel com vida têm feito relatos angustiantes sobre o período em cativeiro. Parte deles conta ter passado os últimos dois anos dentro dos túneis de Gaza privados da luz solar e em condições desumanas. Entre esses testemunhos, está o do refém Rom Braslavski, que detalhou ter sido pressionado a se converter ao Islã em troca de alimento.
Em entrevista à mídia israelense, a mãe de Rom, Tami Braslavski, disse que ele foi “mantido sozinho” pela Jihad Islâmica Palestina e levado para fora dos túneis apenas dois dias antes de sua libertação. Rom era segurança do festival Nova, alvo do ataque no 7 de outubro de 2023.
– Seus captores exigiram que ele se convertesse ao islamismo. Ele se recusou. Ele sofreu abusos, e não quero me aprofundar mais. (…) Nada o faz sentir bem, exceto uma coisa: ele fica parado perto da janela olhando para o céu – declarou ela ao Canal 13 News.
Segundo Tami, os terroristas faziam manipulações psicológicas para forçá-lo a jejuar durante o Ramadã ou ler o Alcorão em troca de melhores condições. Como parte dessas manipulações, diziam que o Irã tinha bombardeado Israel e exibiam vídeos selecionados para convencê-lo de que seus pais haviam desistido dele.
– Assim que ele voltou, continuou dizendo: “Sou judeu, sou forte”, e colocou [o seu] tefilin – descreveu Tami.
De acordo com ela, “durante parte do tempo, Rom foi mantido com os corpos de outros reféns ao lado dele”. Ao retornar para Israel, ele indicou o lugar onde esses cadáveres estavam mantidos, haja vista que o governo de Israel busca repatriar os corpos dos reféns que morreram no enclave.
Outro relato repercutido pela imprensa israelense foi o de Elkana Bohbot, que contou ter permanecido em túneis durante todo o período de cativeiro. Já Alon Ohel relatou ter ficado um período sozinho nos túneis até que o também refém Guy Gilboa-Dalal foi posto junto dele. Ele foi informado que seria solto um dia antes e sofre com problemas de visão devido ao longo período privado da luz do Sol. Há também testemunhos de reféns que ficaram constantemente acorrentados.
O soldado Nimrod Cohen, por sua vez, contou ter sido mantido em cativeiro junto com os irmãos Horn, Sagui Dekel-Chen e David Cunio inicialmente, e que os guardas chegaram a permitir que eles assistissem às Olimpíadas em alguns momentos. Também relatou ter sido falsamente informado de que seu pai havia atacado o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
pleno.news
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