Diretoria do ABC ganha ‘cicatriz’ difícil de esconder
Um arranhão profundo. É assim que pode ser definida a pífia campanha do ABC como mandante na Série C do Brasileiro de 2025. Uma mácula que marca a administração de Eduardo Machado, o primeiro torcedor a sair da arquibancada para ocupar a presidência do clube. Para evitar que esse rótulo se perpetue, o dirigente sabe que terá de buscar uma gestão de excelência daqui por diante.
Das últimas dez edições da Série C, o Alvinegro participou de seis. Até 2025, nunca havia amargado tamanho jejum de vitórias a ponto de não conseguir vencer nenhum adversário atuando dentro de casa. O clube encerrou a temporada no dia 30 de agosto completando 5 meses e 14 dias — 167 dias corridos — sem triunfar em Natal.
Os números mostram o tamanho da queda na condição de mandante. Em 2016, o ABC atingiu 77,8% de aproveitamento em casa, somando 21 pontos em 9 jogos, com 6 vitórias e 3 empates. Repetiu a força caseira em 2022, também com 77,8% de aproveitamento, 21 pontos e invencibilidade no Frasqueirão. Mesmo em anos de campanha mais modesta, como 2019, quando conquistou apenas duas vitórias como mandante, ainda alcançou 33,3% de aproveitamento. Em 2024, mesmo irregular, fez 46,7%, com 4 vitórias em 10 jogos.
Em 2025, porém, a situação despencou para níveis inéditos. O clube registrou apenas 18,5% de aproveitamento como mandante, sem nenhuma vitória, com 5 empates e 4 derrotas em 9 jogos, além de 18 gols sofridos contra apenas 12 marcados. É a primeira vez que o ABC não vence nenhuma partida em casa numa edição da Série C. Percentualmente, a campanha atual representa uma queda de mais de 75% em relação ao padrão médio anterior e, no quesito vitórias, uma queda de 100% em relação a média de 4 a 6 vitórias por temporada.
A estatística é um alerta. Em outras temporadas, mesmo com elencos limitados, o ABC manteve algum protagonismo em casa. Em 2025, a perda de força no Frasqueirão acompanhou um ano de desorganização dentro e fora de campo no departamento de futebol profissional.
Agora na Série D, a única alternativa do clube é tentar reestruturar a imagem de um dono de casa difícil de ser batido e começar a escalar as divisões em busca de reviver os seus melhores dias.
A diretoria trabalha num novo plano de investimento e promete apresentar medidas. A reapresentação do elenco deve ocorrer na segunda quinzena de novembro, período em que o novo executivo de futebol pretende já ter um grupo montado de acordo com as novas condições financeiras.
Além de patrocínios e parcerias, o presidente Eduardo Machado aguarda a definição da CBF sobre o novo sistema de classificação para Copa do Nordeste, para saber se vai retornar a fase de grupos da competição regional, visando receber a cota de participação que deve girar em torno de R$ 2 milhões para definir o padrão do elenco de 2026.
TN
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