14/08/2025

COMPLICADO: O ABC APESAR DE JÁ LUTAR CONTRA QUEDA AINDA TENTA VER CHANCE DE VAGA

ABC tenta ver chance de vaga, apesar de já lutar contra a queda

O grande equilíbrio da Série C em 2025 mantém viva, ainda que remotamente, a esperança de classificação do ABC. A diferença entre o oitavo colocado, Ypiranga-RS, e o 18º, o próprio Alvinegro, é de apenas quatro pontos. No entanto, conquistar essa vaga sob o comando de Rodrigo Santana seria tão improvável quanto ver um raio cair duas vezes no mesmo lugar.

Para o treinador, a metáfora não é apenas força de expressão — faz parte do seu histórico recente. Na temporada passada, dirigindo o Remo, Santana protagonizou um feito inédito desde que a Série C passou a ser disputada por pontos corridos: classificou a equipe paraense à segunda fase com apenas 26 pontos, marca até então insuficiente para alcançar o G-8. Foi a primeira vez que um clube avançou com menos que os 28 pontos apontados por estatísticos como o “ponto de corte” para a classificação.

Agora, à frente do ABC, Santana encara um cenário ainda mais improvável. Com três rodadas restantes, o time precisaria vencer todos os jogos para repetir a “pontuação mágica” que levou o Remo à fase decisiva em 2024. Além disso, teria de contar com uma combinação quase perfeita de resultados paralelos para impedir que os concorrentes diretos ultrapassem os 25 pontos.

Na prática, isso significa superar Guarani, Retrô e Itabaiana, melhorar o saldo de gols e torcer para que rivais como Ypiranga, CSA, Brusque, Confiança, Guarani, Ituano e outros deixem escapar pontos preciosos. Uma equação complexa, mas que o treinador já mostrou ser capaz de resolver.

A diferença entre o contexto atual e o de 2024 é expressiva. Após a 16ª rodada da última temporada, o Remo estava em oitavo lugar, com 22 pontos — dez posições acima da atual colocação do ABC. Na ocasião, bastaram quatro pontos para que o time paraense, com uma combinação de resultados relativamente acessível, carimbasse vaga no G-8.

No comando abecedista, Santana precisa antes de tudo recuperar o ânimo de um elenco que afundou na zona de rebaixamento, à frente apenas de Retrô e Tombense-MG, ambos virtualmente condenados à Série D. Para conseguir a classificação, o ABC terá de alcançar 100% de aproveitamento contra Guarani (casa), Retrô (fora) e Itabaiana (casa). O desafio é ainda maior considerando que o time não vence como mandante há cinco meses.

O cenário exige margem de erro zero. Nas três rodadas finais, será necessário que Brusque some no máximo três pontos, Confiança (5), Guarani (5), Ituano (5), Botafogo-PB (6), Anápolis (6), Maringá (7), Figueirense (8) e Itabaiana (4).

Já para escapar do rebaixamento, a matemática aponta que 22 pontos podem garantir a permanência. Nesse caso, uma vitória e dois empates bastariam para o ABC, que ainda depende apenas de si para salvar a temporada.

“Os atletas estão incomodados com a nossa situação. Temos muitos aspectos positivos aqui dentro e vamos mostrar isso. Vamos valorizar quem merece, quem sofre, quem sente, quem chega ao vestiário triste e abatido, pelo menos com o resultado. Isso é digno de quem correu, competiu e lutou até o fim”, afirmou o treinador, sinalizando mudanças no grupo, que já não contará com o atacante Wallyson, suspenso pelo terceiro cartão amarelo. Por outro lado, a equipe pode ter o retorno de Ytalo.

A esperança segue viva na mente do técnico: “O ABC é um time de camisa, é um time de pressão. A gente sabe a responsabilidade que tem aqui. E muitas vezes há jogadores totalmente preparados para receber esse tipo de pressão nesta fase e neste momento da competição. Temos muitos aspectos positivos a nosso favor ainda.”

TN

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