Moraes se nega a anular delação, apesar de denúncias de que Cid mentiu
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou o pedido da defesa do coronel Marcelo Câmara para anular a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid. Câmara é investigado por envolvimento no suposto “golpe” de Estado e seus advogados alegavam que Cid não firmou o acordo de forma voluntária. Na decisão, Moraes destacou que a colaboração seguiu todos os requisitos legais e foi devidamente homologada pela Corte.
A defesa de Câmara usou como argumento mensagens atribuídas a Cid em um perfil no Instagram, onde ele afirmava ter sofrido pressão durante os depoimentos, inclusive relatando que tentaram induzi-lo a incriminar aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. O ministro, no entanto, considerou que esses relatos, qualificados como desabafos pelo próprio Cid, não comprometem a legalidade do acordo de delação.
Moraes ainda ressaltou que esse tipo de pedido já foi apresentado anteriormente por advogados de outros investigados, como Bolsonaro e o general Braga Netto, e também foi negado. Para o ministro, não há elementos que justifiquem a anulação da delação, que permanece válida e segue como peça central nas investigações.
Recentemente, Mauro Cid acusou os advogados de Câmara e de Bolsonaro de tentarem pressioná-lo por meio de sua família, inclusive sua filha menor de idade, para mudar o teor da colaboração. Em razão disso, a Polícia Federal convocou os defensores Luiz Eduardo Kuntz e Paulo Cunha Bueno para prestar esclarecimentos.
DP
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