Como o caso Gritzbach escancarou o envolvimento de 27 policiais de SP com o PCC e CV; veja quem são
A execução a tiros de um empresário por criminosos encapuzados e armados com fuzis, em plena luz do dia, no setor de desembarque do maior aeroporto do país, no final do ano passado, escancarou o envolvimento de ao menos 27 policiais de São Paulo com o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV).
É o que aponta levantamento exclusivo do g1 com base nas investigações da Polícia Civil, Polícia Federal (PF) e Polícia Militar (PM) e a apuração do Ministério Público (MP) sobre o caso de Vinicius Gritzbach.
A reportagem consultou dezenas de policiais e autoridades e analisou centenas de páginas de documentos para montar um quadro inédito que mostra quem é cada um dos investigados e qual a relação deles com o caso e os seus desdobramentos.
👉 Especialistas avaliam que o cenário confirma o vínculo cada vez mais estreito entre agentes públicos de segurança e o crime organizado, evidenciando, segundo eles, o fracasso do estado. No caso do PCC, a sua atuação já assumiu até contornos de máfia (leia mais ao final).
Há suspeita até de que a facção tenha se infiltrado no futebol. Na semana passada, o nome de Gritzbach voltou aos noticiários porque uma investigação apontou que parte do dinheiro do contrato de patrocínio do Corinthians foi parar em uma empresa ligada ao PCC e que tinha sido citada na sua delação.
No total, pelo menos 41 pessoas são investigadas por suspeita de terem alguma ligação com o assassinato de Gritzbach ou outros crimes descobertos após a morte dele.
Dessas, 33 estão presas, sendo 26 policiais, por diferentes crimes, como homicídio e corrupção. Quatro estão foragidas da Justiça e outras quatro, incluindo um policial, respondem em liberdade.
Mais nomes estão na mira da polícia, mas, como ainda não foram responsabilizados, não aparecem neste levantamento.
Quem era Gritzbach?
Vinicius Gritzbach era um empresário do ramo imobiliário que enriqueceu lavando dinheiro do tráfico de drogas do PCC e do CV por meio da compra de imóveis e criptomoedas. Em uma delação premiada à Justiça, ele entregou o esquema e acusou policiais de corrupção.
Acabou executado em 8 de novembro de 2024 em uma emboscada no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, na região metropolitana. Câmeras de segurança gravaram o crime (veja mais abaixo).
Para a Polícia Civil, o homicídio está esclarecido: a morte foi a mando de criminosos ligados ao PCC e ao CV e teve a participação de policiais militares. Outros PMs que faziam a escolta particular dele são suspeitos de terem relaxado a segurança e contribuído com o grupo.
Além da sua delação, o motivo foi, segundo a investigação, para vingar as mortes de dois integrantes do PCC que ele teria encomendado. Também pesou um desfalque financeiro nas operações dos criminosos.
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