17/05/2025

LIGAÇÃO DE GILMAR MENDES COM A CBF É 'PROFUNDA'

Gilmar Mendes indicou seis diretores para a CBF

A influência do ministro Gilmar Mendes nos destinos da Confederação Brasileira de Futebol, não se resume às decisões que negaram pedidos de destituição do presidente Ednaldo. Seis nomes, vinculados ou indicados pelo Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), do qual Gilmar é sócio, fazem parte da gestão da entidade, segundo a revista Piauí. O IDP tem contrato de 10 anos para organizar os cursos da CBF Academy.

Entre os indicados por Gilmar está o assessor especial de Ednaldo, Hugo Teixeira. A Folha de S. Paulo informou que Hugo foi braço-direito de Chico – Francisco Schertel Mendes, filho de Gilmar e gestor do IDP. Entram também na lista o diretor jurídico, André Mattos, e o diretor financeiro, Valdecir de Souza.

Até a decisão desta quinta-feira, 15, que destituiu Ednaldo novamente do cargo, ele demonstrava força em Brasília. Até então Gilmar havia negado por duas vezes pedidos para destituí-lo, feitos de maneiras diferentes.

Para Ednaldo resolver pendências jurídicas, uma sede da CBF, montada na capital federal, virou base do então presidente da entidade.

Em 2022, conta a revista, o dirigente desbloqueou R$ 52 milhões da CBF para pagar uma indenização de R$ 21 milhões ao Icasa, clube do Ceará.

A entidade pagou R$ 5,7 milhões à vista a um advogado maranhense, sem cláusula de sucesso, o que seria uma prática comum no mercado. A liminar foi obtida em um único dia. O tempo médio de julgamento no Superior Tribunal de Justiça é de 55 dias, segundo o Conselho Nacional de Justiça.

CBF na mira de CPI

O deputado federal Sargento Gonçalves (PL-RN) afirmou a Oeste que esta movimentação da CBF em Brasília precisava ser investigada.

Ele integra o grupo que protocolou pedido de abertura de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara dos Deputados, encabeçado pelo deputado Coronel Meira (PL-PE).

“Esta estrutura da CBF em Brasília é um sinal claro de que a entidade está buscando influência direta no meio político e institucional”, disse o Sargento Gonçalves.

“Isso pode significar lobby, pressão indevida e tentativa de moldar decisões públicas em favor de interesses privados. Essa movimentação precisa ser vigiada com atenção, especialmente diante das denúncias que envolvem a atual gestão.”

revistaoeste

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