01/08/2024

O PENSAMENTO TOTALITÁRIO - POR J. R. GUZZO

O pensamento totalitário

A esquerda em geral, as classes culturais e a mídia global mostram-se cada vez mais escandalizadas com o que consideram o “avanço da extrema direita” no mundo. É Donald Trump. É Javier Milei. É Jair Bolsonaro. É mais uma porção de gente que “ameaça” ganhar eleições livres, fazer no governo o que a maioria quer que seja feito e devolver a lógica à vida política. Isso tudo, em seu modo de ver as coisas, vai eliminar a civilização humana da face da Terra — será o fim da democracia e a vitória do fascismo, do racismo, da homofobia, do ódio ao estrangeiro, às “mulheres” e aos índios. O que a esquerda, os comunicadores e os intelectuais têm se recusado terminantemente a fazer, até agora, é uma pergunta-chave: por que, afinal das contas, todos esses Trumps, Mileis, Bolsonaros existem, e por que tanta gente quer votar neles? Nenhum dos três foi enviado ao mundo pela Providência Divina para punir o homem por seus pecados. Também não são o produto da “crise climática”. Não vieram do espaço sideral. Ninguém faz a pergunta porque ninguém quer ouvir a resposta óbvia: o “perigo” da direita foi criado integralmente pela própria esquerda e por suas neuroses. A mais agressiva delas é a exigência de que as pessoas parem de pensar.

Trata-se de um movimento maciço de supressão ao mercado livre e racional de ideias — aquele em que você fala uma coisa, um outro defende o oposto, e a maioria dos ouvintes decide qual dos dois tem razão. Em vez disso, os filósofos, os bilionários global-socialistas e a imprensa que se tem como “séria” criaram um sistema de pensamento totalitário pelo qual a sua única participação no debate consiste em concordar com o que lhe dizem. E a opção de ter a sua própria ideia a respeito de alguma coisa? Não está disponível para ninguém. Não apenas é proibido discordar. Qualquer discordância é imediatamente punida com o seu indiciamento pelos delitos de extremismo direitista, fascismo, nazismo, machismo, racismo, xenofobia, misoginia, homofobia e “discurso de ódio” em geral, para ficar no grosso. A nova doutrina, acima de tudo, não admite a existência de fatos. (Veja a matéria de capa desta edição.) Fatos são hoje os principais suspeitos para a esquerda e a sua visão do “processo civilizatório”. Se estão em desacordo com essa visão, são automaticamente “fascistas” e, em vez de contestados pela observação da realidade, têm de ser suprimidos do debate público.

É inevitável que haja um Donald Trump, para começar, quando o público ouve com um pouco de atenção o que a mídia “de qualidade” diz a respeito dele e da campanha eleitoral nos Estados Unidos. Basicamente, não faz nexo. Ou seja: se é isso que estão falando a seu respeito e sobre o seu adversário, então está na cara que Trump é o nome mais certo para ser eleito como presidente. A verdade é que os jornalistas, as celebridades e os adversários contam para o público uma história que o público não vê — pior ainda, frequentemente vê o exato contrário do que contam, e não apenas sobre Trump e a campanha. É, cada vez mais, sobre qualquer assunto. Você é acusado de ser racista sem nunca ter praticado um ato de racismo na vida — apenas porque não é negro. Não tem o direito de dizer que homem e mulher são seres biologicamente diferentes. É acusado de ser um psicopata social por achar que pessoas com mais talento, mais mérito e mais trabalho merecem as recompensas que obtiveram.

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