Atletas do ABC querem agressores punidos
Vítimas de um ataque covarde por parte de alguns membros da torcida do ABC, os atletas do clube estiveram reunidos, na manhã desta terça-feira (11), com o promotor Luiz Eduardo Marinho, responsável por fiscalizar a aplicação do Estatuto do Torcedor no RN, além de integrantes da Polícia Militar e dos dirigentes alvinegros. Na ocasião os atletas entregaram um abaixo-assinado exigindo rigor na apuração e na punição aos envolvidos nos distúrbios realizados no sábado, dia 8, no estacionamento do estádio Frasqueirão.
Levando em consideração o forte atentado e o número de infrações cometidas pelo grupo de torcedores abecedistas, que se diziam revoltados com a derrota para o Criciúma, o Ministério Público do RN solicitou que a Delegacia Geral de Polícia Civil designe um delegado para apurar o caso. As autoridades ressaltaram que os responsáveis poderão responder por tentativa de homicídio, associação criminosa, dano ao patrimônio privado, ameaça e provocar tumulto em arena esportiva.
Previamente, o Ministério Público decidiu pedir a suspensão da torcida Garra Alvinegra por 10 jogos. O comandante da PM, coronel Alarico Azevedo; o comandante do Batalhão de Polícia de Choque, tenente-coronel Ricardo Santos; e outros integrantes da Polícia Militar, que também se fizeram presentes ao encontro realizado no auditório do CT Alberi Ferreira, aprovaram as medidas iniciais e pretendem traçar formas de evitar que novos ataques venham a ser realizados. A PM antecipou que, pelos menos nos próximos meses, também irá reforçar a segurança externa do estádio Frasqueirão em dias de jogos do Alvinegro.
Depois que as autoridades de Segurança Pública e o MPRN apresentaram o que foi feito desde o momento dos ataques, ficou acordado que o ABC irá apresentar, em até 10 dias úteis, um plano para reforçar a segurança dentro das dependências do clube. Essas melhorias devem englobar reforços em sistema de monitoramento por câmeras, iluminação, aumento dos muros externos e ampliação do número de seguranças em dias de jogos.
“As duas reuniões já realizadas foram bastante significativas e ainda estamos para agendar uma terceira para tratar da questão com a Polícia Civil. Desde que ocorreram os eventos criminosos, o MP e as autoridades de segurança estão constantemente em contato apoiando os jogadores e a direção do ABC”, afirmou Luiz Eduardo.
O promotor disse ainda que comunicou a Federação Norte-rio-grandense de Futebol a punição da torcida Garra Alvinegra, que está proibida de comparecer às praças esportivas do RN, como medida preventiva.
"Se os membros indicados pelo staff do ABC são conhecidos por fazerem parte dessa torcida específica, essa organizada precisa ser punida. É lógico que a parte criminal pertence à Polícia Civil e será necessário individualizar a conduta de cada membro no ataque. Isso quer dizer que apenas o fato de o torcedor estar no estacionamento no momento do ataque, não significa que ele tenha praticado um crime. Nossa missão é identificar quem realmente praticou os atos criminosos: quem arremessou pedras, aqueles que ameaçaram jogadores, tudo isso é parte do inquérito policial", explicou Marinho.
O MPRN também elogiou a atitude corajosa dos atletas abecedistas que decidiram se movimentar e enfrentar o problema de frente. “Recebi um abaixo-assinado dos jogadores do ABC, o clube prometeu melhorar sua estrutura interna no sentido de oferecer mais segurança aos seus funcionários e a PM garantiu apoio ajudando na logística. É importante frisar que em sua imensa maioria, a torcida abecedista é ordeira. O número de criminosos é bem pequeno, estes se infiltram em determinadas torcidas para praticarem esse tipo de barbaridade. Então nossos próximos passos serão a reunião com a Polícia Civil, a entrega de um relatório por parte do ABC e as autoridades constituídas vão seguir firmes no propósito de garantir a paz ao esporte e a toda sociedade potiguar", ressaltou Luiz Eduardo Marinho.
TN
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