Sob ataque em Brasília, Jean Paul segue resistindo no cargo
O presidente da Petrobras, o ex-senador potiguar Jean Paul Prates, está sob intenso ataque em Brasília. Nas últimas horas, aumentaram as especulações em torno de uma possível troca no comando da estatal – o que, apesar de ventilado, está fora de cogitação por enquanto.
Na avaliação de interlocutores de Jean, o bombardeio tem uma origem clara: o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que está no cargo por indicação do PSD do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.
O ministro de Minas e Energia, que não “vai com a cara” de Jean desde o início do governo, faz nos bastidores uma campanha maciça para fragilizar Prates, especialmente no Palácio do Planalto. O ataque consiste desde notas à imprensa que deixaram Prates em situação desconfortável a declarações de Silveira mirando Prates, como quando ele disse que o presidente da estatal não tratava com honra a questão do gás no Brasil.
Ouvido pela CNN Brasil, um aliado de Jean lembra que auxiliares do presidente Lula (PT) foram avisados de um evento interno promovido pela presidência da Petrobras na Bahia no mesmo dia em que Lula visitou Ilhéus (BA). O aviso ao Planalto veio acompanhado da mensagem de que a agenda “concorria” com a presidencial.
Prates vem há algum tempo tentando avisar o núcleo duro do governo de que o eventual cerco de Silveira está evidente, segundo seus aliados.
Prates e Silveira entraram em rota de colisão e a desavença vem atrasando o planejamento do setor energético no país. Silveira, por exemplo, tem encampado a ideia de reduzir a reinjeção de gás nas plataformas de petróleo para oferecê-lo ao mercado interno.
Um ministro disse à CNN que as constantes críticas feitas por Silveira têm de fato prejudicado a imagem do presidente da Petrobras junto a Lula. Há uma avaliação de que, aos poucos, Prates está ficando desgastado também com o núcleo duro do presidente.
Esse auxiliar presidencial argumenta que, embora seja um quadro do PT, Prates é um “cristão novo”. Só se filiou ao partido de Lula apenas em 2013.
Aliados de Jean Paul Prates admitem que as investidas do ministro de Minas e Energia têm surtido efeito, o que o obriga a prestar esclarecimentos ao presidente Lula constantemente. O entorno de Lula afirma, porém, que não há, por ora, conversa sobre troca no comando da estatal.
Agora RN
Nenhum comentário:
Postar um comentário