11/05/2023

AMIGO DE LULA ESTÁ BOTANDO PARA 'DESCER' NA NICARÁGUA

Ditadura da Nicarágua dissolve a Cruz Vermelha e confisca bens da organização humanitária

O regime do presidente Daniel Ortega ordenou, nesta quarta-feira, a dissolução da Cruz Vermelha da Nicarágua, que faz parte da rede internacional de assistência social respeitada mundialmente e que atuava no país desde 1931, quando a capital Manágua foi atingida por um terremoto e por um incêndio de grandes proporções. A medida — que inclui confisco de bens — foi uma represália pelo socorro prestado pela organização a feridos durante a onda de protestos contra o governo, em 2018.

A Assembleia Nacional nicaraguense aprovou uma lei que, além de revogar o decreto de fundação da Cruz Vermelha, também manda desapropriar todos os bens da organização em benefício do Estado.

O principal argumento do Parlamento controlado pelos sandinistas que governam com mão de ferro o país é que a Cruz Vermelha atuou contra os princípios fundamentais do movimento internacional da organização, “entre os quais se inclui humanidade, imparcialidade e neutralidade”, durante os movimentos contra o governo, há cinco anos.

Durante a convulsão social provocada pelo endurecimento do regime de Ortega, em 2018, a Cruz Vermelha foi às ruas atender milhares de feridos nos confrontos com forças de segurança e paramilitares.

O governo também acusou a Cruz Vermelha de não cumprir normas de prestação de contas para organizações sem fins lucrativos no país— as mesmas acusações apresentadas para acabar com a atuação de outras 3.290 Organizações Não Governamentais, desde 2018.

A Cruz Vermelha internacional tentou atuar como mediadora humanitária no país, por meio da representação local, especialmente no que diz respeito às prisões políticas. Esse movimento provocou forte reação do governo, que além de bloquear o acesso aos presos, também expulsou o delegado do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, Thomas Ess, em 2022, sem apresentar justificativa para a medida.

A paralisação das atividades da Cruz Vermelha na Nicarágua interrompe mais de duzentos projetos e cursos humanitários, em apoio a comunidades indígenas, prevenção da violência e da insegurança alimentar, entre outros temas de interesse público e atendimento em saúde.

Com informações de O Globo com El País

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