04/02/2023

ESTRANHO: POR QUE A BASE DE LULA NÃO QUER CPI SOBRE ATAQUES EM BRASÍLIA?

Parte da base de Lula não quer a CPI sobre ataques em Brasília

A instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Senado para apurar os ataques ocorridos em Brasília voltou à pauta política nos últimos dias. A base do governo no Congresso, porém, diverge sobre a pertinência e a necessidade da comissão.

O presidente reeleito do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), defendeu na última quarta-feira (1º) que há viabilidade regimental para a abertura da CPI. Segundo ele, o assunto seria levado à discussão com as lideranças da Casa, que definiriam o “momento” e a “conveniência” da comissão.

Um dia depois foi a vez do senador Marcos do Val (Podemos-ES). À imprensa, ele narrou uma suposta reunião com Jair Bolsonaro (PL) e o ex-deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) para discutir um plano com o objetivo de contestar as eleições presidenciais de 2022.

Enquanto fazia alterações na versão original do relato sobre o encontro, o senador estabelecia sigilo em alguns detalhes, os quais, de acordo ele, seriam secretos e somente poderiam ser revelados em uma eventual CPI.

Apesar da retomada do tema, partidos da base do governo ainda não fecharam posição sobre a conveniência de uma apuração parlamentar sobre os ataques às sedes dos Poderes.

Rejeição à CPI

Posições individuais de lideranças dessas siglas apontam para uma rejeição à CPI e um alinhamento ao posicionamento do governo federal.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e os ministros Alexandre Padilha (Secretaria de Relações Institucionais) e Flávio Dino (Justiça) já se manifestaram contra a comissão.

Já o líder do PT no Senado, Fabiano Contarato (ES), assinou, junto com outros 47 senadores, o requerimento de criação da CPI dos atos antidemocráticos apresentado pela senadora Soraya Thronicke (União Brasil-MS). Hoje, ele é um dos que não mantém o apoio à comissão de inquérito.

O líder avaliou que a comissão “pouco poderia avançar” além do que já foi investigado e disse acreditar que, neste momento, uma CPI teria potencial destrutivo não para o governo, mas para a população brasileira, ao desviar o foco de pautas que o Congresso precisa discutir.

A mesma análise é feita pelo líder do PT na Câmara, Zeca Dirceu (PR). “A comissão é desnecessária. Vai na contramão do que acabamos de concretizar no dia 1º [com a recondução de Arthur Lira (PP-AL) para a presidência da Casa]”, disse.

g1

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