03/12/2022

NO CATAR A CAMISA 24 'SAI DO ARMÁRIO' DA SELEÇÃO BRASILEIRA

Camisa '24' do Brasil sai do armário no Catar

Evitada por décadas no futebol brasileiro por conta da homofobia, a camisa '24' fez sua primeira aparição pela Seleção em Copas do Mundo nesta sexta-feira (2), através do também estreante Bremer.

Considerado um tabu pelos brasileiros, o número saiu do armário justamente em um país que criminaliza a homossexualidade. Coincidência? Talvez um pouco, mas a Seleção apenas seguiu a norma da Fifa de manter a numeração fixa de jogadores no Mundial do número um ao 26 (total de jogadores convocados).

E o escolhido para a '24' foi o zagueiro Bremer, que antes da Copa acumulava apenas 44 minutos jogados pela Seleção e que também fez sua estreia na competição na derrota por 1 a 0 para Camarões.

O defensor da Juventus jogou os dois tempos contra os africanos na terceira rodada do Grupo G. Mesmo com a derrota, o Brasil manteve a liderança da chave. Assim, o próximo desafio será contra a Coreia do Sul, na segunda-feira (5).

"Para mim é uma camisa qualquer como uma outra, o importante é estar na Copa do Mundo, o número não importa", disse o jogador há uma semana e meia.

- Um tabu antigo -

A associação pejorativa do número '24' no Brasil é antiga e remonta ao jogo do bicho.

No jogo, o veado, animal pertencente à Família Cervidae, assim como os cervos, é representado por esse número, que, ao longo das décadas, foi sendo associado a pessoas homossexuais, mostrando que o preconceito foi construído socialmente através do tempo.

A denúncia transcendeu diferentes esferas da sociedade brasileira, inclusive o futebol, que registra diariamente agressões a homossexuais e transsexuais.

Como forma de luta e criminalização da homofobia, a comunidade LGBTQIA+ passou a se utilizar do número, principalmente no futebol, em camisas comerciais de organizações inclusivas e em torneios de bairro organizados por times LGBTQIA+.

- "É muito bom ver isso acontecendo justo nesse cenário" -

A camisa, que ficou de fora de 21 edições do Mundial, renasce em uma marcada por polêmicas relacionadas aos direitos LGBTQIA+, incluindo a proibição de capitães europeus de usarem a braçadeira 'One Love' com as cores do arco-íris.

Com informações do msn

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