03/09/2022

AVISEM AOS PADRES, SENHORES BISPOS!

CNBB condena manipulação religiosa na eleição: “Democracia tem que ser protegida”

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou nesta sexta-feira (2) carta em que pede um “pacto nacional” para “proteger a nossa jovem democracia”. A um mês do primeiro turno das eleições, os religiosos criticam “tentativas de ruptura da ordem institucional, veladas ou explícitas”. Sem citar nomes, dizem que essas ameaças buscam “colocar em xeque a lisura” do processo eleitoral e a conquista “irrevogável” do voto. A CNNB divulgou o texto ao final da 59ª assembleia geral que marcou os 70 anos da entidade.

Dom Walmor Oliveira de Azevedo, presidente da CNBB, iniciou as falas da última coletiva agradecendo o trabalho dos jornalistas durante a Assembleia da CNBB. O Arcebispo de Belo Horizonte (MG) também falou sobre a importância da etapa presencial da Assembleia.

Segundo Dom Joel Portella Amado, secretário geral da CNBB, “conviver, rezar, votar foram os verbos que caracterizam os cinco dias de convivência do episcopado”.

O Arcebispo de Porto Alegre (RS) e primeiro vice-presidente da CNBB, Dom Jaime Spengler, destacou que Assembleia é uma experiência muito bonita de colegialidade. “Acompanhar os bispos, provenientes de várias realidades diferentes, rezando, discutindo. O que conseguimos, eu creio, que é obra de Deus. O desejo de cada um colaborar é imensa”, ressaltou

“Uma vez que tivemos cinco dias para votar dez assuntos, no mínimo e, cada um algumas vezes, exigiu dos participantes dias de trabalho, com rigor, flexibilidade e muita unidade”, ressaltou o Bispo auxiliar do Rio de Janeiro.

“Pelo seu exercício responsável e consciente, a população tem a capacidade de refazer caminhos, corrigir equívocos e reafirmar valores. Reiteramos nosso apoio incondicional às instituições da República, responsáveis pela legitimação do processo e dos resultados das eleições”, diz a carta dos bispos.

Na mesma linha, sem apontar responsáveis, o documento critica a “manipulação religiosa” e o uso de fake news como formas de desestabilizar o processo eleitoral. “É motivo de preocupação a manipulação religiosa e a disseminação de fake news que têm o poder de desestruturar a harmonia entre pessoas, povos e culturas, colocando em risco a democracia”, afirma a mensagem.

Os bispos também destacam preocupações ambientais e sociais. Além disso, alertam para o risco do aumento da violência, em função da flexibilização do acesso às armas pelo atual governo. “Constatamos os alarmantes descuidos com a Terra, a violência latente, explícita e crescente, potencializada pela flexibilização da posse e porte de armas que ameaçam o convívio humano harmonioso e pacífico na sociedade. Entre outros aspectos destes tempos estão o desemprego e a falta de acesso à educação de qualidade para todos. A fome é certamente o mais cruel e criminoso deles, pois a alimentação é um direito inalienável”.

Por fim, os religiosos conclamam a sociedade “a participar das eleições, escolhendo candidatos que representem projetos comprometidos com o bem comum, a justiça social, a defesa integral da vida e da família”.

agendadopoder

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