Divergências entre Dilma e Temer crescem – e eles mal se falam
Dilma Rousseff e Michel Temer nunca foram muito próximos.
Durante boa parte do primeiro mandato, o grau de consideração da
presidente por seu vice podia ser medido pela importância das tarefas
que lhe eram delegadas no dia a dia do governo. O vice sempre pairou em
Brasília como figura decorativa, encarregado basicamente das agendas
internacionais que a presidente não se dispunha a cumprir. Com a
popularidade alta, a economia cambaleante mas ainda de pé e sem as
revelações demolidoras da Operação Lava-Jato, manter Temer à margem das
decisões importantes, mesmo ele carregando a faixa de representante do
maior partido do Congresso, o PMDB, nunca chegou a gerar maiores abalos
para Dilma. As dificuldades econômicas, as revelações da roubalheira no
petrolão e a meteórica queda de popularidade construíram um cenário
ideal para uma crise sem precedentes. Em momentos assim, dizem os
especialistas, se não houver o mínimo de tranquilidade no Parlamento, o
risco de um tsunami atingir o Palácio do Planalto não pode ser
minimizado. Há quatro meses, Temer recebeu da presidente autorização
para atuar e evitar que isso acontecesse. Obteve sinal verde para
negociar cargos, emendas e até projetos em nome da estabilidade. Na
semana passada, ele renunciou à tarefa. O motivo: Dilma, de novo,
tirou-lhe os poderes.
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