Perdão da dívida de países africanos daria para Brasil construir 57 mil casas populares
Rindo da "cara" dos brasileiros, né Dilma?
Em maio, durante a comemoração
dos 50 anos da União Africana, o governo brasileiro anunciou o perdão
de uma dívida aproximada de quase R$ 2 bilhões (US$ 900 milhões) de 12
países daquele continente. Esse dinheiro é suficiente para construir 57
mil casas populares, considerando residências com custo de R$ 35 mil.
A medida levantou polêmica e foi
interpretada por parte da opinião pública e da oposição como diplomática
— e até eleitoreira, já que as empresas que atuam na África podem se
beneficiar da decisão.
Na prática, porém, é importante lembrar
que o perdão não é total: os 12 países estão livres de pagar apenas
parte de suas dívidas e o restante será dividido para ser pago ao longo
dos próximos anos. Os países beneficiados são: Costa do Marfim, Gabão,
Guiné Bissau, Mauritânia, República da Guiné, República Democrática do
Congo, República do Congo (Brazzaville), São Tomé e Príncipe, Senegal,
Sudão, Tanzânia e Zâmbia.
Para o professor do Centro de Estudos de
Relações Econômicas Internacionais da Unicamp (Universidade Estadual de
Campinas) Giuliano Contento de Oliveira, esse tipo de perdão é comum,
mas não neste caso.
— É preciso contextualizar esta
iniciativa política, de perdão, de reestruturação da dívida, no contexto
de interesses. Certamente há interesses econômicos relacionados nessa
iniciativa. Isso significou uma espécie de ratificação da carta de boas
intenções que foi estabelecida mais destacadamente no governo Lula.
Oliveira explica que a balança comercial
entre o Brasil e a África tem sido mais vantajosa financeiramente para
aqueles países. Com isso, explicar o perdão de dívidas em favor da parte
mais fraca da relação financeira em questão fica ainda mais difícil.
R7
Nenhum comentário:
Postar um comentário