20/03/2021

DORIA X COVAS: EM SÃO PAULO RESTRIÇÕES TERMINAM COM 'BICARADA TUCANA'

Doria e Covas batem boca sobre novas restrições em São Paulo

Um dia após o anúncio do prefeito Bruno Covas (PSDB) de que antecipará cinco feriados e ampliará o horário do rodízio de veículos para conter a disseminação do coronavírus, o governador paulista, João Doria (PSDB), criticou as medidas e pediu “bom senso” ao colega de partido. Covas, por sua vez, respondeu ao seu antecessor no cargo.

“As prefeituras têm autonomia para suas decisões e nós reconhecemos isso. Mas há certas decisões que o bom senso recomenda que sejam compartilhadas com o governo, dado o impacto nas cidades vizinhas”, afirmou Doria. “Faltou um pouco de bom senso da prefeitura para evitar o mal-estar que acabou provocando. Vamos [tentar] reduzir isso ao mínimo possível”, completou o tucano.

O governador de São Paulo vem sendo pressionado por prefeitos de cidades do litoral do Estado, que preveem uma “invasão” de paulistanos durante os dez dias do “megaferiadão” na capital paulista a partir da próxima semana. “Infelizmente, a decisão do prefeito foi anunciar sem entendimento prévio, o que criou esse mal-estar. Recebemos várias manifestações de prefeitos e prefeitas do litoral e da região metropolitana”, prosseguiu Doria. “O Centro de Contingência está avaliando e hoje temos uma reunião para anunciar algumas medidas. Vamos atender a solicitações que forem feitas por esses prefeitos para evitar a superlotação no litoral. Eles têm toda razão nessa preocupação.”

Covas, por sua vez, reagiu às declarações de Doria e escancarou a crise entre as duas principais lideranças tucanas no Estado. Do Hospital Sírio-Libanês, onde realizará mais uma sessão de quimioterapia no tratamento contra o câncer, o prefeito rebateu as críticas do governador.

“O senso que falta é o senso de urgência. Aqui na prefeitura tem menos ‘falação’, o foco é no trabalho e na colaboração”, disse Covas. “Faço o máximo que posso para defender o povo da minha cidade. Sempre estou aberto a colaborar com outras cidades e com o governo do Estado. Mas cada um precisa assumir suas responsabilidades.”

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