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12/03/2025

INFLAÇÃO: AO ACELERAR 1,31% EM FEVEREIRO, CHEGA A SER A MAIOR ALTA EM 22 ANOS

Inflação tem maior alta em 22 anos, ao acelerar 1,31% em fevereiro

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial no Brasil, atingiu sua maior alta em 22 anos para o mês de fevereiro, ao subir 1,31%, e ficar 1,15 ponto percentual acima da taxa de janeiro (0,16%). O patamar é o maior para um mês de fevereiro desde 2003, quando a alta foi de 1,57%.

O IPCA já acumula alta de 1,47% neste ano de 2025. Está em 5,06% no acumulado dos últimos doze meses; acima dos 4,56% dos 12 meses imediatamente anteriores. E, em fevereiro de 2024, o IPCA mediu 0,83% de inflação.

O IBGE atribui a alta, principalmente, à variação da energia elétrica, mensalidades escolares e bebidas. No grupo Habitação (4,44%), a energia elétrica residencial foi o subitem com o maior impacto no índice (0,56 pontos), ao avançar 16,80% em fevereiro, após a queda de 14,21%, observada em janeiro, por causa da incorporação do Bônus de Itaipu.
Impacto nos juros

O economista André Perfeito avalia que os dados do IPCA vieram alinhados com as expectativas, o que reforça a perspectiva de juros elevados no curto prazo, na política monetária contracionista. E pontua que a pressão continua disseminada no grupo alimentação onde ovo e café apresentam alta de dois dígitos e, no grupo Habitação a alta de Energia Elétrica e Taxa de Água e Esgoto também são destaques.

“Dificilmente a Autoridade Monetária terá espaço para sinalizar um fim de ciclo de alta de juros nas próximas reuniões”, conclui o mestre em Economia Política.
Maiores impactos

O IBGE detalhou que, entre os nove grupos de produtos e serviços pesquisados, a maior variação foi registrada pelo grupo Educação (4,70% e 0,28 p.p.), seguido de Habitação (4,44%), responsável pelo maior impacto (0,65 p.p.) no índice do mês.

“Destacam-se, também, as altas nos grupos Alimentação e bebidas (0,70%) e Transportes (0,61%). Juntos, os quatro grupos respondem por 92% do índice IPCA de fevereiro. No grupo Educação (4,70%), a maior contribuição veio dos cursos regulares (5,69%), por conta dos reajustes habitualmente praticados no início do ano letivo. As maiores variações vieram do ensino fundamental (7,51%), do ensino médio (7,27%) e da pré-escola (7,02%)”, relatou o IBGE.

Veja os dados do IPCA:



DP

12/01/2025

INFLAÇÃO 2025 SERÁ PRESSIONADA PELO CAFÉ, CARNES E AÇUCAR

Café, carnes e açúcar devem pressionar inflação em 2025

A expectativa de preços mais firmes de produtos agropecuários utilizados na cesta básica deve pressionar a inflação de alimentos neste ano. Carnes, café e açúcar são as commodities que mais preocupam quanto à pressão inflacionária em 2025. As commodities softs, de forma consolidada, devem ter pressão intermediária sobre a inflação, assim como o leite, enquanto os grãos tendem a ter impacto neutro.

O movimento tende a repetir o já observado no ano passado com uma inflação de alimentos resistente, o que preocupa o governo em virtude da pressão sobre a inflação geral e, consequente, atraso no ciclo de corte de juros. Os números mais recentes divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que os preços de alimentação e bebidas aumentaram pelo quarto mês seguido.

O grupo Alimentação e bebidas saiu de uma elevação de 1,34% em novembro para uma alta de 1,47% em dezembro, resultando numa contribuição de 0,32 ponto percentual para a taxa de 0,34% registrada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) no último mês.

O principal impacto da aceleração da inflação de alimentos deve vir das proteínas, aponta a analista Gabriela Faria, da Tendências Consultoria, economista responsável por agropecuária e biocombustíveis.

– A inflação será impulsionada pelo aumento expressivo dos preços das carnes, estimado em pelo menos 16,6% no valor pago ao produtor, com repasse à indústria e ao consumidor – diz.

Café e açúcar também devem contribuir com uma inflação de alimentos mais forte com produções limitadas, segundo a economista. Em contrapartida, do lado dos grãos, o efeito dos preços sobre a inflação tende a ser neutro, sem expectativa de altas acentuadas nas cotações de soja e milho.

A Tendência Consultoria projeta aumento de 9,1% no IPCA alimentos de 2024 e de 6,2% para este ano, com viés de alta. Faria cita também o óleo de soja, leite e as commodities softs como itens de atenção quanto a potencial inflacionário neste ano, além de hortaliças, frutas e verduras, que têm maior suscetibilidade a variações climáticas e peso relevante na cesta básica.

O momento atual é de atenção também sobre o desenvolvimento das lavouras de hortifrútis, afetadas pela seca histórica do ano passado, aponta o gerente da consultoria Agro do Itaú BBA, Cesar de Castro Alves.

– É preciso observar o acumulado de chuvas nos próximos dois meses e os efeitos sobre a produção de hortifrútis, que, apesar da rápida recuperação das lavouras, podem ter pressão momentânea sobre inflação em caso de perdas nas lavouras – destaca Alves.

Ele concorda com os demais analistas de que as proteínas e as commodities softs são os produtos mais preocupantes quanto à pressão inflacionária.

– A alta do café ainda não foi repassada ao varejo e poderemos ter novas máximas históricas. Dos produtos básicos, o trigo vai depender muito do dólar, já o arroz tende a ter uma ótima safra e o feijão deve ficar com produção dentro da média – acrescenta.

O sócio-diretor da consultoria MB Agro, José Carlos Hausknecht, observa que o câmbio será determinante para a inflação de alimentos neste ano.

– Se o dólar se mantiver acima de R$ 6, a pressão sobre a inflação de alimentos será maior levando a uma política monetária mais restritiva. Do ponto de vista fiscal, o mercado não vê firmeza nas medidas do governo, o que gera incerteza, e somado aos preços sustentados de commodities agrícolas reflete em maior pressão sobre inflação – completa.

AE