Empresário blindado da CPMI repassou R$3 milhões a ex-assessor de Alcolumbre
O empresário Rodrigo Moraes, um dos fundadores da empresa Arpar Participação, recebeu um Habeas Corpus do STF permitindo que ele não comparecesse a CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito), que investiga as fraudes no esquema envolvendo o INSS.
A oitiva estava prevista para esta segunda-feira, 24 de novembro. Contudo, o empresário foi mais um blindado pelo STF envolvido no golpe milionário aos aposentados.
Rodrigo é sócio da ARPAR Administração, Participação e Empreendimento S.A., empresa apontada pela PF como uma das envolvidas no esquema de desvios de benefícios de pensionistas.
Os parlamentares buscam esclarecer a razão de um pagamento de R$ 3 milhões efetuado pela Arpar a Paulo Boudens, ex-assessor e ex-chefe de gabinete do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).
Além disso, a empresa teria recebido pelo menos R$ 49 milhões do lobista Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, um dos cabeças do esquema das fraudes.
A comissão de inquérito deve ter nova reunião na próxima quinta-feira (27).
Fraudes e envolvimento de Boudens
A Arpar Participação está sob investigação da Polícia Federal (PF) pela suspeita de ter sido utilizada para lavagem de dinheiro e o pagamento de propinas dentro do grande esquema de fraudes nas aposentadorias, estimado em R$ 4 bilhões.
Paulo Boudens, o beneficiário do repasse de R$ 3 milhões, era, na época do recebimento, assessor parlamentar no gabinete de Davi Alcolumbre. Desde outubro de 2024, Boudens está no Conselho Político do Senado.
Boudens também já foi apontado como o operador de um esquema de ‘rachadinha’ milionário no gabinete de Alcolumbre (União-AP), em 2021. Seis mulheres da periferia de Brasília foram contratadas como assessoras no gabinete do parlamentar, mas nunca trabalharam e devolviam a maior parte dos salários.
Histórico suspeito
Rodrigo Moraes e Anderson Orlandini, fundadores da Arpar, também são sócios da Arm Capital do Brasil, que é alvo de um inquérito por suspeitas de lavagem de dinheiro e ocultação de bens.
Fundada em 2019 e sediada em São Paulo, a Arm Capital passou a ser investigada após um alerta do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), que foi acionado por uma instituição financeira. O banco manifestou suspeita sobre remessas ao exterior realizadas pela empresa sem justificativa de origem do capital e sem que a Arm Capital apresentasse capacidade financeira compatível.
Entre maio e novembro de 2022, a Arm Capital realizou 862 operações bancárias, totalizando R$ 276 milhões. Além disso, os investigadores constataram que a empresa não funcionava no endereço declarado, aumentando as suspeitas.

Nenhum comentário:
Postar um comentário