Exército vê excesso em Bolsonaro na Papuda e oferece quartéis para prisão
O comandante do Exército, general Tomás Paiva, disse ao ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), ver uma eventual prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Complexo Penitenciário da Papuda, no Distrito Federal, como excessiva.
O posicionamento do general foi feito ao relator da ação penal da trama golpista na última segunda-feira (18) em uma reunião. O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, participou da conversa na casa do comandante da Força.
Na ocasião, o comandante do Exército citou que as unidades militares estão disponíveis para receber Bolsonaro, condenado a 27 anos e três meses de prisão por tramar um golpe de Estado após sua derrota nas eleições de 2022.
Moraes não fez comentários sobre a sugestão do general do Exército. A informação foi revelada pelo jornal O Globo e confirmada pela CNN Brasil.
A percepção de oficiais-generais, sob reserva, é que o ministro do STF pode querer evitar enviar Bolsonaro para uma unidade do Exército justamente pelo ex-presidente ter sido condenado por tentar convencer as Forças Armadas a embarcar em um golpe militar.
Na mesma reunião, como mostrou a CNN Brasil, o ministro da Defesa e o comandante do Exército reiteraram a disponibilidade das instalações militares e pediram tratamento digno aos generais e ex-ministros Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e Paulo Sérgio Nogueira (Defesa).
Heleno, de 78 anos, foi condenado a 21 anos de prisão, e Paulo Sérgio, de 67, recebeu pena de 19 anos. Como ambos vivem em Brasília, devem ficar acomodados em unidades militares do Distrito Federal.
As salas de Estado-Maior do Exército são pequenos quartos com uma cama de solteiro, frigobar e escrivaninha. Há possibilidade de acesso à TV aberta, caso autorizado pela Justiça.
Outro condenado pela trama golpista no núcleo central, o general Walter Braga Netto, deverá permanecer na mesma sala do Comando da 1ª Divisão de Exército do Rio de Janeiro, onde está em prisão preventiva desde dezembro de 2024. O ex-ministro da Casa Civil foi condenado a 26 anos de reclusão.
Nesta sexta-feira (21), a defesa do ex-presidente pediu ao STF que a prisão em regime fechado seja substituída pela prisão domiciliar humanitária pelo grave estado de saúde. A pena de 27 anos e três meses de prisão pela tentativa de golpe de Estado aplicada a Bolsonaro está próxima de ser executada.
No pedido ao STF para que Bolsonaro cumpra a pena em casa, os advogados argumentam que a ida do ex-presidente a uma penitenciária pode representar risco à vida dele, diante da possibilidade de graves consequências no seu quadro de saúde.
CNN

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