*Um novo tiroteio voltou a assustar motoristas e moradores do Rio de Janeiro, nesta sexta-feira (31). Duas pessoas ficaram feridas após disparos na Linha Amarela, altura da Vila do Pinheiro, perto do Complexo da Maré, na Zona Norte. Vídeos feitos por moradores mostram um homem sendo baleado em plena via expressa, no meio do trânsito. Policiais do 22° BPM foram acionados e encontraram as vítimas dentro de um carro. Elas foram levadas para o Hospital Geral de Bonsucesso. Durante a ação, os militares apreenderam um fuzil, munições e carregadores. O policiamento foi reforçado na região, e o caso está sendo investigado pela 21ª DP (Bonsucesso). O episódio acontece dias após a megaoperação nos complexos da Penha e do Alemão, que deixou 121 mortos. A concessionária Lamsa informou que o tráfego na Linha Amarela já foi liberado nos dois sentidos.
*Moradores dos complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, foram às ruas nesta sexta-feira (31) para protestar contra a Operação Contenção, que terminou com 121 mortos, a ação mais letal da história do estado. Mesmo debaixo de chuva, centenas de pessoas se reuniram na Vila Cruzeiro, na Zona Norte, pedindo justiça e denunciando abusos durante a operação, conforme a Agência Brasil. O ato teve forte presença de mães que perderam filhos em outras ações policiais. Elas criticaram o governo estadual e pediram que o Estado invista em educação e emprego, não apenas em repressão. A dor das famílias reacendeu o debate sobre a violência nas favelas e a forma como as forças de segurança atuam em áreas dominadas pelo tráfico. Segundo o governo do Rio, a operação tinha como alvo a facção criminosa Comando Vermelho e envolveu 2,5 mil agentes, com o objetivo de cumprir mais de 100 mandados de prisão. Entre os mortos, quatro eram policiais e 117 civis — destes, 78 tinham histórico criminal e 42 estavam com mandados de prisão em aberto, conforme dados oficiais. Entidades de direitos humanos classificaram a ação como “massacre” e denunciaram casos de tortura e mutilação entre os corpos recolhidos pelos próprios moradores. O governo estadual, por outro lado, defende que a operação foi necessária para enfrentar o crime organizado e restabelecer a segurança na região.
*O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, negou, nesta sexta-feira (31), estar considerando atacar a Venezuela, após os jornais Miami Herald e The Wall Street Journal (WSJ) afirmarem que o governo americano se prepara para bombardear instalações militares no país sul-americano. Trump foi perguntado por jornalistas quando estava a bordo do avião presidencial Air Force One sobre as informações publicadas nesses jornais, com base em uma conversa com fontes ligadas ao governo, e respondeu: – Não, não são verdadeiras. O presidente norte-americano não se estendeu na resposta e voltou a usá-la quando voltou a ser questionado sobre decisões militares contra a Venezuela. Segundo o Miami Herald, os ataques aéreos poderiam ocorrer “em questão de dias ou, inclusive, horas”. Já o WSJ disse que a decisão ainda estava sobre a mesa.
*Nesta sexta-feira (31), a ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais do governo federal, Gleisi Hoffmann, criticou o posicionamento de governadores de partidos de direita que, segundo ela, dividem o país e contribuem para o discurso de intervenção dos Estados Unidos em países da América Latina. Ainda de acordo com Gleisi, os governadores deveriam se juntar ao governo federal na proposição de soluções que fortaleçam a segurança pública. Gleisi citou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 18, conhecida como PEC da Segurança Pública, apresentada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Congresso. – Ao invés de somar forças no combate ao crime organizado, como propõe a PEC da Segurança enviada pelo presidente Lula ao Congresso, os governadores da direita, vocalizados por Ronaldo Caiado, investem na divisão política e querem colocar o Brasil no radar do intervencionismo militar de Donald Trump na América Latina – disse a ministra em rede social.
*O lobista Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS, foi transferido para o Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília. Ele é acusado de operar uma fraude bilionária na Previdência, com descontos ilegais de mensalidades associativas em benefícios de aposentados e pensionistas. Preso desde 12 de setembro na sede da Polícia Federal, o esquema ligado a ele foi revelado pelo site Metrópoles e envolve empresas que atuavam como intermediárias financeiras de associações suspeitas. Segundo a PF, essas empresas teriam ajudado a movimentar o dinheiro desviado. A ida para a Papuda aconteceu “nos últimos dias”, segundo a nova defesa do lobista. O antigo advogado, Cleber Lopes, deixou o caso no dia 20 por “motivos pessoais”. Lopes chegou a protagonizar um bate-boca na CPMI que investiga o golpe contra aposentados, após parlamentares chamarem o cliente de “ladrão”. Agora, o Careca do INSS segue preso enquanto o inquérito avança — e o rombo nos cofres públicos pode se revelar ainda maior do que o estimado.
*O secretário de Segurança do Rio de Janeiro, Victor Santos, escancarou o que muita gente já desconfiava: o Comando Vermelho (CV) e o PCC estão trabalhando juntos. Segundo ele, as duas maiores facções do país compartilham rotas de tráfico de drogas e contrabando de armas, principalmente pelo Norte do Brasil, onde a fiscalização é precária. “Não dá pra ser ingênuo. Eles compartilham rotas do Norte, com rios e afluentes que facilitam a passagem de drogas e armas. Já está claro que existe um negócio entre CV e PCC”, afirmou o secretário. Santos detalhou ainda o funcionamento do escritório emergencial contra o crime organizado, criado pelo governador Cláudio Castro após a megaoperação nos complexos da Penha e do Alemão. Segundo ele, o foco é agir com rapidez, sem burocracia, e em parceria com o governo federal. A cooperação inclui identificação de criminosos e rastreamento de armas apreendidas. “Dos 100 mandados, 30 eram do Pará. Muitos bandidos usavam documentos falsos, e a Polícia Federal está ajudando nas identificações”, explicou. Com o novo modelo, o Estado promete resposta dura e imediata ao avanço das facções.

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