31/10/2025

PRONTO, ERA SÓ O QUE FALTAVA!

Talibãs pedem para participar da COP30 no Brasil

O governo talibã organizou nesta sexta-feira (31) uma reunião preparatória sobre o caminho do Afeganistão para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) em Belém, e pediu para participar no debate, apesar de sua situação de isolamento internacional.

Desde o retorno ao poder dos fundamentalistas em agosto de 2021, o Afeganistão vive praticamente isolado do resto da comunidade internacional, o que limitou sua participação em fóruns globais e o acesso a financiamento.

– O Afeganistão é gravemente afetado pelas mudanças climáticas e suas consequências, e a comunidade internacional não deve politizar as questões ambientais – afirmou, segundo vários veículos de comunicação afegãos, Matiul Haq Khalis, diretor-geral da Agência Nacional de Proteção Ambiental do Afeganistão (NEPA), uma das entidades organizadoras do encontro, junto com a ONG The Liaison Office (TLO), dedicada a questões climáticas.

Khalis acrescentou que os participantes desta reunião preparatória “devem compartilhar opiniões, ouvir os outros e fornecer informações sobre o que é necessário e o que deve ser feito, para que nossa voz na COP30 seja unificada”.

A União Europeia também participou do encontro, cuja delegação no Afeganistão confirmou na rede social X que sua equipe esteve na mesa redonda, onde reiterou o compromisso europeu com a resiliência climática e o apoio ao país para enfrentar os efeitos das mudanças climáticas nos meios de subsistência e no deslocamento.

Benjamin Weiss, chefe da Seção Política da UE em Cabul, declarou à imprensa que “a UE se concentra no apoio direto às comunidades do Afeganistão” e que o bloco “trabalha com várias organizações para garantir que sua ajuda chegue ao povo afegão”.

Após a reunião, uma delegação do Afeganistão prevê participar da COP30, que se realizará no início de novembro em Belém.

O Afeganistão, um país castigado por quatro décadas de conflito, é também um dos menos preparados para as alterações climáticas e mais vulneráveis às catástrofes meteorológicas que sofre com cada vez com mais frequência, tais como secas e inundações.

Em Cabul, essa fragilidade se reflete em uma grave crise hídrica causada principalmente por secas prolongadas associadas às mudanças climáticas, que reduziram drasticamente os níveis de água subterrânea. A situação é agravada pela superexploração dos poços, pela falta de chuvas e pela gestão inadequada dos recursos.

Cada vez mais habitantes do país relatam dificuldades para ter acesso à água potável: muitos poços secaram e as famílias precisam percorrer longas distâncias ou esperar horas para encher seus recipientes nos poucos que ainda funcionam.

Diante dessa realidade, cresce a frustração com as autoridades talibãs, que a população acusa de inércia diante de uma crise que se intensifica ano após ano.

EFE

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