A curiosa declaração de quem chegou ao STF após fama alcançada na defesa de um terrorista comunista
O presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, criticou nesta segunda-feira o extremismo presente na política brasileira. Ele previu que em breve ele "será empurrado para a margem da História" e não fará mais parte do cenário.
A declaração é extremamente curiosa partindo de Barroso, que ganhou fama na defesa de um extremista terrorista e comunista, o italiano Cesare Battisti.
E mais, Barroso fez de tudo para manter livre o criminoso italiano, inclusive garantiu que ele era inocente.
Da mesma forma, Barroso deixou registrado que Battisti não era um terrorista. Certa feita, Barroso escreveu o seguinte:
“Não é surpresa que, na guerra implausível movida há mais de 30 anos contra o ex-militante de esquerda Cesare Battisti, a verdade seja uma vítima constante. A inverdade mais repetida, como uma lavagem cerebral de padrão soviético, é a de que ele seria um terrorista. Battisti jamais foi acusado por terrorismo. O uso da palavra maldita tem fins propagandísticos e apenas revela a falta de serenidade e o ânimo persecutório.
A história documentada, que raramente se consegue contar ao público, é a seguinte. Entre 1976 e 1979, Battisti foi membro de uma organização política chamada Proletários Armados pelo Comunismo (PAC), que se opunha ao poder da máfia nas instituições italianas e à aliança entre o partido comunista e a democracia cristã.
Nesse contexto, o PAC envolveu-se em ações subversivas, com quatro mortes. Em 1979, a organização foi desbaratada e seus membros foram julgados. Battisti não foi sequer acusado de participação em qualquer dos homicídios.
Foi condenado, apenas, pelo delito político de subversão. Dois anos depois, em 1981, Battisti fugiu da prisão, com a ajuda de um dos líderes do PAC: Pietro Mutti. Refugiou-se no México e depois na França, onde recebeu abrigo do governo Mitterrand.
Após a fuga, quando Battisti já se encontrava em segurança, Mutti foi preso. Acusado de participação nos homicídios, transferiu a culpa das quatro mortes para Battisti, mediante delação premiada.
A acusação foi ‘confirmada’ por quatro dos condenados por homicídio no julgamento em que Battisti nem fora acusado. Não houve testemunhas, prova pericial, nenhuma arma encontrada. Só a delação dos principais acusados.
Diante disso, Battisti foi julgado novamente, à revelia, e condenado à prisão perpétua. Os ‘advogados’ que o defenderam no segundo julgamento se utilizaram de procurações falsas, segundo perícia realizada na França. Hoje, os delatores premiados estão soltos, e só Battisti continua sendo perseguido.
Cesare Battisti é inocente das acusações de homicídio que lhe foram feitas. Embora não tenha se tornado uma ditadura, em muitos momentos a Itália não foi capaz de assegurar o devido processo legal aos adversários do regime.”
O caso fez a fama de Barroso, passou a ser adorado pela esquerda e acabou virando ministro do STF.
Isso são fatos que tornam curiosa a declaração atual.
Nenhum comentário:
Postar um comentário