12/07/2025

DESVIO DE EMENDAS PARLAMENTARES AO PPC NO CEARÁ - SAIBA COMO OPERAVA O ESQUEMA

Saiba como operava o esquema de desvio de emendas parlamentares ao PCC

Uma investigação conduzida pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), revelou um esquema de desvio de emendas parlamentares no Ceará que ultrapassa os limites da corrupção tradicional. Segundo o magistrado, há vínculos diretos com facções criminosas, como o Primeiro Comando da Capital (PCC).

Como funcionava o esquema de desvio de emendas no Ceará?

De acordo com a Polícia Federal (PF), parlamentares cobravam “pedágios” de até 15% para liberar recursos das emendas. Esse caixa paralelo teria financiado a eleição de mais de 50 prefeitos no Estado.

O que os prefeitos faziam depois de eleitos?

Prefeitos beneficiados pelo esquema usavam seus mandatos para direcionar verbas públicas a empresas ligadas ao crime organizado. Entre os contratos investigados estão:

-Coleta de lixo;
-Transporte público;
-Merenda escolar; e
-Marmitas para presídios.

Quem é Júnior Mano e qual seu papel no caso?

O principal nome citado nas investigações é o deputado federal Júnior Mano (PSB-CE), suspeito de liderar o esquema. Entre 2019 e 2024, o parlamentar destinou cerca de R$ 120 milhões em emendas para prefeituras cearenses.

Em 2023, articulou a eleição de Bebeto Queiroz para a Prefeitura de Choró. Depois de ser citado pela PF por suspeita de ligação com o PCC, Queiroz desapareceu e está foragido há sete meses.

Quais os próximos passos da investigação?

Por determinação de Gilmar Mendes, a PF deve:

-Quebrar sigilos bancários;
-Ouvir os principais suspeitos; e
-Rastrear o destino dos recursos desviados.

Até o momento, nenhum dos investigados fechou acordo de delação premiada.

Esquema pode se repetir em outros Estados?

Segundo Gilmar Mendes, o modelo de corrupção que envolve emendas parlamentares não é exclusivo do Ceará. A Polícia Federal já detectou casos semelhantes em outros Estados, o que indica um padrão disseminado de atuação criminosa com verbas públicas.

O que diz Júnior Mano?

Em nota, o deputado negou envolvimento com o esquema. Alegou que, como parlamentar, não exerce funções administrativas em prefeituras nem participa da execução de contratos. Disse confiar nas instituições e que provará a legalidade de seus atos ao final do processo.

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