29/06/2025

MISERICÓRDIA: MÃE MATA ESPOSA DE FILHO MÉDICO APÓS AUTORIZAÇÃO DELE

Médico mandou matar esposa, e mãe dele executou

A polícia indiciou o médico Luiz Antônio Garnica e a mãe dele, Elizabete Arrabaça, após concluir que eles mataram a esposa do profissional de saúde, a professora de pilates Larissa Rodrigues, por meio de envenenamento com chumbinho.

Segundo o inquérito policial, Luiz foi o mandante do crime, e Elizabete, a executora. Eles teriam cometido o homicídio porque estavam enfrentando problemas financeiros. O assassinato ocorreu em março deste ano, no apartamento onde o casal vivia na zona Sul de Ribeirão Preto, São Paulo.

– Os dois teriam interesses financeiros. É muito evidenciado para a gente, através de trocas de mensagens. Toda a cronologia que o Luiz colocou no computador dele, as provas que ele apresentou, ficou bem claro que o crime foi premeditado – disse o delegado Fernando Bravo, ao portal G1.

O óbito ocorreu no dia 21. Luiz chegou ao apartamento no dia seguinte, dia 22, após passar a noite com a amante. Ele acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e simulou comoção para os socorristas.

– Tem uma mensagem às 10h25 para a amante dele informando a morte da Larissa. O Samu chega às 10h34. Por volta de 10h40, constata o óbito. Mesmo assim, ele fez manobras de ressuscitação na frente da médica, simulou uma emoção quando a médica disse que ela já estava em óbito, quer dizer, tudo isso mostra que ele estava, realmente, participando de uma cena, porque já sabia que a Larissa estava morta e a primeira pessoa que informou sobre a morte foi a amante – disse o promotor Marcus Túlio Nicolino.

Segundo Bravo, “Larissa já vinha passando mal ao longo da semana”, com quadros de diarreia, mas Luiz impediu que ela procurasse exame médico, segundo relato de testemunhas, sob a justificativa de que ele mesmo iria tratá-la.

O inquérito, que acumula mais de 600 páginas, ainda concluiu que a última pessoa a estar no apartamento de Larissa foi a sogra, Elizabete. Ela foi ao local na noite anterior. A suspeita é que tenha dado remédio envenenado à vítima. Elizabete, contudo, afirma ter sido acidental.

Como o Pleno.News reportou nesta sexta-feira (28), Luiz se defende das acusações acusando a mãe de matar a esposa dele e também sua irmã, Nathalia Garnica, que morreu envenenada um mês antes de Larissa.

Ele afirma que Elizabete devia uma quantia de R$ 320 mil, e expressou o temor de que a matriarca tentasse também contra a vida dele para adquirir o total do dinheiro que precisava.

– Acredito que, depois de tudo isso, eu seria o próximo, até pela quantia que ela precisava. Se ela teve coragem de matar a própria filha, que morou com ela a vida toda, qual a dificuldade de me matar também? (…) É muito difícil você pensar que a pessoa que te criou e criou suas irmãs é capaz de fazer uma coisa dessa, tanto com a própria filha ou a sua esposa – assinalou, sem detalhar, contudo, qual seria a motivação da mãe para matar a nora.

Elizabete nega ter participado dos crimes. Em seu interrogatório, a idosa relatou ter encontrado a filha morta na casa dela, em fevereiro.

– Ela esclarece que já estava na casa da filha, porque a filha estaria com dengue, então ela foi lá para ajudar a cuidar da filha. Durante o início da noite, ela ouviu a filha aparentemente engasgando, ela segue até o quarto, e a filha alega que teria engasgado ao tomar água. Então ela [Elizabete] sai e retorna mais à noite, onde a filha já estaria desfalecida – reportou o seu advogado, Bruno Corrêa.

Em relação à morte da nora, Elizabete apresentou contradições. Inicialmente, disse que a filha teria envenenado os remédios que posteriormente Larissa tomou, mas recuou no relato após, de acordo com ela, ter pensado melhor.

– Ela [Larissa] tinha tremor nas duas mãos. (…) Eu tive dengue na cadeia e pensava: “Será que não tinha alguma coisa nesse remédio da Nathalia?”. Mas, depois, eu pensei bem e falei: “É impossível isso, não tem cabimento, porque a Nathália não teria condição, pelo tremor dela, de pôr alguma coisa” – ponderou.

Tanto Luiz quanto Elizabete acabaram indiciados por homicídio doloso qualificado por feminicídio e com meio cruel. O médico, contudo, responde apenas pela morte de Larissa, enquanto Elizabete é acusada de matar também a própria filha.

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