Paulo Sobral Correia, o sobrevivente!
*Por Ricardo de Moura Sobral, advogado e pesquisador.
O desastre com o avião na Índia, que vitimou 270 passageiros na semana passada, com apenas um sobrevivente, me fez lembrar de outro acidente ocorrido há 80 anos em Angicos, no qual faleceu o Presidente do Aeroclube do RN, Fabrício Gomes Pedroza, tendo sobrevivido o ceará-mirinense Paulo Sobral Correia (02/05/1923-20/04/2011).
Assis Chateaubriand, paraibano nascido em Umbuzeiro, dono dos Diários Associados, introdutor da Televisão no Brasil (1950) era um homem poderoso. Idealizou a Campanha Nacional pela Aviação, com doação de aviões aos Aeroclubes Brasil afora.
O Aero de Natal foi agraciado em 14 de maio de 1945 com um Paulistinha CAP-4, que aqui foi batizado com o nome de “Edgard Dantas”, em homenagem ao primeiro mártir da aviação civil do RN, falecido em 23 de maio de 1930, de acidente Aéreo.
Um mês depois (14/06/1945), sobrevoando em voo rasante a cidade de Angicos, distante 200 km de Natal, com Fabrício Gome Pedrosa Pilotando, e Paulo Sobral Correia na cadeira de trás, o avião bateu nos fios do telegrafo, chocando-se no muro da residência de Seu Zenóbio.
Fabrício teve politraumatismo craneano, faleceu no local. Paulo, com o queixo quebrado, foi conduzido em ambulância para hospital em Natal, providencia tomada por seu Nezinho, pai do ex-governador Aluízio Alves.
O corpo de Fabrício ficou na casa de seu Nezinho até ser conduzido por familiares para Natal.
A morte de Fabrício causou grande comoção no Rio Grande do Norte, repercutindo a notícia no País inteiro.
O motor do avião sinistrado foi aproveitado em outro avião do Aeroclube de matrícula PP-TNO. Dois anos depois, precisamente em 14 de dezembro de 1947, este avião caiu quando sobrevoava a zona rural do Município de Pedra Preta, tendo falecido o piloto José Pereira Tim, que viraria nome de Rua em Natal; deixando vivo, porém, o outro passageiro Dix-Huit Rosado, então deputado estadual, com fraturas no maxilar e no braço.
Um irmão de Fabrício, Sylvio Pizza Pedroza, governou o Rio Grande do Norte de 1951 a 1956. Era vice-governador de Dix-Sept Rosado, falecido após seis meses de empossado, em acidente aéreo no Rio do Sal, em Sergipe, quando se dirigia ao Rio de Janeiro.
Dix-Sept tomou posse como governador vestindo terno marrom, com sapatos, meias e cinto da mesma cor.
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