25/06/2025

ACAREAÇÃO NO STF: AS CONTRADIÇÕES DE MAURO CID

As contradições de Cid na acareação no STF

Nas pouco mais de duas horas de acareação no Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), Mauro Cid, se contradisse em relação à reunião de 12 de novembro de 2022 na casa do general Braga Netto, além da suposta entrega de dinheiro por parte do militar — que foi ministro da Defesa e da Casa Civil.

Segundo Cid, o recolhimento do dinheiro foi consequência de negociações iniciadas em reunião na casa de Braga Netto. O encontro, segundo ele, reuniu militares descontentes com o resultado das eleições e teria servido para discutir medidas contra a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva.

Cid afirma ter deixado o local antes do fim da conversa, alegando que precisava preparar uma outra reunião no Palácio da Alvorada. O general Braga Netto negou a versão do ex-ajudante de ordens durante a acareação desta terça-feira, 24.

Leia abaixo os principais pontos de contradição de Cid:

Local da entrega do dinheiro: Mauro Cid apresentou três versões diferentes: garagem privativa, sala da ajudância de ordens e estacionamento ao lado da piscina.

Entrega do dinheiro: Disse que a sacola estava lacrada, mas também alegou ter “estimado” o valor pelo peso da sacola.

Data: Cid não sabe precisar a data da conversa com Braga Netto sobre o pedido de dinheiro, mas afirmou que teria recebido a quantia uma ou duas semanas depois da conversa com o tesoureiro do PL. O ex-ajudante de ordens estimou que o recebimento tenha ocorrido em 9 de dezembro de 2022.

Provas sobre o dinheiro: Não há nenhuma prova material da entrega. Cid admitiu não ter testemunhas e não se lembrar exatamente do local nem do horário.

Mudança de versão: Inicialmente, Cid não mencionou o repasse de dinheiro à Polícia Federal no ano passado. Questionado, disse que estava “em choque” por conta da prisão de colegas militares, razão pela qual omitiu o fato.

Defesa de Braga Netto

A defesa do general classificou Cid como um “mentiroso contumaz”. O advogado José Luis de Oliveira Lima reiterou que o colaborador mudou versões diversas vezes, não apresentou nenhuma prova, e que sua credibilidade está seriamente comprometida. 

“Ele mente o tempo inteiro”, advogado José Luis. “É assustador o quanto ele mente. Primeiro era um lugar, depois dois, agora são três possíveis locais para a entrega de dinheiro.”

Segundo o advogado, é preocupante que a palavra de alguém com esse histórico de contradições seja usada como base para medidas judiciais duras, como possíveis condenações ou cassações: “É um escândalo”. “Ele mentiu perante o Supremo Tribunal Federal mais uma vez”, declarou.

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