20/05/2025

CASTELO DE AREIA DE MORAES COMEÇA A SER DESMONTADO COM DEPOIMENTO DO EX-COMANDANTE DO EXÉRCITO

Ex-comandante do Exército destrói versão da PF e começa a desmontar o castelo de areia de Moraes

Em depoimento à Primeira Turma nesta segunda-feira (19) o general Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Exército, deu uma versão bem diferente daquela que consta no esdrúxulo relatório de indiciamento da Polícia Federal e na denúncia da Procuradoria Geral da República.

O general negou ter dado “voz de prisão” a Jair Bolsonaro, disse que “houve um equívoco na interpretação da imprensa sobre o episódio” e que nem deu muita bola para a tal “minuta” de aplicação da GLO.

“A mídia até disse que eu dei voz de prisão ao presidente, e isso não aconteceu”, declarou.

Segundo ele, o documento era “um apanhado de considerandos com base na Constituição, com aspectos jurídicos, por isso, não nos chamou atenção”. “Muito vazio”, disse.

Freire Gomes também esclareceu que nunca identificou Filipe Martins como o assessor que lhe mostrou o documento, pois antes do noticiário não o conhecia.

O general ainda negou que tenha identificado Anderson Torres como o autor da minuta.

“Não sei quem é o autor”, afirmou. “Talvez ele (Bolsonaro) tenha nos apresentado (o documento) por questão de consideração. Ele estava apenas dando conhecimento de que estava iniciando esses estudos. Ao longo desse processo nós tivemos diversas reuniões, e essas hipóteses estavam sendo aperfeiçoadas, e o presidente conversando conosco, apenas comentou sobre esse estudo.”

Diante das declarações, Alexandre de Moraes partiu para cima da testemunha, acusando Freire Gomes de mentir e que lhe daria uma segunda chance.
“Ou o senhor falseou a verdade na polícia, ou está falseando a verdade aqui”, afirmou, enfático.

“Antes de responder, pense bem. A testemunha não pode deixar de falar a verdade. Se mentiu na polícia, tem que falar que mentiu na polícia. Não pode agora no STF dizer que não sabia.”

A defesa do Freire Gomes pediu, então, para que os trechos do depoimento à PF fossem expostos, irritando ainda mais o relator.

“Eu não posso acreditar que o senhor não conversou com o seu cliente antes sobre o que ele falou no depoimento na PF”, bradou ao advogado. “Com 50 anos de exército eu nunca mentiria”, emendou o ex-comandante.

Segundo a PF, Freire Gomes teria dito que o então comandante da Marinha, almirante Almir Garnier Santos, teria concordado com a proposta de ruptura democrática supostamente apresentada pelo ex-presidente. Por fim, negou veementemente que Bolsonaro tenha o pressionando a apoiar uma operação de Garantia da Lei e da Ordem.

jornaldacidadeonline

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