STF se curva à China: Cooperação judicial com a ditadura escancara nova fase
Neste domingo, 6 de abril, o vice-presidente do STF, Edson Fachin, recebeu de braços abertos uma delegação do Supremo Tribunal Popular da China — o mesmo país onde juízes respondem ao Partido Comunista e a Constituição é um papel de parede para os interesses do regime.
Fachin, com sorriso no rosto, exaltou o “histórico de cooperação” com o regime de Xi Jinping, lembrando o Memorando de Entendimento assinado em 2015. Agora, segundo ele, é hora de “aprofundar as trocas”. Trocar o quê, exatamente? Liberdade de expressão por censura seletiva? A Constituição de 1988 por algoritmos controlados pelo Estado?
A comitiva chinesa falou abertamente: seu sistema julga mais de 43 milhões de processos com ajuda de inteligência artificial, seguindo os princípios do “Pensamento de Xi Jinping” sobre o Estado de Direito — uma doutrina que, para quem não sabe, não permite oposição, não respeita a imprensa livre e transforma qualquer crítica em crime.
O Brasil é, ao menos em tese, uma democracia relativa. A China é uma ditadura. Colocar os dois sistemas na mesma frase já é, por si só, um escárnio. Mas Fachin foi além: garantiu que as portas do STF “estarão sempre abertas” para essa “cooperação”.
Não esqueçamos: em julho de 2024, o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, também foi à China. Lá, prometeu “aprofundar a parceria”, especialmente nas áreas de tecnologia judicial e inteligência artificial. Em tradução livre: dar passos largos rumo a um modelo onde o Judiciário não serve à Constituição, mas a uma ideologia disfarçada de inovação.
Curioso como os mesmos que gritam contra Elon Musk por defender a liberdade de expressão — dizendo que ele ameaça a soberania nacional — silenciam covardemente diante do avanço sorrateiro da influência do regime chinês no Judiciário brasileiro.
A nossa soberania está sendo colocada de joelhos diante do modelo ditatorial mais sofisticado e tecnológico do planeta, com a cumplicidade de ministros da Suprema Corte que deveriam ser guardiões da liberdade.
Essa “nova era” que tanto citam nos discursos — inspirada em Xi Jinping — é uma era de controle absoluto. Quem realmente está ameaçando a democracia brasileira?
Karina Michelin. Jornalista.
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