14/04/2025

O ROLO COMPRESSOR ESTÁ PASSANDO POR CIMA DE TUDO QUE ENCONTRA PELA FRENTE

Ministros do STF cobram governo Lula para retirar assinaturas da base pela anistia

Integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF) enviaram recados a membros do governo Lula sobre a necessidade de entrar em campo para retirar votos de apoio à anistia. Mais de 100 deputados de partidos da base de Lula assinaram a urgência da proposta que tramita na Câmara e que visa livrar os envolvidos no 8 de janeiro de punições.

Como informou a coluna, a alta adesão de parlamentares da base ao projeto causou grande irritação no Palácio do Planalto. Deputados de partidos com cargos no governo federal assinaram a proposta para que a anistia tramite em regime de urgência, ou seja, sem passar pelo rito de comissões da Câmara.

A ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, chegou a dizer que acredita que alguns parlamentares não entenderam a amplitude da proposta. Como está posto hoje, o texto livraria também o ex-presidente Jair Bolsonaro, os militares e seus assessores que estão sendo julgados no STF pela tentativa de golpe de Estado.

Na avaliação de membros da Corte, o presidente da Câmara, Hugo Motta, ainda vai segurar a pressão de pautar a anistia por algum tempo, apesar da urgência da proposta já ter chegado às 257 assinaturas necessárias.

O entendimento dos magistrados é que a equipe de Lula e o próprio presidente, se for necessário, devem fazer um corpo a corpo junto a lideranças dos partidos que têm postos no primeiro, segundo e terceiro escalões da Esplanada para cobrar que retirem parte das assinaturas que deram à anistia.

Até o projeto ser protocolado na Câmara, os parlamentares podem retirar o apoio. Nos últimos dias, a lista com os nomes dos deputados que assinaram a urgência de votar a anistia deixou de ficar disponível no sistema do Congresso. O fato foi interpretado por governistas como um sinal de que os apoiamentos estão sendo retirados e que, por isso, o PL, partido de Bolsonaro, não deixou mais a lista acessível.

O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, que tem capitaneado a coleta das assinaturas, afirmou, porém, que a Casa corrigiu um erro, ao não permitir que os deputados vejam quem apoiou a anistia.

— A Secretaria-Geral da Mesa jamais deveria ter dado acesso à lista de assinaturas, porque o governo passou a contatar os deputados e pressioná-los. Mas, até o momento, não perdemos nenhum apoio, só ganhamos. Já estamos com mais de 265 assinaturas — afirmou o líder do PL à coluna.

O Globo

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