Resumo
*A avaliação do governo Lula no mercado financeiro teve uma ligeira melhora entre dezembro de 2024 e março deste ano, segundo pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (19). A visão negativa dos agentes econômicos recuou a 88%, de 90% no último levantamento. Enquanto isso, 8% veem o desempenho da gestão petista como regular e 4% como positivo. Dentre os principais motivos por trás da perda de popularidade do presidente da República, a alta nos preços dos alimentos se destaca, sendo apontada como um fator “muito importante” por 64% dos respondentes. Na sequência aparecem elementos como equívocos na política econômica (56%) e aumento dos impostos (41%). A pesquisa foi feita entre os dias 12 e 17 de março. Foram realizadas entrevistas on-line, através de aplicação de questionários estruturados, com 106 fundos de investimentos sediados em São Paulo e no Rio de Janeiro.
*O presidente Lula desembarca no Rio Grande do Norte nesta quarta-feira (19) para inaugurar a Barragem de Oiticica, no Seridó potiguar. No entanto, dados oficiais do Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento (Siop) revelam que a atual gestão não foi a que mais contribuiu financeiramente para a conclusão do empreendimento, cuja execução foi acelerada durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, especialmente sob a gestão de Rogério Marinho no Ministério do Desenvolvimento Regional. Quando Lula assumiu a Presidência, em 2023, apenas 7% restavam para a finalização da obra, que já estava 93% concluída. Os números mostram que a construção da Barragem de Oiticica ganhou mais impulso após o impeachment de Dilma. De 2011 a 2016, no governo Dilma Rousseff (PT), a obra recebeu R$ 139,6 milhões, correspondendo a 19% do total necessário. Após o impeachment, entre 2016 e 2022, os investimentos somaram R$ 446 milhões, que correspondem a 60% dos pagamentos da obra. Deste, R$ 292,2 milhões foram pagos na gestão Bolsonaro, quando o empreendimento recebeu o impulso decisivo para sua conclusão, permitindo que o empreendimento chegasse a 93% de conclusão antes do atual governo assumir. Em valores correntes, a média anual de pagamento nos governos petistas foi de R$ 82 milhões, frente à média de R$ 105 milhões nos governos Temer e Bolsonaro, valor 28% superior.
*A reprovação do trabalho do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disparou a 58% em março e atingiu o maior patamar desde o início do governo, mostrou pesquisa da Genial/Quaest publicada nesta quarta-feira (19). O patamar também representa mais do que o dobro do aferido na última edição do levantamento, em dezembro do ano passado, quando atingiu 24%. No caminho oposto, o percentual de membros do mercado que enxergam a gestão de Haddad como positiva despencou para 10% — o mesmo patamar do início do governo. Em dezembro de 2024, a avaliação positiva totalizava 41%. Já quem enxerga o trabalho como regular foi de 32%, abaixo dos 35% aferidos no último mês de 2024. Os analistas do mercado também enxergam o ministro mais fraco. Segundo o levantamento, 85% acham que a força de Haddad está menor do que no início do governo, o pior desempenho na série da pesquisa. Em dezembro, 61% achavam que o ministro havia perdido força. Já somente 1% acredita que Haddad está mais forte agora do que no início do governo. No último mês de 2024, a fatia era de 4%. Outros 14% dos entrevistados afirmaram que o ministro mantém a mesma força de antes. Em dezembro, o percentual era de 35%. A pesquisa foi feita entre os dias 12 e 17 de março. Foram realizadas entrevistas on-line, através de aplicação de questionários estruturados, com 106 fundos de investimentos sediados em São Paulo e no Rio de Janeiro.
*A Defensoria Pública da União (DPU) afirmou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o ministro Alexandre de Moraes tem violado o direito de defesa e privilegiado a acusação em um processo do 8 de Janeiro. Na ação, a DPU disse que o relator não autorizou intimar uma testemunha que, segundo a defesa, provaria que a ré chegou a Brasília após o ataque à sede dos Três Poderes. Procurado pela Coluna do Estadão, Moraes não respondeu. O espaço segue aberto. Diovana Vieira foi presa em 9 de janeiro de 2023, dia seguinte aos ataques, no acampamento golpista em frente ao Quartel-General do Exército em Brasília. Na semana seguinte, foi solta e passou a cumprir medidas cautelares. Desde maio de 2023, ela é ré no STF pelos crimes de incitação à animosidade entre as Forças Armadas; associação criminosa; e concurso material, quando o mesmo crime é praticado várias vezes. A DPU pediu sua absolvição. Segundo a Defensoria afirmou ao gabinete de Moraes no último dia 5, Vieira chegou a Brasília no fim da tarde do 8 de Janeiro, após o ataque à sede dos Três Poderes, e não tem relação com os crimes cometidos por outras pessoas na ocasião. O objetivo da viagem de Diovana Vieira, argumentou a DPU, era acompanhar sua ex-sogra. Para tentar comprovar esse episódio, a DPU pediu que o STF intimasse a prestar depoimento como testemunha o motorista de ônibus que levou Vieira à capital federal, o que Moraes negou. “Tem-se um tratamento desigual entre acusação e defesa, uma vez que a exigência de apresentação de testemunhas vem pesando sobre as defesas em geral, mesmo quando indicam servidores públicos para serem inquiridos”, afirmou a DPU, ressaltando que o Ministério Público não tem a mesma dificuldade no processo, o que classificou de “violação ao contraditório e à ampla defesa”. O fato de Diovana Vieira ter ido ao acampamento em frente ao QG do Exército “nada diz de atos, gestos e condutas concretas” de crime, afirmou a DPU ao Supremo. “O acampamento estava situado em zona central de Brasília, com a absoluta tolerância do Poder Público. O próprio Estado transmitia a aparência de regularidade do aglomerado, tolerando-o e até incentivando-o”, seguiu a Defensoria Pública, em referência ao governo Bolsonaro.
*Caso a licença do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) exceda 120 dias, o suplente Missionário José Olímpio (PL-SP) assume o posto. Eduardo anunciou nesta terça-feira (18) que pedirá licença do mandato na Câmara dos Deputados para viver nos Estados Unidos “para buscar sanções aos violadores dos direitos humanos”. Olímpio é o segundo candidato mais bem colocado não eleito do partido em São Paulo. O primeiro suplente é Adilson Barroso (PL-SP), que já está em exercício por Guilherme Derrite (PL-SP) ter assumido o posto de secretário de Segurança do Estado de São Paulo. O regimento interno da Câmara estabelece que o deputado pode solicitar licença do cargo para desempenhar missão temporária de caráter diplomático ou cultural, tratamento de saúde, ou, como no caso de Eduardo Bolsonaro, tratar, sem remuneração, de interesse particular, desde que o afastamento não ultrapasse 120 dias por sessão legislativa. Caso a licença solicitada por Eduardo Bolsonaro ultrapasse o período previsto no regimento, a Mesa Diretora convocará o segundo suplente do PL em São Paulo, Missionário José Olímpio, que obteve 61.938 mil votos. Em postagem publicada nas redes sociais, Eduardo diz ser alvo de perseguição, critica o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e chama a Polícia Federal de Gestapo, polícia secreta da Alemanha nazista. – Irei me licenciar sem remuneração para que possa me dedicar integralmente e buscar sanções aos violadores de direitos humanos. Aqui, poderei focar em buscar as justas punições que Alexandre de Moraes e a sua Gestapo da Polícia Federal merecem – disse.
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