Dono da Esportes da Sorte se entrega à polícia
O dono da casa de apostas online Esportes da Sorte, Darwin Filho, se entregou à polícia nesta quinta-feira (5). Ele é investigado pela Polícia Civil de Pernambuco na Operação Integration, que mira uma organização criminosa que faz lavagem de dinheiro por meio de jogos de azar ilegais.
As autoridades dizem que grupos ligados a bets são alvo da investigação. Mas destacam que a investigação se concentra em atividades ilegais (apostas esportivas são autorizadas por lei). A Esportes da Sorte diz cumprir a legislação e estar à disposição das autoridades.
A operação policial é a mesma que prendeu a advogada e influenciadora digital Deolane Bezerra, que divulgava, em suas redes sociais, a Esportes da Sorte. Não foi especificada qual a ligação da influencer com a organização criminosa. Deolane diz ser vítima de uma “grande injustiça”.
Segundo o Ministério da Justiça, a organização usava várias empresas de eventos, publicidade, casas de câmbio e seguros para lavar dinheiro por meio de depósitos, transações bancárias e compra de veículos de luxo, aeronaves, embarcações, joias, relógio de luxo, além da aquisição de centenas de imóveis.
– A ilegalidade da organização está “linkada” com os jogos não autorizados legalmente. As várias células da organização criminosa também operavam no ramo de bets, mas o básico, de origem, a gente ressalta que diz respeito aos jogos não autorizados pela legislação brasileira. As bets eram utilizadas, além de outras empresas, na lavagem do dinheiro oriundo desse ramo ilegal de jogos – disse Renato Rocha, delegado-geral da Polícia de Pernambuco, nesta quarta (4).
SITE SE DEFENDE DAS ACUSAÇÕES
– Estamos vendo o horário [em que o empresário vai se entregar] – afirmou o advogado Ademar Rigueira ao Estadão.
A defesa da Esportes da Sorte disse que ainda não teve acesso à decisão judicial que autorizou busca e apreensão em sua sede, em Recife. A empresa afirmou que, desde março de 2023, “tem prestado todos os esclarecimentos necessários nos autos do inquérito policial em curso, através de diversas petições e documentos apresentados” pela defesa.
Acrescentou que suas atividades de aposta de cotas fixas cumprem “rigorosamente” as leis 13.756/2018 e 14.790/2023, “com excelência jurídico-regulatória, acompanhamento de auditoria independente e sistema de compliance”.
Segundo o site, houve “interpretação precipitada e equivocada dos fatos apurados, sem qualquer análise ou consideração dos argumentos já apresentados”, e que, por isso, “a autoridade policial não apreendeu qualquer objeto, documento ou equipamento na sede da empresa”.
No total, foram cumpridos 19 mandados de prisão e 24 mandados de busca e apreensão domiciliar, sequestro de bens (carros de luxo, imóveis, aeronaves e embarcações) e valores. Também foram bloqueados ativos financeiros no valor de R$ 2,1 bilhões. A polícia não informou quais foram os alvos e os donos dos bens apreendidos.
Conforme os chefes da investigação, foram dezenas de imóveis, embarcações, aeronaves, veículos e objetos de valores.
– Só em um alvo, a gente encontrou 11 relógios da marca Rolex – afirmou o delegado.
AE
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