15/08/2024

LULA PEDE OUTRA ELEIÇÃO NA VENEZUELA E LÍDER CHAVISTA O CHAMA DE ESTÚPIDO

Estupidez, diz líder chavista sobre ideia do governo Lula de nova eleição na Venezuela



“É uma estupidez”, afirmou o número 2 do chavismo, Diosdado Cabello, sobre a ideia ventilada por Celso Amorim para uma nova eleição na Venezuela como maneira de atenuar a crise que atravessa o país após a contestada reeleição de Nicolás Maduro.

“Não vamos repetir eleições coisa nenhuma”, disse o vice-presidente do PSUV (Partido Socialista Unido da Venezuela), a legenda que controla o Estado venezuelano e tem Maduro na liderança. “Um segundo turno? Na Venezuela não há segundo turno. Senhores… Não se metam nos assuntos internos da Venezuela que vamos respondê-los.”

Cabello falava no final desta quarta-feira (14) durante seu programa em rede nacional, o El Mazo Dando (batendo com o porrete). A referência ao Brasil veio após ele ler uma publicação na rede social X (a mesma que Maduro quer bloquear no país) crítica às falas de Amorim.

Deputado, ele é um dos nomes mais poderosos do chavismo e o número 2 do regime, ainda que a vice de Maduro seja Delcy Rodríguez. Representou o ditador em diversos atos da campanha eleitoral e atua como uma máquina de propaganda na TV e nas redes sociais.

“Diante das direitas que não são democráticas, é preciso evitar de alimentá-las. Está escutando, Celso Amorim?”, seguiu o chavista, peça fundamental da campanha de Maduro e um dos mais radicais das fileiras. “Para nós isso é uma estupidez. Aqui não se vão repetir as eleições porque quem ganhou foi Nicolás Maduro.”

Assessor do presidente Lula (PT) para temas de política externa, o ex-chanceler Celso Amorim tem ventilado a ideia de uma nova eleição na Venezuela como uma proposta embrionária, em suas palavras, a ser levada para a mesa de negociação que Brasil e Colômbia tentam, sem nenhum horizonte, formar entre o regime e a oposição.

O próprio Lula tem ecoado a mensagem, como o fez nesta quinta-feira (15) ao dizer que um governo de coalizão ou novas eleições poderiam ser saídas possíveis para a Venezuela, mergulhada em mais uma crise que preocupa a comunidade global.

Também nesta quinta-feira, Amorim voltou a falar do tema e, em depoimento no Senado, questionou a resistência à realização de novas eleições para resolver a crise na Venezuela, argumentando que os atores que se declararam vencedores certamente “ganhariam de novo”. Disse que a proposta não é de sua autoria, mas é uma das ventiladas, e que novas eleições exigiriam, claro, “um novo sistema de vigilância”.

As falas do ex-embaixador têm caído mal para regime e oposição. Entre muitos na Venezuela, Amorim é visto como um dos interlocutores do Brasil com maior entrada para dialogar com o chavismo. Já no primeiro ano de governo Lula 3 ele era o enviado para se reunir com Maduro e entender os planos que, àquela época, havia para eleições.

Folhapress

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