Extremoz se torna “cidade-irmã” da cidade portuguesa de Estremoz
As cidades de Extremoz, na Região Metropolitana de Natal, e Estremoz, da região do Alentejo, em Portugal, assinaram, nesta segunda-feira (24), um tratado de geminação que vai permitir intercâmbios em áreas como turismo, educação e economia, com ênfase no resgate histórico e cultural. O acordo deverá contribuir para a efetivação de projetos, como a restauração das ruínas da antiga igreja São Miguel Arcanjo com o Convento Jesuíta da cidade potiguar, que foi incluída no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do Governo Federal.
A assinatura do acordo entre os dois municípios ocorreu no Consulado Honorário de Portugal, no bairro da Ribeira, zona Leste da capital potiguar, e contou com representantes das autoridades locais, empresários e membros da sociedade civil. A prefeita Jussara Sales, de Extremoz, comemorou a parceria e disse que o tratado vai fortalecer os mais variados setores nos dois países. “Na prática, o tratado significa parcerias e avanços históricos entre as duas cidades, na educação, na saúde, no desenvolvimento econômico, no turismo. Agora é como se fôssemos um só corpo”, pontuou a gestora.
Para o embaixador de Portugal, Luís Faro Ramos, o tratado reforça a relação já existente com o Brasil, especialmente com o Rio Grande do Norte. “A geminação é mais uma prova de singularidade da relação entre os dois países e também com o Rio Grande do Norte. É uma relação cada vez mais estreita. O tratado reforça isso. Importa reconhecer que este momento só acontece porque existe muito trabalho por trás”, atesta o embaixador.
Ele acrescenta que a parceria possibilita muita cooperação. “Vamos falar de intercâmbios, de partilha de saberes de lá para cá e daqui para lá, de artesanato, de oportunidades de negócios. É importante que não haja somente assinatura de ações, mas ações concretas de partilha de conhecimentos. Esperamos que haja muitos resultados bons dessa parceria”, declara.
O secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo de Extremoz, Rogério Pessoa, detalhou que o acordo começará a valer após a aprovação do documento na Câmara Municipal da cidade portuguesa. “Aqui no município potiguar, a aprovação já ocorreu. Esta semana, deverá ser aprovada em Portugal. O tratado, inicialmente, tem uma força muito grande para nós pelo resgate histórico cultural. Nós temos uma cidade com forte influência portuguesa. A igreja de São Miguel Arcanjo é uma prova disso”, enfatiza.
O projeto é fruto do Trabalho de Conclusão de Curso do arquiteto Ramon Bezerra, na Universidade Federal do Semiárido (UFERSA). Para tirá-lo do papel, ainda são necessários investimentos da ordem de R$ 15 milhões. A expectativa, segundo ele, é que a parceria entre as cidades-irmãs possa fomentar o projeto que contempla estudos de educação patrimonial e escavações e que conta com o apoio da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
“O tratado vai fomentar o incentivo e talvez o financiamento do projeto. Não há nada fechado nesse sentido, mas a gente acredita que a geminação pode fomentar a restauração neste aspecto”, explica. “Nossa ideia é reconstruir as paredes, a partir de vestígios existentes, para que as pessoas consigam ter uma leitura melhor do bem”, comenta o arquiteto.
A secretária de Turismo do RN, Solange Portela, afirmou que o tratado representará a oportunidade de divulgar Extremoz em Portugal. “Isso permite um intercâmbio cultural, além de possibilitar a visibilidade de ambas as cidades. Então, é uma oportunidade que Extremoz terá de ser divulgada em Portugal e nós vemos isso como o aspecto mais positivo”, afirma a secretária.
TN
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